Mesmo com o assunto indicando o tema, uns dois ou três resolveram protestar contra a remessa de poesia em rede pública. Certamente são colegas que trabalham as oito horas por dia; que não tomam café, não fumam, não chegam atrasados e nem saem antes da hora, também não adoecem e nem recebem nem fazem telefonemas para familiares. Ou seja, são padrões de eficiência e dedicação. Parabéns a eles!
Mesmo assim, resolvemos mudar o título do assunto, passando para: POESIA - para quem gosta (ou DELETE)”, a fim de facilitar a vida dos funcionários padrão!
Veio um tal de Clan Ricardo, nosso colega e poeta da PR-SP e sugeriu o título: “Poesia - deleite-se (ou delete)”, o qual não pode deixar de ser aproveitado, com pequena alteração.
Pensando em conversar com vocês, fazer esta abordagem, pedi ajuda a uma colega nossa, excelente poeta, que se eximiu dizendo o seguinte:
"... não consegui "abraçar a causa" do "deleite-se ou delete" - daí o meu silêncio aparentemente displicente. Ao contrário. Tal discurso se confrontaria com uma das minhas crenças artísticas fundamentais: poesia é saber esotérico. Não se pode simplesmente escolher sentir as agulhadas abrasadoras dos versos. Não é algo intelectualizado, você bem sabe. A plebe rude - por mais ilustração acadêmica pequeno-burguesa que possua - jamais chegará a ter tatuada n'alma 'a orquídea de fogo' do lirismo. E sempre se sentirá entediada até em ver mensagens chegando periodicamente às suas caixas postais.
Não tente fazer de laranjas maçãs, cajus, uvas..."
As palavras são fortes, mas eu sou mais insistente que certas lógicas que estão por aí, caso contrário não tinha saído das margens do Rio Japurá no Amazonas, Município de Maraã, e me tornado colega de vocês.
Me motivou a ampliação ora proposta um arremedo de palestra que fizemos na PR-SP para servidores terceirizados, e que foi rememorado por uma colega com as seguintes palavras:
"Prezado Osório ....
Apesar de não ter sido exatamente minha a idéia de convidá-lo - partiu da própria Drª Inês, devo confessar - não me arrependo de ter prontamente adotado a idéia como se minha fosse.
Sua participação, que não pode ser confundida com uma simples 'alestra' nos moldes costumeiros, foi um presente para todos que tiveram a sorte de ali estar. Teve momentos de emoção que para sempre serão lembrados.
Impressionou a muitos - e a mim, particularmente - o cuidado com a apresentação, a preocupação com o preparo do material e a atenção a cada uma das formas de expressar emoções: o sorriso, a lágrima ou o seu disfarce contido, a timidez (obrigada por poupar comentário público a respeito da minha performance com a música-poema do Chico). Além de ter olhos e ouvidos para perceber as emoções alheias, tem coração e alma para chamar pelo nome seus donos.
Não me surpreendeu a dedicação com que mergulhou no universo poético para nos conduzir ao belo, ao bom e ao ético.
Não fossem esses atributos de sua personalidade, não teria saído lá das lonjuras da bela Amazônia para compartilhar, pelas lonjuras deste mundo, com outros viventes, a poesia que habita aí nesse coração e nessa alma auto-aclamada feliz.
Deborah Stucchi"
É claro que a Deborah exagerou, pois, além de colega é amiga. De qualquer modo, fiquemos com o estelionato da moça.
Pois bem, a partir desta sexta você estará recebendo POESIA(S), e não adianta protestar dizendo que seu nome (e-mail) deve ser excluído da lista, pois isto, tecnicamente, para nós é impossível. Portanto, se não desejar ler, use a tecla DELETE, que fica no lado direito do teclado, logo abaixo da tecla INSERT, e passe bem, de coração.
Se quiser tentar, tente, pois ler não dói!
A quem já conheço, um abraço, a quem ora me apresento: muito prazer, eu sou o
Osório Barbosa”.
Pois é, amigos e colegas de net, foi assim!
A seguir algo do material que encaminhei ao longo desses anos. Como não previ o futuro (falha nossa!), não guardei todo o acervo enviado, e o que ora recuperei se deve à colaboração inestimável de parceiros que respondiam as mensagens. A eles, muito obrigado.
Algumas mensagens estão incompletas, pois encaminhei anexos e não sei quais foram. Fica, mais uma vez, o pedido de ajuda para possível recuperação de todo o acervo.
Aos novos parceiros fica o sempre necessário: sejam bem vindos e deleitem-se.
