Sobre algo da semana passada, disse o Guilherme Chaibe Montenegro - PRR:
"Quanto às mulheres, não posso deixar passar em branco uma passagem que ouvi de uma amiga minha: "Homem é que nem cabelo. Às vezes a gente prende, algumas vezes solta, outras deixa de lado, mas mulher nenhuma gosta de ficar careca!"
Já o Isis José Leite - PRMT, encaminhou o anexo. Lindo, lindo!
Abaixo um belo poema de um grande, literal e metaforicamente, poeta amazonense.
Excelente final de semana.
Abraços,
Osório
PRIMÍCIAS
Começo pelo começo
bem calmo nesse arremesso,
e a boa velocidade
vem nos dedos sem alarde.
A pressa que traz desastres
está fora desse catre
e a cama dos seus desejos
é dela e dos meus arpejos.
Música de descoberta
é a que vem tão aberta
que sabe a chave da cela
inventando-se janela.
Sabe soltar essa fera
presa na teia da espera:
breve sopro no pescoço
toque macio no dorso.
As mãos em concha nos seios
colinas do meu passeio
sou cuidadoso alpinista
sei do mamilo a conquista.
A língua meu artefato
se atiça com muito tato
vai do ouvido ao seu regaço
e lúbrica banha o espaço.
O tempo se perde inteiro
num relógio sem ponteiros.
Já o disse certa vez
nas curvas da sensatez.
Os sons que saltam do corpo
úmidos de tanto rogo
se abafam num bafo quente
vapor de tesão fremente.
Há mistérios nas palavras
que nem a memória grava
são do instante a liberdade
que o vulgar vem sem as grades.
É quando desço ao regato
revelando no meu trato
o retrato e seu reflexo
toda a magia do sexo.
E o beijo mais escolhido
pousa nos pêlos tecidos
crespa canção guardiã
do milagre da manhã.
E ligeira se aligeira
a serpente mais rasteira
de língua manemolente
amaciando o presente.
Autor: Aníbal Beça
23.01.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
01/23/09 10:54 am >>>
Caros todos,
Que tenham um final de semana iluminado!
Será que os brutos também amam? Nunca concordei que Maquiavel fosse "maquiavélico", nem o autor do livro abaixo indicado.
Abraços,
Osório
O amor
Sou obrigado a lhe contar como eu mesmo manejei o amor.
Na verdade, deixei o amor fazer o que quisesse e o segui por entre colinas e vales, bosques e prados.
Descobri que, dessa forma, ele me garantiu mais encantos do que se eu o tivesse atormentado.
Então, livre-se dos arreios, remova as rédeas, feche os olhos e diga:
Vá em frente, Amor, seja meu guia, meu líder (...).
Assim mestre, seja feliz, não desanime, encare a Fortuna diretamente e siga qualquer que seja o curso que os revoltos céus e as condições enviadas para você pelos tempos e pela humanidade deixarem ao pé da sua porta.
Autor: Maquiavel (Fonte: “Maquiavel, um homem incompreendido”, de Michael White, Record, p. 162).
30.01.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
30/1/2009 12:08 >>>
Caros todos,
Recentemente saiu uma notícia atribuindo a um Ministro do STF o seguinte: "Ayres Britto diz que juízes brasileiros precisam ler mais poesia".
Se falta aos juízes, imaginem ao povo brasileiro!
De qualquer modo, no MPF, embora falte também, falta um pouquinho menos. Não é mesmo.
Excelente final de semana com poemas abaixo (dois deles escritos no próprio mundo do Direito, onde, também, existe poesia) e nos anexos.
Abraços,
Osório
Tem sido uma constante em nosso Direito Constitucional a preocupação com a tutela das situações já consolidadas pelo tempo. Sobre a necessidade dessa proibição, nada mais precisas do que as palavras de Vicente Ráo: “A inviolabilidade do passado é princípio que encontra fundamento na própria natureza do ser humano, pois, segundo as sábias palavras de Portalis, o homem, que não ocupa senão um ponto no tempo e no espaço, seria o mais infeliz dos seres, se não se pudesse julgar seguro nem sequer quanto à sua vida passada. Por essa parte de sua existência, já não carregou todo o peso do seu destino? O passado pode deixar dissabores, mas põe termo a todas as incertezas. Na ordem do universo e da natureza, só o futuro é incerto e esta própria incerteza é suavizada pela esperança, a fiel companheira da nossa natureza. Seria agravar a triste condição da humanidade querer mudar, através do sistema da legislação, o sistema da natureza, procurando, para o tempo que já se foi, fazer reviver as nossas dores, sem nos restituir as nossas esperanças” (O direito e a vida dos direitos, v. 1, p. 428).
