Escrivinhei algo novo para a Fernanda em riba de uma carinhosa mensagem dela.
A imagem abaixo (Amantes de Sumpa) foi localizada no Equador e mostra como o amor pode sobreviver à morte! Ou seria apenas o desejo? Ou ambos? Ou estavam brigando na hora que o vulcão explodiu? Diga você!
Veja mais em: http://chile.rotasturisticas.com/visit.php?paisON=Ecuador®id=0&listarPais=ec&countryON=ec®ion=Santa%20Elena&lista=2868&q1= .
Abraços,
Osório
P.S.2: Os poemas da Lei da Sexta-Feira:
A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR
DO TRABALHADOR
tudo o que não tenho é seu
DO BANQUEIRO
tudo o que tenho é seu
DO LADRÃO
tudo o que terei é seu
DO ESCRITOR
de tudo o que é seu algo é meu.
Autor: Ademir Demarchi, em “Pirão de Sereia”, Realejo, Santos.
e,
"Navegando ao léu
ouvi [ ] límpido
o canto sibilino da sereia
vislumbrei no desmedido meu destino
e enveredei então pelas brumas
como se entranhasse pelos céus
encantado, já não era eu, mas deus
entreguei-ma à cegueira de todos os sentidos
apaixonado extasiado entesado
pela umidade brilhante das escamas
pelos olhos azuis por onde se mergulhava no oceano
pelos volteios voluptuosos e serpenteantes do seu corpo
pela gosma marinha que me siderava
pelas mãos boca narinas
ávido busquei com a lábia língua
uma ostra nela e inteiramente
humano não achei sua vagina
estanquei no descaminho
diante do interdito para o abismo sonhado
e frustrado com o irredutível mas ávido de amor
comi a sereia e a roí inteira até as brânquias
e brânqueos ossos que me restaram às mãos fosforescentes
para iluminar a noite de meu caminho de retorno até aqui:"
Autor: Admir, na mesma obra.
e,
Compulsão
lavo as mãos toda vez
que toco alguém
e não me toco depois
de ter tocado
quando o lixeiro vem
faço o máximo
para que não exista
nenhum toque entre nós
quando o carteiro vem
com o vírus dele
tomo cuidado para não
haver qualquer contato
detesto que me toquem
e que falem tocando
detesto cumprimento
de mão com mão
quando cumprimento
qualquer um
logo lavo as mãos
vejo sujeira
em todo lugar
menos
em minha mente
o lugar mais sujo
do mundo
Autor: Rodrigo de Souza Leão (RJ) [nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 4/11/1965 e morreu em 2/7/2009; poemas publicados no e-book Catac1isma, na revista www.germinaliteratura.com.br]. Fonte: Revista Babel Poética, eu#outro, ano 1, nº 4.