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Poesia: deleite-se ou delete-me (21.02.14).

Maraãvilhosos,

 

 

Porqueaxoécomx!

 

Você já prestou atenção nos desenhos do Picasso? E nos do Romero Brito?

Nem vou perguntar-lhe sobre os do Salvador Dali.

Eu gosto muito dos dois espanhóis, embora também admire o brasileiro.

Foram esses pintores os transgressores das regras do que era (é) certo e errado que estavam (estão) em vigor quando eles pintaram (pintam)?

O que os citados acima fizeram na pintura, Luiz Gonzaga e Adoniran Barbosa fizeram na poesia musicada. As letras desses dois brasileiros geniais fogem totalmente ao padrão “certo e errado”. Vejam um exemplo:

 

Tiro ao Álvaro

 

De tanto levar

"frexada" do teu olhar

meu peito até

parece sabe o que?

"talbua" de tiro ao "álvaro"

não tem mais onde furar (2x)

 

teu olhar mata mais

do que bala de carabina

que veneno estriquinina

que pexeira de baiano

 

Teu olhar mata mais

Que atropelamento

De automóvel

mata mais

Que bala de revorver.

 

De tanto levar

"frexada" do teu olhar

meu peito até

parece sabe o que?

"talbua" de tiro ao "álvaro"

não tem mais onde furar (2x)

 

teu olhar mata mais

do que bala de carabina

que veneno estriquinina

que pexeira de baiano

 

Teu olhar mata mais

Que atropelamento

De automóvel mata mais

Que bala de revorver."

 

Autor: Adoniran Barbosa.

 

Há algo nesta letra que você não tenha entendido?

Como se pode vê (ver) (lê) (ler), o mundo não é dividido apenas entre o certo e errado! Entre estas duas possibilidades, imutáveis para alguns, parece que existe milhares de outras tantas possibilidades, cabendo aos diferenciados descobri-las.

Se Picasso, Dali, Brito, Gonzaga e Adoniran tivessem, cegamente, aceitado o mundo do jeito que lhe ensinaram, dividido entre certo e errado, será que seriam o que foram?

Dificilmente.

Tivessem eles conformado-se com o padrão imposto jamais teriam ousado e produzido algo tão maraãvilhoso e inovador.

Como, então, dizer a uma criança o que é o certo e o que é o errado?

Já pensaram nas consequências que pode ter para um infante o tido certo e o tido por errado?

A primeira pergunta que se impõe é: estará você, honestamente falando, habilitado para saber o que é o certo e o que é o errado?

Com a sua visão de certo e errado, não poderá você estar matando, no ovo, no início, um grande artista?

Já pensou nisso?

Portanto, muito cuidado, mas muito mesmo, com o que vai ensinar.

Picasso, em especial, parece que fez o percurso inverso: depois de adulto, já um pintor consagrado, voltou a pintar como criança!

Onde (em que fase) Picasso foi melhor? Pintando como adulto ou pintando como criança?

Assim, na arte, como de resto em tudo na vida, parece que os conceitos de certo e errado são tão fluidos como em todos os demais ramos do saber.

Por que para o pequeno artista as folhas das árvores devem ser apenas verdes? Por que não podem ser azuis, vermelhas, amarelas, cinzas etc.? E olha que na própria natureza existem folhas de cores diversas da tida como certa, a verde!

Portanto, repense a educação que você dá aos seus filhos e alunos!

Há alguns anos comecei a grafar axo com x, embora algumas pessoas teimem em dizer que o certo é com ch.

Nesses anos, nunca ninguém deixou de me dar água quando escrevo: “axo que estou com sede”.

Se falo então, aí é que não sabem mesmo se pronunciei o axo com x ou com ch!

Vejam: seja “axo” ou “acho” minha mensagem acaba sendo compreendida, e é isso o que importa, ou deveria importar, embora alguns homens de má vontade quase abortem e algumas mulheres sintam um frio na próstata quando leem isso.

Sempre se soube que as “certezas” na vida são ridículas, pois elas não existem e todos digam que não são donos da verdade, mas, mesmo sabendo-se daquilo e dizendo isso, os difusores do saber (pais e professores, se é que não são os mesmos) insistem que não se deve usar o “acho” nos escritos ditos acadêmicos, pois isso seria sinal de dúvida e o estudante ao expor o seu trabalho não pode tê-la(s)! Quanta contradição, senhores sábios.

Por isso, amigos, axo que ainda continuarei incomodando vocês com o meu axo com x.

Porém, não se preocupem, eu jamais mudarei o mundo!

 

velhice feliz

 

Os velhos são fontes enrugadas do saber”!

Fonte: O esquilo inquieto!