e,
"O direito é um dos fenômenos mais notáveis na vida humana. Compreendê-lo é compreender uma parte de nós mesmos. É saber em parte porque obedecemos, porque mandamos, porque nos indignamos, porque aspiramos mudar em nome de ideais, porque em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e nos tira a liberdade. Por isso, compreender o direito não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente sistematizadas. O encontro com o direito é diversificado, às vezes conflitivo e incoerente, às vezes linear e conseqüente. Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição, espontaneidade. Para compreendê-lo é preciso, pois, saber e amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. Mas só quem o ama é capaz de dominá-lo rendendo-se a ele. Por tudo isso, o direito é um mistério, o mistério do princípio e do fim da sociabilidade humana. Suas raízes estão enterradas nesta força oculta que nos move a sentir remorso quando agimos indignamente e que se apodera de nós quando vemos alguém sofrer uma injustiça. Introduzir-se ao estudo do direito é, pois, entronizar-se num mundo fantástico de piedade e impiedade, de sublimação e de perversão, pois o direito pode ser sentido como uma prática virtuosa que serve ao bom julgamento, mas também usado como um instrumento para propósitos ocultos ou inconfessáveis. Estudá-lo sem paixão é como sorver um vinho precioso apenas para saciar a sede. Mas estudá-lo sem interesse pelo seu domínio técnico, seus conceitos, seus princípios, é inebriar-se numa fantasia inconseqüente. Isto exige, pois, precisão e rigor científico, mas também abertura para o humano, para a história, para o social, numa forma combinada que a sabedoria ocidental, desde os romanos, vem esculpindo como uma obra sempre por acabar." TERCIO SAMPAIO FERRAZ Jr., INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO, Introdução.
e,
Mar de soluços, lágrimas, suspiros;
num voo atravesso,
brincando com o destino,
trilhando giros;
Desterro: seduz, aquieta, apressa, acalenta;
Ama e embala ao som do mar;
E nesse doce capricho - eu naufraga - da vida;
Me apaixono e cúmplice na teia de amor;
te carrego comigo, minha doce confidente,
nas asas aladas da minha saudade.
Autora: Roseli Bodnar (Colaboração: Paulino Silva - PRTO, ex-PRAM)
06.02.09
Caros todos,
Que o amor, que embala até os deuses, vos encontre e/ou se mantenha convosco.
Excelente final de semana é o que espero para todos nós com os poemas abaixo.
Abraços,
Osório
“O jovem e ditosa mulher,
Por que insistes em continuar virgem?
A seta do desejo trespassou Zeus,
Que por ti arde em chamas.
Contigo quer ele a fruição do amor”.
(do livro Mitologia de Edith Hamilton, Martins Fontes, p. 99)
e,
Assum Preto
Tudo in vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá de mió (bis)
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste cumo o teu
Também robaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus..
Autores: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira
13.02.09
>>> "Osório Silva Barbosa Sobrinho"
13/2/2009 11:23 >>>
Caros todos,
Que tenham um final de semana prodigioso.
Abaixo alguns versos do Cacaso para ajudar.
Abraços,
Osório
Táxi
O poeta passa de táxi em qualquer canto e lá vê
o amante da empregada doméstica sussurrar
em seu pescoço qualquer podridão deste universo.
Como será o amor das pessoas rudes?
O poeta não se conforma de não conhecer
todas as formas da delicadeza.
Exceção
Desconfio que todos os meus atos são pretextos.
Rito
Cadê o queijo que estava aqui?
O gato comeu.
Gato filho da puta.
Preconceito
Dinheiro não tolera desafor.
Dente por dente
meu amor
por aqui tem se ido continuo
o mesmo e você
já
continua a mesma?
apesar
de tudo
demônio te
amo
20.02.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
20/02/2009 10:28 >>>
Caros todos,
Que o final de semana seja de paz e muita fulia!
