“Quando entrei na adolescência (“aborrescência”) e pratiquei os atos característicos da idade (bebida, brigas, malcriações e desobediências) minha mãe atribuiu tal fato à minha leitura do livro de SãoCipriano, o capa preta, que eu havia comprado pelo correio (reembolso postal). Nada mais falso! Coitada!
O livro em si é uma fraude! Suas receitas de magias são impraticáveis, pois os ingredientes são tão difíceis de serem encontrados que são a própria magia, em vez de meios, são fins em si mesmos. Não lembro de nenhuma receita em particular, mas é algo mais ou menos assim: “arranque os olhos de um sapo virgem, na hora em que ele estiver sonhando com a lua crescente ...”. Como diabos se vai saber se o sapo é virgem? Eu nem sabia que sapo sonhava, menos ainda com lua crescente! Desisti, por um tempo do tal livro e suas receitas. Entretanto, já morando em Manaus, e a coisa ficando mais difícil, eu quase passando fome, me lembrei de uma receita mais fácil, constante do referido livro, e fui praticá-la. Ela consiste, de memória o digo agora, mais ou menos no seguinte: “a meia noite, deve-se dirigir a uma igreja e, por três vezes, bater à porta dizendo: ‘almas, almas, almas, eu vos ordeno que me acompanheis’. Em seguida se dá três voltas ao redor da igreja, e não se deve olhar para trás, mesmo que você seja chamado por alguma voz. Após, é só determinar e as almas farão tudo que você desejar”. Me dirigi, numa noite, à igreja matriz de Manaus e fiz todo o ritual. O qual, evidentemente, não deu certo. Entretanto, percebi o seguinte: quando eu me dirigia para a porta, observei que alguém, um homem, também tinha lido São Cipriano e fazia o mesmo procedimento que eu estava a iniciar. Assim, só posso atribuir o fracasso de minha tentativa a dois fatores: primeiro, cheguei em horário que não era meia-noite (um pouco mais, ou um pouco menos. Até agora não sei que fuso deve ser obedecido); segundo, as almas acompanharam meu antecessor, não ficando uma sequer para ser minha escrava!”
Hoje, quando quero encontrar alguma coisa sobre a qual já pensei algo, procuro no Google! É Mais rápido que o “Copernic” e o sistema de busca do Windows e BROficce. Assim é que ao procurar por “Osório Barbosa” encontrei:
“O Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, à vista do Aviso nº 742/2011 – PGJ, de 19 de dezembro de 2011, bem como do disposto no artigo 34, do Ato nº 621/2009 - CPJ, CONVOCA os candidatos aprovados no XVII Concurso de Credenciamento de Estagiários do Ministério Público para a 4ª escolha de vagas, que se dará pela ordem de classificação e ocorrerá no dia 06/12/2012, às 14h, nas respectivas sedes regionais.
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CANDIDATOS CONVOCADOS
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723690 15 215 927 OSORIO BARBOSA GRANDE FILHO.”
Juro, não sou eu.
Daí o pedido: não completem a frase, pois “Osório Barbosa Grande Filho”... não é nome, convenhamos!
Como o meu xará é inteligente, como de regra somos todos os Osório, ainda mais os Barbosa, deve ter um baita orgulho do seu lindo nome que além de encantar, também alegra.
Sucesso a ele, que está apenas iniciando uma carreira brilhante, certamente, afinal, é um Osório Barbosa!
Abraços,
Osório
Poememos:
Se eu pudesse conversar com Deus
Eu hoje estou tão triste
Eu precisava tanto conversar com Deus
Falar dos meus problemas
Também lhe confessar tantos segredos meus
Saber da minha vida
E perguntar porque ninguém me respondeu
Se a felicidade existe realmente
Ou é um sonho meu
Meu Deus não sei rezar
Perdoe por favor
Perdi meu tempo aprendendo amar
Alguém que nunca soube o que é o amor
Eu sei que é impossível
Mas eu queria tanto conversar com Deus
Nestas horas tão tristes
Só Deus me ajudaria a esquecer você
Mas sei que estou errado
Sou eu quem devo meus problemas resolver
Meu rosto está molhado de lágrimas cansadas de chorar por você
Meu Deus não sei rezar
Perdoe e por favor
Perdi meu tempo aprendendo amar
Alguém que nunca soube o que é o amor.
Autor: Antônio Marcos.
(P.S.: sou ateu, atualmente).
E,
“E se eu te amasse um dia, pequeno e calmo, minúsculo e leve, no vento que desaprendeu o caminho, que vaga nos becos, que se perde nas curvas, que se espalha no rio, será que teus dedos descobririam meus cabelos, tuas mãos achariam minhas pernas debaixo do vestido, tua voz resistiria ao barulho das árvores? E se eu te amasse um dia, alto e amplo, grande e maior, junto ao céu, numa asa, contra o sol, solto e livre num vôo silencioso de pássaro, será que teus olhos se juntariam aos meus num horizonte improvável, teu riso seria alto outra vez menino, teu peito se encheria de felicidade inédita? E se esse dia não chegasse, será que um dia tu perceberias que tens de mim o vento, o caminho, os becos, as curvas, o rio, o céu, a asa, o sol, o vôo, o pássaro, o horizonte improvável, o riso, o menino, a felicidade esperando para ser?”
Fonte: http://www.naodiscuto.com/.