(Cada mensagem é separada da outra pela data em que foi enviada).
16/07/04
Colegas,
Na terça última havia prometido ao Osório, nesta lista membros, um "poeminha francês" sobre estátuas. Aproveitando a sexta-feira, envio três, todos do surrealista Jacques Prévert.
Grande abraço,
João Carlos
"Le baptême de l'air
Cette rue
autrefois on l'appelait la rue du Luxembourg
à cause du jardin
Aujourd'hui on l'appelle la rue Guynemer
à cause d'un aviateur mort à la guerre
Pourtant
cette rue
c'est toujours la même rue
c'est toujours le même jardin
c'est toujours le Luxembourg
Avec les terrasses... les statues...les bassins
Avec les arbres
les arbres vivants
Avec les oiseaux
les oiseaux vivants
Avec les enfants
tous les enfants vivants
Alors on se demande
on se demande vraiment
ce qu'un aviateur mort vient foutre là-dedans."
"Le grand homme
Chez un tailleur de pierre
où je l'ai rencontré
il faisait prendre ses mesures
pour la postérité."
"Dimanche
Entre les rangées d'arbres de l'avenue des Gobelins
Une statue de marbre me conduit par la main
Aujourd'hui c'est dimanche les cinémas sont pleins
Les oiseaux dans les branches regardent les humains
Et la statue m'embrasse mais personne ne nous voit
Sauf un enfant aveugle qui nous montre du doigt"
Gerou o debate:
André Tarquinio Barreto wrote:
Por favor, João, tradução não! Quem Traduz trai! Diga apenas o significado, em linhas gerais, uma interpretação, para que eu possa enxergar o espírito que vivifica sobre as letras deste poema!
Abraços,
André!!!!!
e,
João Carlos de Carvalho Rocha - 07/16 2:43 pm
Ótimo, André. Concordo contigo. A tradução, principalmente na poesia, quebra o ritmo e a musicalidade, e os trabalhos de Prévert são particularmente musicais.
No primeiro poema o poeta comenta que uma determinada rua se chamava rua do Luxemburgo e agora se chama rua Guynemer, que é um herói de guerra. Mas aí ele se pergunta, se essa rua é a rua que sempre foi, com seus jardins, estátuas, fontes, pássaros e crianças, porque um aviador morto na guerra veio meter o seu bedelho nela?
O segundo é quase uma piada. O poeta comenta ter encontrado "O Grande Homem" (provavelmente um político, figura extremamente satirizada nas poesias de Prévert) em um atelier. E tiravam as medidas dele para a posteridade, para fazer uma escultura, mas a cena toda tem um ar fúnebre, que dá um toque de humor negro.
No terceiro poema, uma estátua de mármore ganha vida, passeia com o poeta pelas alamedas de Paris, e lhe dá um beijo. Tudo isso porque é domingo. A única testemunha do fato inusitado é um menino cego, que é o único capaz de "ver" a felicidade da estátua.
Enfim, Prévert é não apenas muito musical, como é muito influenciado pelo teatro, a arte surrealista por excelência.
Abração,
J. Carlos
e,
"André Tarquinio Barreto" - 07/16 3:47 pm
Valeu, Poeta Jurídico, artístico, teatral, rajásico, tornas a vida mais bela com tua forma divina de expressar as palavras com maestria!
Grande abraço,
André!!!!
e,
"Osório Silva Barbosa Sobrinho" - 16/07/04 15:41
Grato, André
Na verdade, um bom tradutor de poesia é também um bom poeta, pois preserva do original apenas a linha mestra.
Mas gostei do teu pedido e da resposta do JC.
Abraços,
Osório
18.02.2005
Retrato de mulher
Seu velado sorriso fertiliza
a paisagem estéril ao fundo
e seus olhos insinuantes
agitam meu oceano libídico.
A ausência de rosas, dálias,
papoulas, margaridas...
de flores
não afasta de você
a primavera,
mesmo após várias luas.
O retrato perde-se na moldura,
mas a mulher é o abismo de aromas,
corredor presente de vôos possíveis
onde debilmente macho
tateio meu futuro infantil.
Em suas fontes, matas,
montes e curvas de além-mar,
dedilho, navegante, a música de
toda minha existência.
(Carlos J. Tavares Gomes)
Cogito
Eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
Eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
Eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
Eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.
Autor: Torquato Neto
e,
Navegue...
Navegue, descubra tesouros,
mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela,
mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele,
mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos,
não pode molhar só o seu.
As lágrimas?
Não as seque, elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama?
Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta;
conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não
enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo
também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte- se quando julgar
necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue
nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
O mais é nada".
