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Poesia: deleite-se ou delete-me (25.07.14).

 

 

Maraãvilhosos,

 

me chama de copa

 

Vejam que bela definição de poesia:

 

 

Poesia é música, miscelânea de sons, alternância de ritmos; poesia é métrica, precisão na escolha das palavras e consciência matemática das letras; poesia é pintura, é cinema: descrição da imaginação, construção de imagens, de cenas, de personagens... Pois é, poesia é tudo isso, mas se engana quem pensa que poesia se resume a esculpir frases, substituir significantes como itens de um cardápio, ou burilar a linguagem como um ourives descompromissado. Poesia é um tanto mais: ela nasce justamente do espanto com este mundo que nos cerca; da tentativa, na maioria das vezes vã, de explicarmos isso que fizemos de nós mesmos; da indignação com este bom e velho estado de coisas, conveniente para tão poucos entre tantos...”. O autor é Fernando Bonassi é escritor e roteirista, no livro Desconforto, de Luiz Alberto Mendes, Editora Reformatório, São Paulo: 2013.

 

"A humanidade se divide em dois grupos, os que concordam comigo e os equivocados.” , disse Ariano Suassuna.

Suassuna disse isso por ter nascido antes de mim, mas a frase é minha, especialmente agora, que ele partiu e me deixou de herança!

A niveladora, que iguala todos, anda muito faminta, essa maldita! Em poucos dias levou: Rubem Alves, João Ubaldo Ribeiro e Suassuna! Pergunto a ela: ainda não estás saciada, miserável, já que não estou me sentindo bem hoje?

Minha filha Maria Rosa, aos 13 anos, acredito, me contou:

Pai, grandes gênios da humanidade se foram. Aristóteles morreu, Galileu bateu as botas e, hoje, eu não estou me sentindo bem”!

Além de legal, hoje estou utilizando o ensinamento filial!

Já Osório di Maraã, de 8 anos, fica vendo seus programas na TV e, de quando em vez, me abastece com coisas legais. Vejam esta:

Todo trabalho é bom, o ruim é trabalhar”. “Seu Madruga”, do Chaves.

O curioso é que ele sabe o que me interessa!

E o humanista corintiano gravou no bronze:

 

Ser um mano

 

Uma perguntinha desconcertante:

Poesia Rua1

 

Obrigado à Cris e ao Beto pelas imagens.

 

Abraços,

 

 

Osório

 

POEMEMOS:

 

Bons Tempos

 

Acordei com um desses pensamentos suaves

Que nos ajudam a viver.

Era como se tivesse entrado no mundo

Pela primeira vez.

Em meu coração não havia

Um só compartimento que não estivesse

Inundado da mais comovente ternura

Algo assim redondo e macio.

Pontas frágeis de estrelas

E o brilho inseguro dos astros

Estavam comigo nessa hora clara

Em que rompo a noite nessa breve manhã

Longe do tempo da dor.

 

e,

 

Confusão

 

...e uma saudade vinda sei lá de onde:

De amar sem inventar,

De beber sem entristecer

E como ainda não enlouqueci

De tanta consciência do que faço.

Medo nunca foi freio

Antes motor, desafio constante

Mas cansei.

Cansei dessa gente que se engana;

Que cai do passado

Simulando presente

Como acordasse de um pesadelo.

Será que liberdade é estar

Onde sonho e não existe,

Ou na desumana necessidade

De morrer?

 

Ambos os poemas são de autoria de Luiz Alberto Mendes, em Desconforto, Editora Reformatório, São Paulo: 2013.

 

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