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POESIA: deleite-se ou delete-me (27.01.12)

Caraos todaos,

 

Sexta-feita!

Fim do primeiro mês do ano que se inicia! Passou rápido?

Se sim, aproveite!

 

"vivi
de um ácido milagre, um beijo torto.
bebi
os rios aos tonéis, pelos bordéis.
e me fingi
de morto."

("rio, 2", romério rômulo)

 

https://www.facebook.com/profile.php?id=789190901 (facebook)

 

http://romerioromulo.wordpress.com/ (site).

O poema do Romério me lembrou Augusto dos Anjos em:

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.


Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.


Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,


Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Que o final se semana nos redima das lutas diárias.

Abraços,

Osório

 

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