Autor: Fernando Pessoa
"Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha que cais!
Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais,
Não valem o prazer duma saudade!
Tu chamas ao meu seio, negra prisão!
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbres o brilho do luar!...
Não 'stendas tuas asas para o longe..
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar..."
("Anseios" - Floberla Espanca)
Quase soneto
Como bicho e como gente, te amo
Aqui e agora
Meu coração te pressente,
No repente e na demora
Te amo maduramente,
assim é a nossa hora
É passado no presente
É poente sendo aurora
Por te amar mais do que sei
Já não sou meu, eu sou nosso
Perdido em ti me encontrei
Por te amar mais do que posso.
abraços, bom fim de semana,
Autor: Elizabeth / Santos
O homem que ama
O homem que ama está ébrio sem vinho,
O homem que ama, saciado sem pão,
O homem que ama está apaixonado, arrebatado,
O homem que ama não come nem dorme.
O homem que ama é um rei sob andrajos,
O homem que ama, um tesouro entre ruínas.
O homem que ama não é da terra ou do ar,
O homem que ama não é do fogo ou da água.
O homem que ama é um oceano sem praias,
O homem que ama chove pérolas, sem nuvens.
O homem que ama traz cem luas e cem céus,
O homem que ama possui a luz de cem sóis.
O homem que ama tornou-se sábio pela verdade,
O homem que ama não se fez erudito pelos livros.
O homem que ama está além da fé e da incredulidade,
Para o homem que ama, que pecado existe?
O homem que ama cavalgou para fora do não-ser,
O homem que ama acercou-se com porte sublime.
O homem que ama está oculto, ó minha querida ______!
Procura e me encontra, pois sou o homem que te ama.
São Paulo, 14.08.04.
Elegia: indo para o leito
John Donne
Vem, Dama, vem que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado,
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
O que ele guarda quieto, tão de perto.
O corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
Os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens. Tu, meu anjo, és como o Céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
O que o meu Anjo branco põe não é
O cabelo mas sim a carne em pé.
Deixa que minha mão errante adentre.
Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre.
Minha América! Minha terra a vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha Mina preciosa, meu império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
Onde cai minha mão, meu selo gravo.
Nudez total! Todo o prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
O olho do tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-Te: atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.
09.06.06
"Osório Silva Barbosa Sobrinho" <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>
09/06/06 18:10 >>>
Caros todos,
Há cerca de cinco anos venho encaminhando na nossa rede alguns POEMAS, sempre às sextas-feiras, a fim de lhes desejar um excelente final de semana.
A princípio tal iniciativa era restrita à PR-SP e às PRMs deste Estado.
Depois ampliamos para a PRR3, PR-AC e alguns outros colegas individualmente. A experiência tem sido gratificante!
Tendo em conta a receptividade e sugestão de alguns, estamos ampliando o leque de "ouvintes/leitores", daí termos pensado levar POESIA para todos os servidores do MPF, como fazemos na rede dos membros desde a época acima indicada.
A princípio o título do assunto, na mensagem, era: POESIA * para quem gosta.
Mesmo com o assunto indicando o tema, uns dois ou três resolveram protestar contra a remessa de poesia na rede pública. Certamente são colegas que trabalham as oito horas por dia; que não tomam café, não fumam, não chegam atrasados e nem saem antes da hora, também não adoecem e nem recebem nem fazem telefonemas para familiares. Ou seja, são padrões de eficiência e dedicação. Parabéns a eles!
Mesmo assim, resolvemos mudar o título do assunto, passando para: POESIA * para quem gosta (ou DELETE), a fim de facilitar a vida dosfuncionários padrão!
Veio um tal de Clan Ricardo, nosso colega e poeta da PR-SP e sugeriu o título: Poesia * deleite-se (ou delete), o qual não pode deixar de ser aproveitado, com pequena alteração.
Pensando em conversar com vocês, fazer esta abordagem, pedi ajuda a uma colega nossa, excelente poeta, que se eximiu dizendo o seguinte:
"... não consegui "abraçar a causa" do "deleite-te ou delete" - daí o meu silêncio aparentemente displicente. Ao contrário. Tal discurso se confrontaria com uma das minhas crenças artísticas fundamentais: poesia é saber esotérico. Não se pode simplesmente escolher sentir as agulhadas abrasadoras dos versos. Não é algo intelectualizado, você bem sabe. A plebe rude - por mais ilustração acadêmica pequeno-burguesa que possua - jamais chegará a ter tatuada n'alma 'a orquídea de fogo' do lirismo. E sempre se sentirá entediada até em ver mensagens chegando periodicamente às suas caixas postais.
