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Poesia: deleite-se ou delete-me (06.03.15).

Maraãvilhosos,

 

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Arte

(Tópicos sobre)

 

1Tudo na história da humanidade é duvidoso;

 

2Com as datações históricas, portanto, não é diferente;

 

3A escrita, o mais antigo e melhor meio de transmissão de conhecimento, é de invenção recentíssima historicamente;

 

4Os escritos com a intenção de perpetuar o conhecimento, e que foram preservados, são da Grécia e giram em torno de 3 mil anos (a Agricultura, por exemplo, data de 10 mil anos. O ancestral do homem data de 4 milhões de anos. O que aconteceu nesse ínterim até o aparecimento da escrita?);

 

5No “berçoda cultura da humanidade (e homem produz cultura), a Mesopotâmia (atual Iraque) tem-se escritos mais antigos. Trata-se da escrita cuneiforme (em forma de cunha), mas tal escrita, além de rudimentar, não se destinava ainformar, mas apenasregistrar, daí sua pobreza em termos de literatura (produção);

 

6Tucídides, na sua obra de arte “A história da guerra do Peloponeso”, disse que ela seria “um patrimônio sempre útil”, ao que acrescentou, ao falar sobre a obra, Victos Davis Hanson, em “Uma guerra sem igual”, que ela é “mais importante do que a própria guerra”;

 

7 – Assim, é na Grécia que temos que ir buscar o que queremos saber em termos de cultura e, mas especificamente, de arte, pois foram eles, repita-se, os primeiros registradores abstratos da cultura, inicialmente com a escrita dos poemas homéricos (Ilíada e Odisseia) por volta de 500 anos antes da era atual;

 

8 – A saga de Gilgamesh é mais antiga, mas é muito rudimentar;

 

9A nossa educação é toda ela fornecida pela arte: poemas / religião/ arquitetura / escultura / pintura etc.;

 

Na religião temos, por exemplo:

 

O primeiro homem foi fruto de uma escultura de barro, onde o escultor, com um pouco mais de poder (dado pelo sopro), deu-lhe vida, movimento. Portanto, foi na arte que a religião foi se abeberá para contar sua versão das coisas;

 

Como a vasta maioria dos cristãos comuns era analfabeta, a arte era o único meio de comunicação de massa, e os pontífices e príncipes esbanjavam dinheiro nela. Os papas que construíram a Basílica de São Pedro foram os Morgan e os Rockefeller da época, e muitos artistas enriqueceram trabalhando para eles”. (Fonte: R.A. SCOTTI. Basílica de São Pedro – Esplendor e escândalo na construção da Catedral do Vaticano. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007, p. 66-67);

 

10 – Os críticos de arte que conhecemos usam uma linguagem difícil, de quem não quer ser compreendido;

 

11 – Mas será que a arte é mesmo para ser compreendida? Ou sentida? Há diferença entre o compreender e o sentir? Ou apenas quem sente compreende? (Temos o exemplo dos deficientes visuais);

 

12 – Na Grécia antiga os poemas eram musicados, como são musicadas as músicas de hoje que nada mais são que poemas!

 

13O artista, portanto, sempre foi o professor, sendo ele o aglutinador dos que querem aprender, dos que querem saber (até hoje, os artistas cantores são utilizados para reunir as pessoas).

 

É por tudo isso que a arte é tudo e está em tudo!

 

Transformar o trigo em pão é uma arte!

 

Transformar a uva em vinho também é arte, e esta, quanto “melhor” for o artista, melhor será o paladar!

 

Portanto, quando você respirar, saiba que está fazendo arte e apenas pela arte é que você vive!

 

Se é assim, vamos passear por Maraã?

1  02 02 15 kivros(1)

 

e,

2   03 02 15 veneza

 

e,

3   22 02 15 osoriando

 

e,

4   23 02 15 kill facists

Esta máquina mata fascistas”.

 

Pedi ao Gian que traduzisse! Pensei que o lápis estava falando mal do apontador!

 

(Obrigado ao Beto pelas imagens).

 

Abraços,

 

Osório

 

POEMEMOS:

 

Cante lá que eu canto Cá.

 

Sertão, argúem te cantô,

Eu sempre tenho cantado

E ainda cantando tô,

Pruquê, meu torrão amado,

Munto te prezo, te quero

E vejo qui os teus mistéro

Ninguém sabe decifrá.

A tua beleza é tanta,

Qui o poeta canta, canta,

E inda fica o qui cantá.”

 

e,

 

Saudade é um aperreio

Pra quem na vida gozou,

É um grande saco cheio

Daquilo que já passou.

Saudade é canto magoado

No coração de quem sente

É como a voz do passado

Ecoando no presente.”

 

Autor: Patativa do Assaré, em “EU E O SERTÃO - Filosofia de um trovador nordestino” – Ed. Vozes, Petrópolis, 1982.

 

e,

Anjo paralelo

 

O Anjo,

na erva flamejante

e entre os lírios cinzas.

 

Anjo,

no silêncio humilhado os guizos,

na fortuna do enlevo

e no vício do desatar.

 

Anjo,

no calor adormecido, na semente embalsamada.

 

Pena que seja cego

a encontrar-me.

 

e,

O anjo

 

Que Anjo és que só me faltas?

Se ainda te sonho,

tens as asas

pétalas de cimento?

 

Que Anjo és, sem luz, sem nada, se até a silhueta que tiveste,

a noite, surpreendendo, encolheu?

 

Celebro-te memória, no meu tempo,

Anjo,

agora que é cinzento o arco-íris

e a estrela reclinada indesejei.

 

Amadurece em mim o provisório

de teres sido nunca

o que sonhei.

 

Autora dos dois poemas acima: Lília A. Pereira da Silva, Poesias: Elipses do anjo. Editora João Scortecci. São Paulo, 1993, pp. 34 e 54.

 

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