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41.68 - Romance - nascimento e fim da verdade filosófica.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

41.68 - Romance - nascimento e fim da verdade filosófica.

 

É Barbara Cassin quem diz:

 

Esse triunfo se apoia na hegemonia da paideía, da educação sofística, e no desenvolvimento de uma cultura literária: nas escolas onde o diretor é sofista, a "imitação retórica" propõe a apropriação, ao longo do curso, de todas as obras da antiguilidade clássica. Mas o que caracteriza essa retórica generalizada é que ela é criadora. Ao lado de um florescimento dos gêneros antigos, autonomizam-se gêneros novos, em particular o que se tornará literatura por excelência: o romance. [Osório diz: o nascimento do romance].

Ora, a bem considerá-lo, o romance constitui uma resposta completamente original ao interdito filosófico. Pois o romance é um pseûdos que se sabe e se reivindica pseûdos, um discurso que renuncia a toda adequação ontológica para seguir sua demiurgia própria: trata-se de falar, não para significar alguma coisa, mas pelo prazer de falar, e de produzir assim um efeito-mundo, uma "ficção" romanesca. E a popularidade dos romances, reatando com a tradição fundadora dos Poemas homéricos, acaba por constituir o avatar cultural de um consenso político, estendido graças à pax romana até os confins do mundo habitado: "Todo o mundo não vê o mesmo céu", diz Díon (Discurso 53, Sobre Homero, 7-8), mas "mesmo os indianos conhecem Homero". [Osório diz: o romance e o fim da verdade filosófica]. (Fonte: Ensaios Sofísticos, Barbara Cassin, Tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão, Edições Siciliano, São Paulo, 1990, p. 14).

 

 

 

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