Não tente fazer de laranjas maçãs, cajus, uvas..."
As palavras são fortes, mas eu sou mais insistente que certas lógicas que estão por aí, caso contrário não tinha saído das margens do Rio Japurá no Amazonas, Município de Maraã, e me tornado colega de vocês.
Me motivou a ampliação ora proposta um arremedo de palestra que fizemos na PR-SP para servidores terceirizados, e que foi rememorado por uma colega com as seguintes palavras:
"Prezado Osório ....
Apesar de não ter sido exatamente minha a idéia de convidá-lo * partiu da própria Drª Inês, devo confessar * não me arrependo de ter prontamente adotado a idéia como se minha fosse.
Sua participação, que não pode ser confundida com uma simples "palestra" nos moldes costumeiros, foi um presente para todos que tiveram a sorte de ali estar. Teve momentos de emoção que para sempre serão lembrados.
Impressionou a muitos * e a mim, particularmente * o cuidado com a apresentação, a preocupação com o preparo do material e a atenção a cada uma das formas de expressar emoções: o sorriso, a lágrima ou o seu disfarce contido, a timidez (obrigada por poupar comentário público a respeito da minha performance com a música-poema do Chico). Além de ter olhos e ouvidos para perceber as emoções alheias, tem coração e alma para chamar pelo nome seus donos.
Não me surpreendeu a dedicação com que mergulhou no universo poético para nos conduzir ao belo, ao bom e ao ético.
Não fossem esses atributos de sua personalidade, não teria saído lá das lonjuras da bela Amazônia para compartilhar, pelas lonjuras deste mundo, com outros viventes, a poesia que habita aí nesse coração e nessa alma auto-aclamada feliz.
Deborah Stucchi"
É claro que a Deborah exagerou, pois, além de colega é amiga. De
qualquer modo, fiquemos com o estelionato da moça.
Pois bem, a partir desta sexta você estará recebendo POESIA(S), e não adianta protestar dizendo que seu nome (e-mail) deve ser excluído da lista, pois isto, tecnicamente, para nós é impossível. Portanto, se não desejar ler, use a tecla DELETE, que fica no lado direito do teclado,
logo abaixo da tecla INSERT, e passe bem, de coração.
Se quiser tentar, tente, pois ler não dói!
A quem já conheço, um abraço, a quem ora me apresento: muito prazer, eu sou o
Osório Barbosa
P.S.1: como temos colegas novos na rede (mas não são peixes!) vai, quase sempre, um poema inédito e um repeteco, que, para eles, torcemos, seja inédito.
P.S.2: você pode colaborar enviando o seu poema (de sua autoria ou de quem você desejar).
Depois das explicações, os poemas:
CERTEZA
Já experimentei tudo
Oscilei entre a crença e o vazio
e resolvi acreditar em mim.
Não que eu mereça crédito
Sou um cretino de muitas maldades.
(Tenho sonhos terríveis que escandalizariam qualquer devasso.)
Mas entre as dúvidas que me assaltam
e a certeza dos que me censuram,
prefiro o meu jeito errado.
Não se preocupem com os meus erros:
eles são o que há de mais certo em mim.
(Autor: João Batista)
e,
A QUE ESTÁ SEMPRE ALEGRE
Teu ar, teu gesto, tua fronte
São belos qual bela paisagem;
O riso brinca em tua imagem
Qual vento fresco no horizonte.
A mágoa que te roça os passos
Sucumbe à tua mocidade,
À tua flama, à claridade
Dos teus ombros e dos teus braços.
As fulgurantes, vivas cores
De tua vestes indiscretas
Lançam no espírito dos poetas
A imagem de um balé de flores.
Tais vestes loucas são o emblema
De teu espírito travesso;
Ó louca por quem enlouqueço,
Te odeio e te amo, eis meu dilema!
Certa vez, num belo jardim,
Ao arrastar minha atonia,
Senti, como cruel ironia,
O sol erguer-se contra mim;
E humilhado pela beleza
Da primavera ébria de cor,
Ali castiguei numa flor
A insolência da Natureza.
Assim eu quisera uma noite,
Quando a hora da volúpia soa,
Às frondes de tua pessoa
Subir, tendo à mão um açoite,
Punir-te a carne embevecida,
Magoar o teu peito perdoado
E abrir em teu flanco assustado
Uma larga e funda ferida,
E, como êxtase supremo,
Por entre esses lábios frementes,
Mais deslumbrantes, mais ridentes,
Infundir-te, irmã, meu veneno!