Abaixo algum alimento para a alma. Em anexo uma crônica fantástica. (Salomão Schwartz - ovos)
Como os poemas sempre são destinados a todos, hoje tem um destinatário especial, o "louco" que encaminhou a mensagem abaixo, com a qual incentiva a continuidade de nossa loucura das sextas. De core, obrigado Hellyton e que sejas feliz no novo pouso.
Abraços,
Osório
Se eu de ti me esquecer
Se eu de ti me esquecer, nem mais um riso
Possam meus tristes lábios desprender;
Para sempre abandone-me a esperança,
Se eu de ti me esquecer.
Neguem-me auras o ar, neguem-me os bosques
Sombra amiga, em que possa adormecer,
Não tenham para mim murmúrio as águas,
Se eu de ti me esquecer.
Em minhas mãos em áspide se mude
No mesmo instante a flor, que eu for colher;
Em fel a fonte, a que chegar meus lábios,
Se eu de ti me esquecer.
Em meu peregrinar jamais encontre
Pobre albergue, onde possa me acolher;
De plaga em plaga, foragido vague,
Se eu de ti me esquecer.
Qual sombra de precito entre os viventes
Passe os míseros dias a gemer,
E em meus martírios me escarneça o mundo,
Se eu de ti me esquecer.
Se eu de ti me esquecer, nem uma lágrima
Caia sobre o sepulcro, em que eu jazer;
Por todos esquecido viva e morra,
Se eu de ti me esquecer.
Autor: Bernardo Guimarães
e,
Prezado Osório,
Gostaria de lhe fazer um pequeno agradecimento e um pedido.
Primeiramente, agradeço ao senhor pelos inúmeros momentos de descontração e de poesia proporcionados ao fim de cada semana de trabalho. Dessa forma, não há como não ter uma final de semana um pouco mais iluminado.
Nesse contexto, eu gostaria que o senhor cadastrasse meu outro endereço de e mail na sua lista do "Poesia: deleite-se ou delete-me". É que eu sou estagiário da Procuradoria da República no Estado do Pará e, após quase três anos, o meu contrato de estágio está chegando ao fim.
Assim, o endereço no qual recebo seus e-mail's (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.), em breve será extinto. Dessa forma, peço encarecidamente que o senhor cadastre no lugar dele o endereço Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., a fim de que eu continue me deliciando, às sextas-feiras, com os seus e-mail's. Era esse o pequeno pedido que eu gostaria de fazer. Espero que não seja muito incômodo.
Desde já, agradeço!
Cordialmente,
Hellyton Carvalho
27.02.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
27/2/2009 11:25 >>>
Caros todos,
Final de semana de paz e saúde e amor! Para ajudar, segue o poema
abaixo.
Abraços,
Osório
NÃO TE ESQUEÇAS DE MIM!
Não te esqueças de mim, quando erradía
Perde-se a lua no sidéreo manto;
Quando a briza estival roçar-te a fronte,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.
Não te esqueças de mim, quando escutares
Gemer a rôla na floresta escura,
E a saudosa viola do tropeiro
Desfazer-se em gemido de tristura.
Quando a flôr do sertão, aberta a medo,
Pejar os ermos de suave encanto,
Lembre-te os dias que passei comtigo,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.
Não te esqueças de mim, quando á tardinha
Se cobrirem de nevoa as serranias,
E na torre alvejante o sacro bronze
Dôcemente soar nas freguesias!
Quando de noite, nos serões de inverno,
A voz soltares modulando um canto,
Lembre-te os versos que inspiraste ao bardo,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.
Não te esqueças de mim, quando meus olhos
Do sudario do gelo se apagarem,
Quando as roxas perpetuas do finado
Junto á cruz de meu leito se embalarem.
Quando os annos de dôr passado houverem,
E o frio tempo consumir-te o pranto,
Guarda ainda uma idéia a teu poeta,
Não te esqueça de mim, que te amo tanto.
Autor: Fagundes Varella
13.03.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
13/03/09 12:11 >>>
Caras(os) todos,
Minha humilde contribuição para alegrar seu fim de semana.
Abraços,
Osório
Canção Para Uma Valsa Lenta
Minha vida não foi um romance...
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amas, não digas, que morro
De surpresa... de encanto... de medo...
Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance...
Pobre vida... passou sem enredo...
Glória a ti que me enches a vida
De surpresa, de encanto, de medo!
