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Ode a Maraã.

Ode a Maraã.

 

Na cidade de Maraã nasceu minha carne,

mas nela, desde então, minha alma ficou enterrada!

Maraã não é uma cidade,

 

é um ímã a atrair meus pensamentos,

onde quer que eu esteja,

faça eu o que faça.

Sua gente, pobre e desdentada,

é o retrato vivo do que fui um dia,

do que sindo saudade,

do que sonho em ver mudar.

Não pela pobreza em si,

mas para que ocorra a ausência de dor,

pois todos lá são dignos na pobreza,

uma vez que esta não é sinônimo de indignidade.

 

O abraço caloroso,

o aperto de mão grossa e calejada,

o cuspe no rosto,

quando o bêbedo dá a gravata e mantém nosso rosto junto ao dele,

é prova de vida viçosa,

de carinho sem limites,

de compartilhamento de alegria que teima em ser explícita,

tudo a inundar a todos:

de sabor de companheirismo que dá força para se seguir vivendo.

Se é que há vida longe de Maraã! 

 

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