(Charles Baudelaire)
16.06.06
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
16/06/2006 11:15 >>>
Caros todos,
Sei que foi bom para vocês também!
Obrigado a todos, em especial aqueles que entenderam o espírito da coisa, como a colega que escreveu o seguinte:
"Bom dia!
Sabe, Osório, o que tem me deixado deprimida e até um pouco descrente do ser humano e do mundo que ele está consumindo, é o fato de perceber a falta ou o fim da sensibilidade na maioria das pessoas.
É o cúmulo do absurdo ainda termos de oferecer tais explicações a respeito de poesias, pedras preciosas que vc nos oferece todos os dias feito um ritual de agradecimento a cada dia que tb recebemos de presente, a alguns que perderam a visão de algo mais do que a rotina massacrante.
Nada desanima mais do que perceber que a mecanicidade pela qual o ser humano se deixa envolver massifica, endurece e faz perder vida. O pior é
que além de não viver, empreitam uma atitude de tentar matar o que há de mais belo dentro de raros seres como nós... a beleza da existência.
Meu beijo de agradecimento pela belas palavras que vc manda pra gente todos os dias e meu beijo de pedido para que continue nos fazendo esse
tão gostoso carinho.
Sensivelmente unidos, nos valorizaremos e sobreviveremos".
Entretanto, teve um outro que leu a mensagem inicial, mas não a compreendeu. Vejam o que ele disse:
"Meu caro amigo Osório....do fundo do coração...
Voce é um chato !!!
Retire meu nome da sua lista, ok ?
Fico a pensar como uma pessoa consegue escrever tanta besteira. Está faltando serviço aí pra voces ?
E já que gosta de poesia, fique com esta do Chico:
"Não é por estar na sua presença, meu prezado rapaz...
Mas voce vai mal, mas vai mal demais..."
Ps. Não esqueça, tire meu nome de sua lista..."
Ou seja, ele não sabe usar a tecla indicada!
Sigamos adiante, mesmo com as pedras do caminho...
Alguns outros colegas resolveram mostrar seus talentos e enviaram as poesias abaixo, com as quais vos brindo nesta sexta preguiçosa.
Abraços,
Osório
Maquinomem
O homem esposou a máquina
e gerou um híbrido estranho:
um cronômetro no peito
e um dínamo no crânio.
As hemácias de seu sangue
são redondos algarismos.
Crescem cactos estatísticos
em seus abstratos jardins.
Exato planejamento,
a vida do maquinomem.
Trepidam as engrenagens
no esforço das realizações.
Em seu íntimo ignorado,
há uma estranha prisioneira,
cujos gritos estremecem
a metálica estrutura;
há reflexos flamejantes
de uma luz imponderável
que perturbam a frieza
do blindado maquinomem.
(autora: Helena Kolody, enviada por Claudia Mariotti * PR PR)
E,
Letra Porteña
A poesia
é como um gol suave que sequer toca as redes
diferença sultil
de inotável profundidade
É um beijo de lábio.
(autor: Hernando Peatón, enviada por: Marcelo Moreira Palma * PR SP)
E,
Instituição
No prédio, resfriado
guichê de atendimento,
meio dia.
Bandeira ao alto,
guarda à porta,
papel timbrado,
ideologia.
"Boca de café",
relógio de ponto,
melancolia.
Gente estressada,
público taciturno,
rebeldia.
Chefe compenetrado,
metas alcançadas,
burocracia.
E papel...
muito papel.
(José Arlindo de Oliveira * PR MT)
E,
"Em junho não tem solidão!
Em junho, os sonhos renascem
e de novo a vida é pura ilusão!
Em junho, renasci das cinzas
para alçar meu vôo em minha direção!
Em junho, vidas que se abrem,
o sol que se fecha...
E não há cupido que acerte a flecha
no meu coração!
Em junho, eu juro,
ninguém mais me engana.
Eu vou ser sacana.
vou pular o muro na primeira brecha...
Em junho, ninguém me comanda,
nem me manda ordens.
Vou bater recordes
de devassidão!"
(Kátia Cornélius * PRR4)
E,
Vingança
O pingo perfura a rocha...
O tempo passa lento, discreto,
Ensinando a esperar...
Assim age meu pensamento...
Um dia vou me vingar...
A bala está guardada...
A faca velha amiga...
Pensam que eu esqueci?
Trabalho com a formiga.
Fui eu que padeci!
Três ou quatro anos...
Passam alimentando a vingança.
Ninguém se lembrará...
Quando surgir aquela cobrança...
A morte lá estará...