Minha vida não foi um romance...
Ai de mim... Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso... de um gesto... um olhar...
Autor: Mário Quintana
e,
Nunca ninguém sabe
Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar
Pois o meu verso tem essa quase imperceptível tremor...
A vida é louca, o mundo é triste:
vale a pena matar-se por isso?
Nem por ninguém!
Só se deve morrer de puro amor!
Autor: Mário Quintana
e,
Cantiga para não morrer
Quando você for se embora
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembra.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento
Autor: Ferreira Gullar
20.03.09
>>> "Osório Silva Barbosa Sobrinho"
03/20/09 2:04 pm >>>
Caros todos,
Um final de semana radiante é o que vos desejo. Para ajudar, um poema abaixo.
Abraços,
Osório
“Aquele que presencia os fatos e ama parece sempre ridículo. E será sempre ridículo falar a respeito. O amor arruína a capacidade de discernimento, e o amante – ou o amoroso – não discrimina, não separa, não conhece, não entende, não acerta. O amante não. Deve ser porque o amante, na verdade, é um portentoso sim. Daí que a linguagem do amor seja também inútil, errada, excessiva, ruminante. As personagens de Meu amor, um título descaradamente franco (como todas as ridículas cartas de amor), falam justamente essa língua. Hesitam, duplicam, abusam, confessam e pouco explicam. Explicar é desfazer as dobras; complicar é acrescentar mais dobras. O amor é mesmo todo dobrado, complicado; um nó falso, que nada prende nem solta e que, por ser feito de tantas dobras, confunde as mãos e os olhos.
(...)
Porque o amor, mais do que o fenômeno, é a linguagem dele, sobre ele, é a língua que ele faz o amante falar: uma palavra torta, inconformada e sem vergonha de mostrar sua carência”.
Noemi Jaffe, no prefácio do Livro “Meu amor”, de Beatriz Bracher, Editora 34.
27.03.09
Osório Silva Barbosa Sobrinho
27/3/2009 15:22 >>>
Caros todos,
Fim de semana espetacular é o que vos desejo.
Abaixo um poema e um escrito sem juízo.
Abraços,
Osório
INUTILIDADE DA POESIA
O que adianta dormir?
Se a canção continua,
mais pura, mais límpida,
entrando para a alma.
O que adianta descansar?
Se o ritmo faz o corpo
dobrar-se, dançar e pular
num desespero louco.
O que adianta sorrir?
Se as lágrimas continuam
aflorando os olhos,
como beijos em lábios inocentes.
O que adianta a poesia?
Se os homens ainda gritam,
ainda odeiam, ainda morrem.
O que adianta?
Autor: Lúcio Cardoso - Poemas inéditos.
Fonte: O Estado de São Paulo, 22 de março de 2009, domingo, Caderno 2 - Cultura, p. D2.
e,
Quantas vezes você já pronunciou uma palavra e prestou atenção na própria palavra e não no seu significado?
E na riqueza que algumas palavras trazem em si mesmas e que nada tem a ver com os seus significados?
Pronuncie e ouça a seguinte palavra: AMORTECEDOR.
Lentamente diga para você mesmo: AMORTECEDOR.
Ouviu algo?
O quê?
Decomponha a palavra em outras e aproveite a sonoridade e o significado de cada uma delas. Por exemplo:
AMOR
TÊ
CÊ
DOR
Ou assim: AMOR + TÊ + CÊ + DOR.
Ouviu melhor agora?
Pois é! E os significados?
Será que amor é ter dor?
Será que amor é ser dor?
Quem tem amor tem dor?
Quem é amor é dor?
O amor só dá dor e é causa de dor?
Na somatória o todo é igual às partes?
Será que a metafísica voltou seus olhos para a essência do amor?
A sua ontologia é a dor?
AMOR + TECE + DOR!
Quase sempre sim, o amor tece a dor!
Quanta contradição, meu deus/diabo!
SP, 26.03.09
04.04.09
Caros todos,
(Carta ao meu marido)
(contra macumba)
(RC e o antifumo) xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
17.04.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
04/17/09 1:35 pm >>>
Caros todos,
Hoje é sexta!
Excelente final de semana!
Abaixo algumas coisitas. Bem como um anexo.
Abraços,
Osório
A minha alegria!
