Anônimo de Jâmblico
O texto foi descoberto por Friedrich Blass em 1889, incluído no Protréptico de Jâmblico, neoplatônico do século III d. C., obra que reunia materiais heterogêneos de múltiplas origens, entre os quais passos importantes do Protréptico de Aristóteles. Blass demonstrou que cerca de dez páginas do texto de Jâmblico provinham de uma fonte não identificada, datada do final do século V, começo do século IV a. C, focando a problemática oposição entre o que existe por natureza e o que existe por convenção e veiculando pontos de vista moderados, próximos das concepções sofísticas em voga. Na dita controvérsia, o Anônimo defende a relevância da ordem do nomos, em moldes complementares com o que advém da physis, insistindo no fato de que os dons naturais cabem aos indivíduos por sorte ou acaso (tyche), enquanto tudo o que está relacionado com a instrução e as diversas competências depende do esforço próprio de cada um. A natureza tem de ser completada pela educação, e o denominado Anônimo de Jâmblico constitui uma espécie de manual de sabedoria prática, contendo uma pequena súmula acerca da arte de ter sucesso na vida.