Os dois alimentarão os vermes,
Muito antes do que imaginam.
Afetaram o sangue sagrado,
Meu ódio: nem imaginam,
Com sangue será purificado.
(Miguel Rodrigues de Oliveira Filho * PR AM)
19.05.06
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
19/05/06 16:39 >>>
Caras(os) colegas,
Ontem consegui fazer várias mulheres chorarem!
Calma! Calma!
Fui, por temeridade, certamente, convidado pela colega Inês Virgínia Prado, a falar sobre poesia para o pessoal terceirizado da PR SP, dentro de um projeto sobre cidadania.
O que eu vou falar? Pensei, já que não sei poetar e nem conheço a teoria poética. A única coisa que sei, se é que sei de algo, é que gosto de posia.
Reuni algumas poesias, algumas recitadas em CDs que existem na praça, e duas músicas e rumei para a PR às 9:30 (ninguém merece esse horário!).
No auditório apareceram os convidados, alguns servidores e as colegas Zélia e Inês.
Após apresentar quem seria o poeta (me vali da Autopsicografia do F. Pessoa).
Após a breve apresentação do poeta e dizer do meu propósito, pedi ao Humberto, jornalista da PR, que lesse o poema "Retrato de mãe", que encaminhei dia desses. À medida que ele lia, Zélia e outras pessoas (mulheres) enchiam os olhos de lágrimas. FOI UM DOS MELHORES PRESENTES que ganhei!
Ademais, se a poesia nunca me deu o que comer, não posso dizer o o mesmo sobre o que beber. Ganhei duas garrafas de vinho! E o que é melhor, acompanhadas de tira-gosto (pistache e patê de fígado de pato magro, que tem aquele nome em francês que eu não sei dizer. Um tal de fuá grá!)
Não podia deixar de compartilhar com vocês essa grande alegria que vivi.
Abraços e, abaixo, a poesia para o excelente final de semana que desejo a todos, em especial ao colega ANTÔNIO CARNEIRO SOBRINHO, que, recentemente, me recebeu na PRR1 com a gentileza de um cavalheiro, que o é.
Osório
Do mal, muita coisa boa resultou.
Mantendo-me calmo, nada reprimindo,
permanecendo atento e aceitando a realidade.
Vendo as coisas como elas são e não como eu queria que elas fossem.
Ao fazer tudo isso, adquiri um conhecimento incomum,
assim como poderes invulgares,
de uma amplitude que jamais poderia ter imaginado.
Sempre pensara que quando aceitamos as coisas,
elas nos sobrepujam de um modo ou de outro.
Resulta que isso não é verdade em absoluto.
É somente aceitando as coisas
que podemos assumir uma atitude em relação a elas.
Por isso, tenciono agora fazer o jogo da vida,
ser receptivo a tudo que me chegar,
bom e mal, sol e sombra alternando-se eternamente; e,
desta forma, aceitar também minha própria natureza,
com seus aspectos positivos e negativos.
Assim, tudo se torna mais vivo para mim.
Que insensato eu fui! Como me esforcei para forçar todas as coisas
a harmonizarem-se com o que eu pensava que devia ser ...
- Carl Gustav Jung -
Uma colega disse:
De: "Analucia Hartmann" <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>
Para: <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>
Data: 19/5/06 17:57
Assunto: Re: ... alguma poesia.
Mais uma vez obrigada Osório, pela lírica pausa do final de semana.
Abraço,
Ana
23.06.06
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
23/06/06 16:05 >>>
Caros todos,
Vamos às poesias de hoje?
Seguem abaixo.
Em anexo, um manual para quem não desejar a mensagem com o título acima
e a frase do dia.
Bom final de semana.
Abraços,
Osório
Abri aquela porta do corredor.
A última, a mais lúgubre.
A lacrada com agudas dores
E ranger de dentes
Abri a porta
E só vi'alma vencida
E tanta negação e covardia
Vieram-me esvoaçar
Que arremessei a porta
De novo à mudez
Porque me vi lá dentro
cultuando um ogro
Que seduziu fazendo rir
E que, por um tempo, esteve perto
Terno,
Irmão-guia na estrada
Insossa de tanto "dever-ser"
Amar o ogro - sentir que horripila
Que vexa e bane
Amar o ogro
Que não ama
Só gargalha e goza
E eu me aviltando por não fugir
Numa auto-violação
mais torpe que o estupro
consentido a um pai.
naamir{|M|}
E,
POESIA
"Me excito por qualquer pedaço de carne sem roupa!