A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da terra
Será que eu serei o dono desta festa
Um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá
Eu levei!
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá
Eu levei!
Acredito
Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo com o mar
E com o ar!
É hoje o dia da alegria
É a tristeza, nem pode pensar em chegar
Diga espelho meu!
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
A minha alegria!
A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da terra
Será que eu serei o dono desta festa
Um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá
Eu levei!
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mal olhado eu carrego o meu patuá
Eu levei!
Acredito
Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo com o mar
E com o ar!
É hoje o dia da alegria
É a tristeza, nem pode pensar em chegar
Diga espelho meu!
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
A minha alegria!
A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da terra
IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
Enredo: O teu cabelo não nega (Só dá Lalá) - 1981
Compositores: Gibi, Serjão e Zé Catimba
e,
PROVÉRBIOS E CANTARES XXIX
Caminhante, são teus rastros
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
o caminho se faz ao andar.
Ao andar se faz o caminho,
e ao voltar o olhar para trás
vê-se a trilha que nunca
mais há de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho
mas só pegadas no mar.
Autor: Antonio Machado (colaboração: José Luciano de Azevedo Junior -
PGR)
Em resposta recebemos:
De Fernando José Szegeri
Para: Osório Silva Barbosa Sobrinho
Data 04/17/09 4:51 pm
Assunto: Re: POESIA: deleite-se ou delete-me
Prezado Dr. Osório, se me permite uma pequena correção, já que essa é a minha praia, esse portentoso samba-enredo transcrito chamava-se originalmente "É hoje" e foi cantado pela União da Ilha do Governador no carnaval de 1982, composição de Mestrinho em parceria com o legendário Didi (Adolfo de Carvalho Baeta Neves, que ao que consta, teria sido procurador da República - uma das figuras mais fascinantes do mundo das escolas de samba).
O samba da Imperatriz Leopoldinense citado, "Só dá Lalá", começava assim:
"Nesse palco iluminado só da Lalá
És presente, imortal (Só da Lalá!)
Nossa escola se encanta
O povão se agiganta
É dono do carnaval"
Saudações e bom fim de semana,
Fernando
24.04.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
24/04/09 13:41 >>>
Caros todos,
Espetacular final de semana.
Corrigendas da semana passada:
>>> "Helio Vital Souza" <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.> 04/17/09 12:51 pm
>>>
Dr. Osório, belas músicas e como bom sambista, na minha opinião, um
dos melhores sambas enredos de todos os tempos. Somente uma observação: o
samba é da UNIÃO ILHA, Enredo: É Hoje - 1981 Compositores:
Didi/Mestrinho.
abraços,
Hélio Vital
CPL/PRAM
Manaus-AM
E,
>>> Fernando José Szegeri 04/17/09 4:51 pm >>>
Prezado Dr. Osório, se me permite uma pequena correção, já que essa é a
minha praia, esse portentoso samba-enredo transcrito chamava-se
originalmente "É hoje" e foi cantado pela União da Ilha do Governador no
carnaval de 1982, composição de Mestrinho em parceria com o legendário
Didi (Adolfo de Carvalho Baeta Neves, que ao que consta, teria sido
procurador da República - uma das figuras mais fascinantes do mundo das
escolas de samba).
O samba da Imperatriz Leopoldinense citado, "Só dá Lalá", começava
assim:
"Nesse palco iluminado só da Lalá
És presente, imortal (Só da Lalá!)
Nossa escola se encanta
O povão se agiganta
É dono do carnaval"
Saudações e bom fim de semana,
Fernando
Obrigado ao Hélio e ao Fernando.
Pedido ao Brasil e ao mundo: nosso colega Sérgio Taboada, um lindo
acreano, tá precisado da nossa força. Vejam:
>>> Sergio Rocha Taboada 04/23/09 12:12 pm >>>
Olá caro Osório,
Estou divulgando meus espaços virtuais, uma música nova e fazendo
campanha para a "Garagem do Faustão". Em baixo a letra de "Vida
Engarrafada" (qualquer semelhança não é mera coincidência..rsss). Uma
música simples, letra fácil, popular, mas com o mínimo de qualidade.
O objetivo é esse mesmo. Fazer as pessoas se divertirem e pensar, sem
ser chato ou metido a sofisticado musicalmente... Lá mais embaixo, os
links para ouvi-la e ver uns vídeos caseiros (nada de pornô...rss)
Quero sua ajuda, divulgando para seus contatos, se possível...
