Uma mãe de quádruplos em Shenzhen, na China, tomou uma medida prática para evitar confusão na escola: ela cortou os cabelos das crianças até restarem apenas tufos em formato de números. Marcados de 1 a 4, os meninos agora vão à sala de aula identificados pelo que sobrou de cabelo em suas cabeças, poupando trabalho aos professores". (Fonte: O Estado de S.Paulo, 11 de setembro de 2012)
Eu não tenho o problema da chinesa, pois tenho quatro, mas não vieram todos de uma só tacada! E, pior, já pensou um 4x4!
Não sei se todos leram a entrevista do Djavan, abaixo, que está muito demais:
Djavan volta às inéditas em 'Rua dos Amores'
Cantor e compositor explica porque não entra no bonde dos artistas produzidos
Poesia é para ser explicada?
Não se explica não. Poesia é para ver, ouvir, imaginar. Neguinho quer ficar satisfeito apenas lendo. Não dá. Poesia é estado de espírito e não está para todos. Poesia é pra sentir.
As pessoas podem sentir algo mesmo se não entenderem letras como "açaí, guardiã, zum de besouro, um ímã, branca é a tez da manhã..."?
Quando o sujeito quer penetrar no universo que o poeta sugeriu, tem de ler o texto algumas vezes. Um poeta querido por todos, e que tem uma poesia que requer muita introspecção, é o Federico García Lorca. Poesia se alcança ou não. Acho uma coisa louca as pessoas não verem sentido em uma associação como "açaí, guardiã". Como não pode haver sentido? Fale com qualquer pessoa do Norte, que é onde essa fruta dá em abundância e mantém uma população inteira, que você vai ver que ela entenderá tudo. Açaí, guardiã do povo. É ela que guarda, que sustenta aquela existência.
E em Faltando um Pedaço você falou do "lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha" quando o certo era alcateia (matilha é o coletivo de cães), não foi?
Há recursos aos quais eu não gosto de recorrer porque as pessoas estão cada vez mais estudando as letras nas faculdades. Penso que não adianta você construir a melhor imagem sem obedecer aos trâmites da língua. A língua portuguesa tem de ser usada corretamente. Agora, o poeta goza de uma colher de chá chamada licença poética. Ouça bem: "Um lobo correndo em círculos pra alimentar a alcateia." Alcateia ninguém merece. Não, sinceramente, ninguém merece. É claro que o coletivo de lobo é alcateia, a gente sabe disso, mas eu não poderia usar alcateia.
E se mudasse a construção e achasse outra palavra no verso que rimasse com alcateia?
Alcateia é muito feio. E melodicamente, não era bom. Todos os compositores sofrem esse tipo de pressão, e às vezes têm de optar. Existe uma música ali te enforcando, te limitando. Eu não tenho dúvida de que a beleza do verbo é importante, não mais do que as regras da língua, mas é muito importante também. Tem uma outra música no disco Matizes, o Azedo e Amargo. "Ela é chegada a azedo e amargo" seria a construção certa, mas eu coloquei: "Ela é chegada em azedo e amargo". Existia uma cacofonia que não era bacana. Não gosto de fazer isso, acho até que diminui a força da imagem, mas às vezes me vejo obrigado. (Fonte: OESP, Segunda, 08 de Setembro de 2012, por Julio Maria).
O poema de hoje é, também, essa belíssima obra:
Que a sexta seja abarrotada de boas coisas!
Osório
O amazonense e seus peixes:
“Entre num restaurante em Manaus e tente comer um peixe, o garçom logo oferece:
- pirarucu,
- pacu,
- tucunaré,
- aracu,
- curimatã,
- baiacu,
- cuiucuiu.
Oh povo pra gostar de... peixe!
Peça um suco num restaurante em Manaus. Ele só oferece três:
- Tucumã,
- Bacuri,
- cupuaçu.
Ou tem um “c” e “u” na ponta, no meio ou no fim!
Outro dia um amigo entrou num restaurante em Manaus, abriu o cardápio e estava lá:
“Sugestão do chefe: “Hipoglós”.
Ele disse:
- Por favor, garçom,venha cá. Vocês estão comendo pomada agora é? Porque hipoglós é pomada, não é não?
- Não doutor, é que o nome desse prato era muito forte, aí nós resolvemos mudar para hipoglós, mas na verdade isso aí é “pacu assado”
“Pacu”assado melhor que hipoglós não existe!
É a criatividade do Amazonense.
Autoria: não sei, mais ouvi do humorista falecido Espanta.
Recado, digamos, digamos, digamos...: