Maraãvilhosos,
(Maria Rosa do Carmo Silva Barbosa)
Maraãvilhosos,
Esta semana fiquei mais feliz como pai com os desenhos da Maria Rosa (acima um esboço de sua autoria). Um amigo, que conhece do riscado, gostou dos rabiscos da minha filha, que eu, coruja, sempre achei superiores aos do Miguel Ângelo (como traduzem-no os portugueses). Ele quer que ela faça uma proposta para ilustrar um livro! Agora é com ela.
No Maraã tem a dança do “maraãcatu”!
Num boteco em Maraã, digo na Rua Augusta, tem um garçom, gente fina, inclusive na compleição física, que se intitula “agilizador”, pois ele agiliza os pedidos, segundo diz, e é verdade. Imaginei algo mais pomposo: “Agilizador-geral da República”!
Na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, indo no sentido centro bairro, logo no sentido contrário ao fluxo de veículos, na calçada do lado esquerdo, já quase chegando no obelisco, tem um boteco pé sujo. Parei lá enquanto esperava meus filhos que tinham ido a uma loja americanas. Comentei sobre o calor, dizendo que era o Rio que estava com o calor manaura, e o garçon perguntou-me, na bucha:
- Conheces o bar do Armando?
- Qual é o manaura, apreciador de uma cerveja bem gelada, como somente os portugueses sabem conservá-las, que não conhece o bar do Armando? Respondi.
- Eu também sou Armando, disse ele e o sotaque o denunciou: é português também!
- Muito prazer. Então estou quase em casa, brinquei. Ele sorriu e me disse:
- Sempre vinha aqui aquele senador que agora é prefeito de Manaus. Morava aqui na Visconde. Como é o nome dele?
- Arthur, respondi.
- Isso mesmo. Agora sumiu.
- Tá sem tempo.
Ele olhou para um outro freguês, com cara daqueles que marcam ponto todos os dias e disse:
- Dizem que o sanduíche de pernil do Armando era muito bom! Quando ele estava fazendo, além de coçar as costas suadas com a faca, com ela ele batia no cachorro que se aproximava para tangê-lo do local!
Todos rimos com a lenda bastante conhecida em Manaus.
Foi bom lembrar do Armando de Manaus, que nos deixou recentemente.
Quem desejar matar um pouco a saudade do Armando que se foi, vá ao Armando do Rio.
A foto abaixo é do ladrinho do piso do Bar do Armando que fotografei faz mais ou menos uns quatro anos.
Abraços,
Osório
Poememos:
Pergunta-me
Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer.
Autor: Mia Couto.
e,
Amor de Trapo e Farrapo
Amor de trapo e farrapo
Tudo errado mas tão gostoso
De dar arrepio na espinha
Amor de galo de rinha
Amor de arrancar toco
Amor de louco contra louca
Ciume e fogo nos olhos
Beijo, o fogo na boca
E o coração, incêndio pleno
Amor sereno
Amor pirraça
Amor veneno
Amor cachaça
Amor debaixo d'água
Amor no meio dos infernos
Amor de meter susto ao padre eterno
E já se vê
Só pode ser o amor de eu e você
Amor de arrancar toco
Amor de louco contra louca
Ciume e fogo nos olhos
Beijo, o fogo na boca
E o coração, incêndio pleno
Amor sereno
Amor pirraça
Amor veneno
Amor cachaça
Amor debaixo d'água
Amor no meio dos infernos
Amor de meter susto ao padre eterno
E já se vê
Só pode ser o amor de eu e você.
Autor: Paulo Vanzolini.
Maraãvilhosos,
(Maria Rosa do Carmo Silva Barbosa, minha filha, herdeira de minhas dívidas!)
Maraãvilhosos,
(Arte da minha filha Maria Rosa do Carmo Silva Barbosa, a macuxi).
Semelhantes,
“Eu tenho tanto pra lhes falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por vocês”!
Semelhantes,
MINHA ALFABETIZAÇÃO: se é que hoje sou alfabetizado, o que tenho cá minhas dúvidas, não sei quando me alfabetizei!
Nosotros,
Maraã vanguarda.
Em Maraã morava uma moça (Lúcia, salvo engano) casada com o Pedro Rener, que falava, “para falar bonito”, chiando muito, razão pela qual recebeu o cognome “Frigideira” ou “Frigidi(ai)te”.
Humulheres,
“Por que o homem mija fora do vaso”
Humulheres,
Para economizar palavras, vamos de imagens, que valem mais de cem...
A volta de nossa ilustradora!