Vida Engarrafada
(SergioTabu)
Mora na cidade grande
E todo dia ele vê gente, gente, gente, gente
Procura a felicidade
Em qual fila isso vende, vende, vende, vende?
Anda no seu carro novo
Financiado e alienado
Mas logo na primeira rua
O trânsito fica parado
Veloz que nem tartaruga
Ele vive engarrafado
Respeita placas e sinais
Mas não entende é sempre multado
Mora na cidade grande
E todo dia ele vê gente, gente, gente, gente
Procura a felicidade
Em qual fila isso vende, vende, vende, vende?
Tenta outra solução
Mas o metrô está sempre lotado
Passa o dia "emparedado"
Pensa que ainda vai morrer sentado
Não sente vento e nem chuva
Só poluição e ar-condicionado
Dizem que é uma pessoa livre
Não tem direito a banho de sol
Mora na cidade grande
E todo dia ele vê gente, gente, gente, gente
Procura a felicidade
Em qual fila isso vende, vende, vende, vende?
E lá no seu trabalho
Onde cumpre fielmente o horário
Tem chefe inteligente, boa gente
Mas também tem chefe que é demente
Surtado, louco, incoerente
Que adora "pisar" em gente
Esquecem que além da profissão
No seu peito bate sempre um coração
Mora na cidade grande
E todo dia ele vê gente, gente, gente, gente
Procura a felicidade
Em qual fila isso vende, vende, vende, vende?
E quando chega em casa
Querendo logo descansar
O telefone toca pra avisar
Que o cartão ele tem que pagar
O banco bonzinho pra emprestar
Fica malvado quando é pra cobrar
Não quer saber, logo ameaça
Que vai mandar seu nome pr'o Serasa
Mora na cidade grande
E todo dia ele vê gente, gente, gente, gente
Procura a felicidade
Em qual fila isso vende, vende, vende, vende?
E se liga a televisão
Parece até um flime de ação
Tiros no morro, assaltos, caveirão
Motoqueiros caídos no chão
Efeito estufa e alagação
Carros batidos, quanta emoção!
Meu Deus é muita confusão
Isso que chamam civilização
Onde estão meus vídeos:
http://www.myspace.com/457405568
Aqui vc encontrará inicialmente os vídeos de Vida Engarrafada e
Pronunciamento... (tudo feito em casa por mim mesmo...)
Onde estão meus MP3:
http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/taboada/
De quebra venha o blog do skinão, que tem o vídeo do Joaquim Barbosa X
Gilmar Mendes.
Abçs,
Taboada
Vamos votar no colega!
Abraços a todos,
Osório
À FRANCESA
Uma'strela
vai dormir
toda vez
que esqueces
de sorrir.
Autor: Luiz Fafau em Poesias Urbano.
E,
"Em meu país deserto és tu a última rosa".
Autor: Pablo Neruda.
E,
"Ao te ver dormindo,
penso que comigo sonhas.
Contigo sonho mesmo acordado!
Ah! Como é bom ditar ao teu lado.
Tua respiração pausada e quente aquece-me do frio.
Teu hálito tem gosto de bebida de anis.
Ao sugar teus lábios avermelhados,
da sede sou saciado.
Ao ser preso em teus braços,
finalmente encontro a paz,
recebendo vida nova,
no amor que a gente faz".
