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112 – Epídeixis – significado.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

112 – Epídeixis – significado.

 

É Barbara Cassin quem diz:

 

Pois a epídeixis é o nome mesmo que a tradição atribui, por excelência, à discursividade sofística. O termo é consagrado por Platão (por exemplo Hípias maior, 282c, 286a; Hípias menor, 363c; Górgias, 447c), onde ele designa o discurso contínuo de Pródicos, de Hípias e de Górgias, em oposição ao diálogo por perguntas e respostas ao gosto de Sócrates. A melhor tradução seria sem dúvida "conferência", e mais exatamente lecture, no sentido anglo-saxônico do termo, pois ó sofista, vindo freqüentemente da Sicília ou da Grande-Grécia, faz com efeito turriês de conferências no estrangeiro, quer dizer, nas grandes cidades gregas, Atenas, Esparta, assim como célebres professores americanos atravessam o Atlântico para assombrar a velha Europa.

Como em seguida na Retórica aristotélica, o modelo da epídeixis/conferência é, de fato, a epíeixis/elogio. E o próprio modelo do elogio, o mais antigo que chegou até nós, não é outro senão o Elogio de Helena composto por Ggias. A natureza paradoxal do elogio aí se revela plenamente: Helena é a mais culpada das mulheres, já que coloca a Grécia inteira a ferro e fogo, entretanto Górgias nos convence de que Helena é a própria inocência.” (Fonte: Ensaios Sofísticos, Barbara Cassin, Tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão, Edições Siciliano, São Paulo, 1990, p. 238-239).

 

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