Adoro shopping Center, fast food...
acordo atrasado.... durmo tarde!!!
sou mais um que passa horas dançando
alucinado, entorpecido...
Sim eu gosto de praia...
Amo muvuca, balada...
curto ler...
Sim sou revoltado.. sou desnecessário!!
Sou de touro e sou romântico!
Admiro a religião
adoro álcool !!! hehehe
Amo todos que estão em minha vida!
Também penso onde estou, porque estou, para onde vou...
Eu sou apenas mais um, que tenta pensar
que tenta se sobressair... que tenta ser aplaudido!
Minha ética que me vale!
meus erros que me valem!
Meus acertos... que me... refresquem!!!
um pseudo inteligente... um pseudo negligente!
O ótimo é que sou o que sou, o ótimo é que eu vivo
Ocupo espaço, divido idéias, divido sentimentos!
O ótimo é que sou INSUBSTITUÍVEL! O ótimo é que sou estranho
Sim sou um que não ferra com os outros....
sim sou um cara que reza pela felicidade de todos!
Sim eu sou aquele que fica na roda dos nerds e na dos "pervertidos"
Também sou aquele introspectivo... distraído!
sou na minha... sou sossegado...
Enfim sou tudo aquilo que o mundo me dá!
Se alguém achar a minha identidade,
souber me definir... me defina!
Sou um cara que tem fotolog! Um msn e apesar de não ter muita
paciência para net, meio viciado nela SIM
Talvez ainda busque algo, alguém...
Talvez eu ainda espere sentir o que nunca senti".
(Anônimo, encaminhada por Eduardo * PR-SP)
E,
POESIA
"Me excito por qualquer pedaço de carne sem roupa!
Adoro shopping Center, fast food...
acordo atrasado.... durmo tarde!!!
sou mais um que passa horas dançando
alucinado, entorpecido...
Sim eu gosto de praia...
Amo muvuca, balada...
curto ler...
Sim sou revoltado.. sou desnecessário!!
Sou de touro e sou romântico!
Admiro a religião
adoro álcool !!! hehehe
Amo todos que estão em minha vida!
Também penso onde estou, porque estou, para onde vou...
Eu sou apenas mais um, que tenta pensar
que tenta se sobressair... que tenta ser aplaudido!
Minha ética que me vale!
meus erros que me valem!
Meus acertos... que me... refresquem!!!
um pseudo inteligente... um pseudo negligente!
O ótimo é que sou o que sou, o ótimo é que eu vivo
Ocupo espaço, divido idéias, divido sentimentos!
O ótimo é que sou INSUBSTITUÍVEL! O ótimo é que sou estranho
Sim sou um que não ferra com os outros....
sim sou um cara que reza pela felicidade de todos!
Sim eu sou aquele que fica na roda dos nerds e na dos "pervertidos"
Também sou aquele introspectivo... distraído!
sou na minha... sou sossegado...
Enfim sou tudo aquilo que o mundo me dá!
Se alguém achar a minha identidade,
souber me definir... me defina!
Sou um cara que tem fotolog! Um msn e apesar de não ter muita
paciência para net, meio viciado nela SIM
Talvez ainda busque algo, alguém...
Talvez eu ainda espere sentir o que nunca senti".
(Anônimo, encaminhada por Eduardo * PR-SP)
E,
Chegas sempre em tempo
A iminência de quebrar-me
toca fundo teu instinto
e chegas sempre em tempo de segurar o vaso.
- Te prescinto -
Em tuas mãos caibo inteira
quando me fragilizo e desfaço.
Por perto estás sempre
e aparas a porcelana que já não sustento.
Nunca me deixas quebrar
nem permites que me violentem
as rachaduras que tentam ficar.
E mesmo à distância
que as vezes te leva,
te traz de repente e evitas a quebra
do sonho mágico
que tenta fugir.
(JR * PR-GO)
E,
Voltei! Encontrei fechada a tua porta
Quisera ao menos te apertar a mão
Pedi notícias tuas e me deram
Porém tão tristes tão penosas eram
Que senti rebentar-me o coração.
Disseram-me, ai de mim, que já não és
Aquela amiga que aqui deixei
A doce amiga a quem tanto amei
E a quem de prantos alaguei os pés.
Disseram-me também que és mais formosa
Que és mais formosa do que dantes eras
Mas que de ti fugiu a providência
E que os cândidos lírios da inocência
Já não ornam mais as tuas primaveras
Oh! Que triste volta, cruel tormento
Melhor seria se à tua porta
Ouvisse alguém dizer nesse momento
Não a procures não - ela está morta!