Em resposta recebemos:
De "Maurício Manso"
Para:
Data 04/24/09 3:08 pm
Assunto: Re: ...alguma poesia
só para ilustrar:
G. R. E. S. União da Ilha do Governador
Escola fundada a 7 de março de 1953 por Maurício Gazelle, Joaquim Lara de Oliveira (Quincas), Orphylo Bastos e mais 59 sócios, com sede localizada na Estrada do Galeão, 322, Ilha do Governador. Suas cores são azul, vermelha e branca. No dia 5 de março de 1953, desfilavam na Estrada da Cacuia, ponto central do carnaval da Ilha, pequenas escolas e blocos de vários bairros da região. Maurício, Orphylo e Quincas sentiram a necessidade de fundar uma escola de samba da própria Cacuia. Passada a festa, o grupo se juntou aos rapazes do time de futebol União Futebol Clube e, no dia 7 de março, no armazém do Maurício, fundaram a escola. O autor do desenho do brasão da bandeira foi Édson Machado. A escola tinha o maior ganhador de sambas-enredos, Didi, pseudônimo do Procurador da República Adolfo de Carvalho de Baeta Neves. Didi ganhou um total de 24 sambas-enredos em várias escolas, seja assinando com pseudônimo ou simplesmente não assinando. Suas principais colocações nos grupos e seus respectivos enredos, segundo Hiram Araújo, no livro "Carnaval - Seis mil anos de história", foram: 1990: sétimo lugar no Grupo Especial com o enredo "Sonhar com o rei dá João"; 1991: nono lugar no Grupo Especial com o enredo "De bar em bar, Didi um poeta"; 1992: décimo lugar no Grupo Especial com o enredo "Sou mais minha Ilha"; 1993: décimo primeiro lugar no Grupo Especial com o enredo "Os maiores espetáculos da terra"; 1994: quarto lugar no Grupo Especial com o enredo "Abrakadabra o despertar dos mágicos"; 1995: décimo primeiro lugar no Grupo Especial com o enredo "Todo dia é dia de índio"; 1996: décimo segundo lugar no Grupo Especial com o enredo "A viagem da pintada encantada"; 1997: décimo segundo lugar no grupo Especial com o enredo "Cidade maravilhosa, o sonho de Pereira Passos"; 1998: nono lugar no Grupo Especial com o enredo "Fatumbi – Ilha de Todos os Santos"; 1999: décimo lugar com o enredo "Barbosa Lima, 102 anos do sobrinho do Brasil"; 2000: oitavo lugar no Grupo Especial com o enredo "Pra não dizer que não falei das flores"; 2001: Desfilou com o enredo "A União faz a força com muita energia". Em 2002 a escola classificou-se em 3º lugar no defile do Grupo de Acesso. No ano de 2006, tendo como presidente Giovanni Reinte, desfilou com o samba-enredo "As minas Del Rei São João", de autoria de Alberto Varjão, Muca, Carlinhos Danoninho, Adilson Cobra Criada, Bebeto do Arrastão, Pinto, Carlinhos Fuzil, Maurício Maia, Niva e Ricardo Grassano, tendo como puxador Ito Melodia. No ano de 2008 desfilou no Grupo de Acesso A, no qual se classificou em 5º lugar. Em 2009 a escola foi a vencedora do Grupo de Acesso A, retornando ao Grupo Especial no ano de 2010. BIBLIOGRAFIA CRÍTICA: ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006. AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Esteio Editora, 2008.
30.04.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
04/30/09 9:27 am >>>
Caros todos,
Um final de semana longo exige, muitas vezes, longa espera! Para todos que tudo valha a pena, inclusive a espera.
Alias, como disse, sabiamente, a Cris: "ENQUANTO HÁ DOR TEM VIDA".
Isis José Leite - PRMT, "agente" colaborador assíduo, enviou o texto do Osho (em anexo), do qual pitei algumas coisas interessantes, menos permitir que minha filha siga a lição do autor!.
O Ricardo Latorre - PRR2, colaborou com a decisão rimada em anexo. O que me fez lembrar de algo que produzi lá no Amazonas (uma réplica), também em anexo.
Por fim, abaixo e em anexo (declamado por Othon Bastos): AUGUSTO DOS ANJOS!
Pois é, boa leitura.
Abraços,
Osório
Interrogação
Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro a olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.
Autor: Camilo Pessanha
e,
Vencedor
Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E á rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração — estranho carniceiro!
Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,
Nenhum pode domar o prisioneiro.
Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois de um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,
Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem...
E não pude domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!
Autor: Augusto dos Anjos.
08.05.09
"Osório Silva Barbosa Sobrinho"
08/05/2009
Caros todos,
Que o final de semana seja daqueles que todos esperam!
Abaixo um belo poema e em anexo uma música e sua "tentativa" de tradução. É de autoria do cantor espanhol José Luis Perales um mestre das palavras e um poeta de primeira grandeza.
Abraços,
Osório
A índole da multidão
Há suficiente traição, ódio, violência, absurdo no ser humano comum
para abastecer qualquer exército a qualquer momento.
E os melhores assassinos são aqueles que pregam contra o assassinato.
E os melhores no ódio são aqueles que pregam amor.
