Como já disse a vocês, em Maraã, para desespero de minha mãe, eu li o “Livro de São Cipriano, o verdadeiro capa preta”, cujos ingredientes para os trabalhos, se encontrados um dia, valem mais que o trabalho em si!
Minha curiosidade sobre o mundo das trevas continuou quando fui morar em Manaus.
Na capital, li um anúncio num jornal local, “A Crítica”, que dizia mais ou menos o seguinte:
“Irmã Miracele, recém-chegada de Faro, faz seu amor voltar, faz isso, consegue aquilo e assim por diante e etc.”
Faro, uma cidade do Estado do Pará, é conhecida na região como um poderoso centro de macumba(?), conta-se que, certa vez, “um homem 'mexeu' com uma moça da cidade e viajou sem reparar o mal (que dependendo do ângulo pode ser o bem) que fez. Lá pelas tantas sentiu vontade de urinar. Foi para o banheiro, mas quando chegou lá seu instrumento viril não estava no lugar! Tinha sumido. Ele contou, desesperado, a sua desgraça aos demais que com ele viajavam. Eis que alguém perguntou-lhe o que ele tinha feito em Faro. Ele contou que ficara com uma moça virgem. Foi isso, disse o outro. É feitiço. Volte lá e procure a moça e repare seu ato que tudo se resolve. Ele voltou e foi à procura da moça. Ao encontrá-la ela disse que contara para sua mãe, macumbeira, sobre o ocorrido e esta o capara. Ele pediu para ser sua futura sogra e ao encontrá-la nem precisou contar sua desdita, pois a velha já sabia. Foi, então, que ele pediu a ela que lhe devolvesse seu instrumento masculino. A sogra simplesmente apontou para um quarto da casa e disse, “procura ali, no meio daquele monte deve está o teu”!
Mas o que me chamou a atenção na propaganda da irmã foi que, ano após ano, Miracele estava sempre “recém-chegada” de Faro, segundo o seu anúncio reproduzido por mais de uma década nos anos de 1980!
A história acima, é interessante do ponto de vista linguístico, pois a linguagem também pode ser usada para enganar, mas isso é questão para outra prosa.
A propósito, veja:
Meu amigo Sérgio Monteiro Medeiros anda vendo coisas! Achou um homem escondido dentro de uma árvore do Parque Trianon, aqui em Sampa. Olha:
Uma cançãozinha para niná sua cria:
Tatu Bola
Tatu bola
Tatu bola
O Osório di Maraã vai para a escola.
Tatu bola
Tatu bola
Na escola o Osório não cola.
Tatu bola
Tatu bicho
O Osório recicla seu lixo.
Tatu bola
Tatu macho
O Osório da uva come um cacho.
Tatu bola
Tatu da mata
O Osório gosta de comer batata.
Tatu bola
Tatu de grande tamanho
O Osório gosta de tomar banho.
Tatu bola
Tatu contente
O Osório escova seus dentes.
Tatu bola
Tatu animal
O gato do Osório faz miau.
Tatu bola
Tatu da selva.
O Osório deita na relva.
Tatu bola
Tatu cascudo
O Osório vai ser barbudo.
Tatu bola
Tatu de pelo
O Osório gosta de cortar o cabelo.
Tatu bola
Tatu bolinha
Do Osório acabou a historinha.
São Paulo/Manaus, agosto/setembro-2006/SP, 28.08.14, as 23:21h.
Mais um capítulo (o V) do "Pitagoriando em Sampa". Veja em: http://www.osoriobarbosa.com.br/node/597.
Abraços,
Osório
POEMEMOS:
Eduardo Galeano é um baita de um escritor, poeta etc. Veja esta:
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