Sofística
(uma biografia do conhecimento)
41.19 – A forma como os Sofistas são combatidos.
“Em Atenas, o centro da cultura helenística no pico de sua fama e poder, "o verdeiro quartel-general da sabedoria grega", como o Hípias de Platão a chama (Prot. 337d), eles podiam florescer; mas aí não tiveram nenhuma possibilidade de se tornar figuras políticas por si mesmos, e, sendo assim, usaram seus talentos para ensinar a outros. Não é de admirar que, como disse Protágoras, a posição de tais homens pudesse facilmente se tornar precária. Platão refere-se a isso mais de uma vez, na Apologia (19e) e no Timeu onde Sócrates diz (19e) que os sofistas são muito bons fazedores de discursos em geral, mas que "seu hábito de andar de cidade em cidade e de não ter nenhuma casa fixa própria" é uma desvantagem quando se chega a assuntos de cidadania na guerra ou na negociação. Tem-se citado isso como exemplo do menosprezo de Platão pelos sofistas, mas não passa de afirmação de fato evidente. [Osório diz: e não se pode menosprezar com a vidência?]
[Osório diz: Não se pode ser profundo e sério usando a irreverência? Não era este, justamente, um dos ensinamentos de Górgias?]
(...)
Todos menos Górgias admitiriam ser mestres de arete (da qual, tal como por eles entendida, a arte do discurso persuasivo era pré-requisito), e pode-se suspeitar que a recusa de Górgias era um pouco insincera (cf. pp. 252s abaixo): [Osório diz: E a de Sócrates também, quando dizia que nada sabia, por exemplo?]. (Fonte: Os sofistas, W. K. C. Guthrie, tradução, João Rezende Costa, Paulus, São Paulo, 1995, p. 43 e 46).