(Autor: Humberto de Campos, encaminhada por Sheila * PR-SE)
E,
Não tenho seu amor
Mas posso sonhar
Os dias passam em brancas nuvens
Fico a seu lado sem poder lhe tocar
Não tenho seu carinho
Mas em meus sonhos encontro você
Em meus sonhos tenho seus beijos
Em meus sonhos posso lhe amar
Em meus sonhos somos somente eu e você
Sem medo, sem tempo, sem dor
Sem ninguém para reclamar seu corpo
Sem dona para o seu coração
Em meus sonhos você também é livre
E naquela dimensão tenho sua vontade
E todo o resto deixa de ser importante
Lá é um mundo de sonhos, mas meu amor é de verdade.
(Ângela – PR - AC)
E,
QUE MINHA LOUCURA NÃO VENHA SER SENTIDA
POR AQUELES QUE PASSAREM POR MIM E NEM
AOS QUE ME OLHAREM NOS OLHOS.
QUE MINHA LOUCURA NÃO PASSE DE DEVANEIOS,
ALUCINAÇÕES LÚCIDAS DOS FLESHS E MOMENTOS
VIVIDOS OUTRORA.
QUE MINHA LOUCURA NÃO FAÇA DE MIM UM MONÓTONO
E CHATO HOMEM DA SOCIEDADE MODERNA.
QUE MINHA LOUCURA POSSA SER ENCARADA COMO ALGO
NORMAL E PREVISÍVEL ANTE TANTOS LOUCOS E MEGALÔMANOS.
QUE MINHA LOUCURA CONTINUE ME DEIXANDO SÓBRIO E LÚCIDO
COMO ESTOU AGORA.
QUE MINHA LOUCURA SOBREVIVA AO MEU ESTADO
DE SANIDADE MENTAL PERFEITA.
(CELSO RICARDO - PRR2 * RJ)
12.01.07
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
12/01/07 14:00 >>>
Caros todos,
Como saí de férias no dia 30.11.06, poucos dias depois minha caixa estava completamente cheia das maravilhosas mensagens daqueles que, inteligentemente, usam a rede, em vez de ficarem praguejando contra sua existência, razão pela qual não pude, oportunamente, externar o meu permanente desejo em relação a todos, inclusive aos praguejadores, em dias imediatamente anteriores aos tradicionais 25 e 31 de dezembro: que a saúde os acompanhe sempre!
Como disse isso telepaticamente, aproveito, agora, mesmo tardiamente, mas de coração, para renovar meus votos de um FELIZ 2007, já que o NATAL de todos que ora me lêem esta mensagem foi maravilhoso, espero.
Estou, lentamente, lendo as mensagens que me foram enviadas (em especial aquelas acompanhadas de poemas), depois divulgaremos.
Oferecida a todos, como sempre, esta poesia, mas, em especial, hoje, a dedicamos ao colega Ricardo Honorato - PR/RR, smpre gentil e atencioso para com todos!
Excelente final de semana com o poeta amazonense abaixo transcrito.
Saúde e Paz, sempre.
Abraços,
Osório
IX
- Já se calaram todas as cigarras
no bucolismo dessas horas quedas.
Não vibram mais orquestrações bizarras
pelo silêncio bom das alamedas.
Amo-a demais. Às vezes sua ausência
a saudade deplora e eis-me a chamá-la
para que traga azul a esta querência
e um pouquinho de sol à minha sala.
Vem dela a minha glória e é dela o cheiro
de mocidade, que pelo ar se estrela.
Duvido que haja rosa em seu canteiro
que cheire tanto como a carne dela.
(Dona Ausente)
Autor: Mário Ypiranga Monteiro
Livro: Poesia e Poetas do Amazonas, p. 111. Editora Valer
POESIA: deleite-se ou delete-me (bloco 1)
Amigo visitante, vejam como começou esse negócio de enviar, sempre às sextas-feiras, poesias para amigos e colegas:
“Caros todos,
Há cerca de cinco anos venho encaminhando na nossa rede alguns POEMAS, sempre às sextas-feiras, a fim de lhes desejar um excelente final de semana.
A princípio tal iniciativa era restrita à PR-SP e às PRMs deste Estado (SP).
Depois ampliamos para a PRR3, PR-AC e alguns outros colegas individualmente. A experiência tem sido gratificante!
Tendo em conta a receptividade e sugestão de alguns, estamos ampliando o leque de "ouvintes/leitores", daí termos pensado levar POESIA para todos os servidores do MPF, como fazemos na rede dos membros desde a época acima indicada.
A princípio o título do assunto, na mensagem, era: “POESIA - para quem gosta”.