Ouvi isso juntamente com meu filho Osório di Maraã!

Fiscais do politicamente correto

 

Visite o sítio: http://lounge.obviousmag.org/esconderijo/2012/12/inventario-de-tipos-humanos.html.

É do mesmos sítio esta:

Leminsk

Nesse embate de tentar levar alguma leveza a algumas almas, as vezes recebemos recompensas incalculáveis!

Vejam o carinho do José Arlindo de Oliveira Silva para com este seu humilde colega divulgador de “algos” que tem por poesia (a postagem é antiga, mas isso não importa, já que eu sou um péssimo navegador):

 

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Poesia: Uma palavra a Néstor Perez

Nós, servidores do MPF estamos condicionados a respirar poesia nas sextas-feiras. Pura obra de um abnegado chamado OSÓRIO SILVA BARBOSA SOBRINHO. Ele é responsável por um e-mail semanal intitulado:"POESIA:DELEITE-SE OU DELETE".

É uma iniciativa muito interessante, que "quebra" a dureza inerente ao enfrentamento dos mal-feitos que somos, por dever, obrigados a conviver. Mas já sofreu muitas críticas essa iniciativa. Mas ele resistiu e consolidou o espaço, felizmente.

Por isso dedico a essa iniciativa de Osório, o poema singelo que fiz, em homenagem a Néstor Perez. Sua história foi mencionada pela blogueira cubana, Yoná Sanchez( generación Y) Trata-se de um estudante de direito cubano que foi expulso, inclusive por seus colegas e reitor, por atividades que desagradaram o regime. Lá vai:

 

Uma palavra a Néstor Perez

 

Sei, Néstor,

porque o fizeste.

Enfim, perguntaste a

tua alma,

e o fizeste

como alguns poucos

mesmo contra as leis de teu Estado.

E que irônico mistério:

te preparaste

para utilizá-las.

Certamente um seleto dilema

como alguns poucos

enfrentaste:

prestidigitar “verdades”

em consonância com a lei,

ou operacionalizar Justiça

utilizando seu saber.

E tal qual Antígona

o fizeste

como muitos poucos,

mesmo contra as leis do teu Estado.

E como Antígona

sozinho ficaste,

perante teus pares

e teu Reitor.

Sei, Néstor,

porque o fizeste.

Um dia também perguntei

à minha´alma.

E escolhi, como tu

operacionalizar Justiças

mesmo na humilde

e insignificante

parcela que me cabe

na construção da liberdade.

Pois é a Justiça,

e não as leis

o verdadeiro valor.

Eu sei Néstor,

porque o fizeste.

 

Visitem o Zé Arlindo em: http://vcquervervcescuta.blogspot.com.br/.

Beijos no Ar, que é Lindo!

 

Roland Barthes

 

Frase legal: "Não julgue alguém por ter os defeitos diferentes dos seus" (alterei levemente).

Lido de um sticker na Rua Augusta, mas tem na net. O endereço é: https://pt-br.facebook.com/QuestaoDeEtiqueta.

Abraços,

 

Osório

 

Poememos:

Ai daqueles

 

Ai daqueles que brincam com a esperança de um povo!

Ai daqueles que se banqueteiam junto à fome de seus irmãos!

 

Ai daqueles que são fúteis numa hora grave,

Indiferentes num momento definitivo!

 

Ai daqueles que fazem da mentira a verdade de suas vidas!

Ai daqueles que usam os simples como degraus de sua vaidade

e instrumento de sua ambição!

 

Ai daqueles que fabricam com a violência a trama do medo!

 

Ai daqueles que usam o dinheiro para prostituir,

humilhar e deformar!

 

Ai daqueles que se atordoam

para fugir das próprias responsabilidades!

 

Ai daqueles que traficam a terra de seus mortos, enxovalham

tradições e traem compromissos com o presente e com o futuro!

 

Ai daqueles que se fazem de fracos no instante da tempestade!

Ai daqueles que se acomodam a tudo, que se resignam a tudo,

que se entregam sem lutar!

 

Ai daqueles que loteiam seus corações, alugam suas consciências,

transacionam com a honra,

especulam com o bem, açambarcam a

felicidade alheia e erguem virtudes falsas sobre pântanos!

 

Ai daqueles que concordam em morrer vivos!

 

Autor: Paulo Bonfim - 2007.

 

e,

 

Ai daqueles

que se amaram sem nenhuma briga

aqueles que deixaram

que a mágoa nova

virasse a chaga antiga

 

ai daqueles que se amaram

sem saber que amar é pão feito em casa

e que a pedra só não voa

porque não quer

não porque não tem asa

 

Autor: Paulo Leminski.

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