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Poesia: deleite-se ou delete-me (22.02.13)

 

Caroas todoas,

 

O beijo(Cris)

Belo não?

Estive em Manaus e estava arrumando minhas velharias como sempre faço, quando, então, me deparei com as únicas heranças que meu pai me deixou: uma tesoura e uma fivela de cinturão! Vejam a foto:

 

Cônica   herança paterna 2

Esta tesoura ele usava unicamente para cortar os pêlos do nariz e ficava uma fera quando a usávamos para cortar outras coisas, como papel, por exemplo! Ele sempre prometia, mas nunca concretizou, uma boa “pisa” (sova, surra), não por esta desobediência!

A pequena âncora é uma fivela de cinturão comprada de algum colombiano. Vejam que numa extremidade tem uma ponta bastante afiada e que era a que prendia a fivela ao couro. Esta sim, tínhamos medo dela!

Mamãe, como parece ter sido todas as mães de antigamente e muitas das atuais, nos batia com freqüência, embora, por não ter tanta força, não nos machucasse muito! Já o papai batia muito raramente, mas quando batia!, não escolhia instrumento de açoite nem o local onde aplicar as pancadas, era onde “pegasse”.

Isso nos tornava mais obediente a ele que a mamãe, acredito, daí...

A tesoura ainda funciona com a finalidade que lhe foi destinada e a âncora é apenas a lembrança da ameaça memorizada!

Saudade do meu pai e seu sorriso incentivador, para o bem ou para o mal!

Será que deleto tudo que escrevi acima, pois estou sendo injusto com meu pai?

Vou deixar e pedir desculpas ao papai, apenas! É que, na verdade, ele não me deixou apenas aqueles dois objetos! Materialmente pode até ter sido só isso, porém, e o imaterial com o qual ele imantou meu ser, qual Démeter purificava a criança com o fogo?

Seus conselhos para eu estudar e o incentivo para que eu concretizasse esse nosso sonho?

Esse meu bem maior não posso mostrá-los, mas tenho um imenso orgulho dele e, se vivo, papai, certamente, também teria.

 

Por falar em estudos, Cris escreveu:

 

A importância da leitura em minha vida.

A primeira experiência com a leitura que me marcou se deu na pré-escola. A professora convidava a todos para a varanda da sala de aula, sentada no chão deliciava-me com as desventuras de uma lesma para conseguir chegar a tempo em festas na floresta, “Lúcia já vou indo” abriu meus olhos para um mundo no qual eu nunca mais os fechei... vieram os gibis, cartilhas, encartes de lojas e tantos outros veículos que circulam neste fascinante mundo.

Ler é estar inserido num universo muito maior que nossos olhos podem ver é estar perdido com dois meninos numa ilha misteriosa, é dançar com o príncipe escamado no reino das águas claras, é enfrentar moinhos, construir catedrais, jogar o jogo do contente, descobrir o mistério da pedra filosofal, namorar na ilha de Paquetá, brincar com raposas em campos de trigo e festejar cem anos.

Uso a leitura para fugir, para encontrar, para sonhar, para ser... dama, rameira, astronauta, cientista. Ler para compreender, esquecer, viver, aqui, acolá, além-mar.

Ler para entender o ser, eu e você!”

 

De minha parte, já fiz um milagre terreno! Foi o seguinte:

 

Alfabetização da Ozita

Ozita é filha do “seu” Epifânio e D. Elza. Morou conosco durante um tempo em Maraã e era analfabeta quando chegou em nossa casa. Tinha algo entre 22 e 24 anos e, eu, uns 9 ou 10.

Não sei como começou mais eu passei à condição de seu alfabetizador, porém com uma condição: “usar a palmatória”!

Ozita aceitou e, após poucos “bolos de palmatória” ela estava alfabetizada e se diz, até hoje, bastante feliz com o nosso aprendizado em comum (ela aprendeu a ler e eu a ser “professor”)!

Olhando a partir de agora, certamente que posso dizer: “já fiz uma mulher feliz na vida!”.

Talvez este tenha sido o maior e mais gratificante gesto que já pratiquei em prol da humanidade.

 

O Beto, eterno fornecedor de imagem, nos mostra esta:

 

represa

 

Que interpretação a obra do artista deve receber? Difícil, pois são infinitas as possibilidades, como em qualquer interpretação, mas proponho uma: “os livros represam a ignorância”!

Qual a sua?

 

Abraços,

 

Osório

 

P.S1.:

Andamos muito parados

(https://twitter.com/olheosmuros/status/190533753276350466)

 

P.S2.:

 

 

Leva
 
 
Foi bom eu ficar com você
O ano inteiro
Pode crer!
Foi legal te encontrar
Foi amor verdadeiro
É bom acordar com você
Quando amanhece o dia
Dá vontade de te agradar
Te trazer alegria...
 
Tão bom encontrar com você
Sem ter hora marcada
De falar de amor bem baixinho
Quando é madrugada...
 
Tão bom é poder despertar
Em você fantasias
Te envolver, te acender
Te ligar, te fazer companhia...
 
Leva!
O meu som contigo, leva
E me faz a tua festa
Quero ver você feliz
Uh! Uh!
Leva!
O meu som contigo, leva
E me faz a tua festa
Quero ver você feliz...
 
É bom quando estou com você
Numa turma de amigos
E depois da canção
Você fica escutando
O que eu digo...
 
No carro, na rua, no bar
Estou sempre contigo
Toda vez que você precisar
Você tem um amigo...
 
Estou pr'o que der e vier
Conte sempre comigo
Pela estrada buscando emoções
Despertando os sentidos...
 
Com você, primavera, verão
No outono ou no inverno
Nosso caso de amor tem sabor
De um sonho eterno...
 
Leva!
O meu som contigo, leva
E me faz a tua festa
Quero ver você feliz
Uh! Uh!
Leva!
O meu som contigo, leva
E me faz a tua festa
Quero ver você feliz...(2x)
 
Autor: Michael Sullivan, intérprete: Tim Maia.
 
Outro dia ouvi o irmão do Michael, Leonardo, contar em uma Rádio (Tiradentes FM) de Manaus, no Programa "Palco Brasil", apresentado pelo "Souza", que esta música, que vendeu mais de quatro milhões de discos, "era, inicialmente, apenas um jingle composto para uma rádio de São Paulo para as comemorações de fim de ano"!
E eu viagei um bocado pensando que era uma canção de amor, paixão etc., ou melhor, composta para o ser amado no auge do sofrimento!
As vezes a realidade quase mata o sonho!
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