E os melhores na guerra enfim, são aqueles que pregam paz.
Aqueles que pregam Deus precisam de Deus.
Aqueles que pregam paz, não têm paz.
Aqueles que pregam amor, não tem amor.
Cuidado com os pregadores
Cuidado com os conhecedores.
Cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros.
Cuidado com aqueles que ou detestam a pobreza ou orgulham-se dela.
Cuidado com aqueles rápidos em elogiar, pois eles precisam de louvor
em
retorno.
Cuidado com aqueles rápidos em censurar, eles temem o que desconhecem.
Cuidado com aqueles que procuram constantemente multidões; eles não
são
NADA sozinhos.
Cuidado com o homem vulgar
A mulher vulgar
Cuidado com o amor deles.
Seu amor é vulgar, busca vulgaridade
Mas há força em seu ódio,
há força suficiente em seu ódio para matá-lo,para matar qualquer um.
Não esperando solidão
Não entendendo solidão
Eles tentarão destruir qualquer coisa que difira deles mesmos.
Não sendo capazes de criar arte
Eles não entenderão a arte.
Considerarão seu próprio fracasso como criadores apenas como falha do
mundo..
Não sendo Capazes de amar plenamente
Eles ACREDITARÃO que seu amor é incompleto
Então te odiarão.
E seu ódio será perfeito
Como um diamante brilhante
Como uma faca
Como uma montanha
Como um tigre
Como cicuta
Sua mais refinada ARTE.
Autor: Charles Bukowski (Colaboração: Guilherme Chaibe Montenegro / PRR1)
29.05.09
Osório Silva Barbosa Sobrinho <
Em 29/05/2009 17:24
escreveu:
DOS BONS MODOS E OUTRAS IMBECILIDADES
Eu não vejo utilidade em dizer "bom dia".
Eu não desejo bom dia a ninguém deste planeta. Well... a quase ninguém.
Ver o outro como igual? Hipocrisia. Ninguém precisa do meu "bom dia" pra viver em paz durante as vindouras vinte e quatro horas.
Eu não vejo utilidade em dizer "boa tarde".
Eu não vejo utilidade em dizer "boa noite". Nem "feliz páscoa". Ou "feliz natal". Seja lá "feliz" o que for que a turba inconsciente estiver comemorando.
Eu não consigo ser boa atriz ao ponto de fingir bons votos. Além de articular as palavras das fórmulas consagradas, é preciso um sorriso de dentes certinhos, um olhar cristalino, um ar caritativo de militância cristã. Não é questão de revolta, azedume. Há gente mil vezes mais azeda que eu, que consegue fingir com maestria.
O fato é que e u não acredito. Nem nos rituais sociais e muito menos em quem os executa. Marionetes de si mesmas, as pessoas vão acreditando nas miragens que projetam, e acabam se confundindo com a respectiva ilusão.
Cascas ambulantes. Imitadores mútuos de gestos vazios. Vadios, ladrões e prostitutas da própria alma.
Eu não sinto vontade de ex ecutar os passos de pantomimas que só cristalizam as tensões mais ásperas. Bons modos. Etiqueta. Pro inferno com a obrigação de parecer de fácil digestão.
Eu não me incomodo mais se alguém se melindra por que eu o ignoro. Só as galhofas sonsas é que consternam, por comprovar que o menosprezo é bem merecido. Eu queria que me pagassem na mesma moeda: desconsiderem-me!
Mas não dar "bom dia" é crime de excomu nhão social. Atrai o estigma de pretensão, que gruda feito nhaca. Pedante, pernóstica. "Quem é ela pra nos ignorar????" I am who i am, carapálidas! Assim como vocês são vocês.
Somos ilha. A solidão é nosso berço, nossa cova e roupa. Infantilidade pensar o contrário. E eu só consigo viver se me abstrair da monotonia que vocês exalam. O cheiro é asfixiante!
Não dar bom dia evoca a tal da educação, que os ascendentes não deram.
E ninguém lembra que essa educ ação é sinônimo de adestramento. Eu nunca quis ser um mico de circo mesmo...
Eu gostaria de ver utilidade no "bom dia". Talvez assim eu o dissesse.
Eu gostaria de ver utilidade nesta rotina bestificante que chamamos existência... Eu gostaria de saber, afinal, porque diabos precisamos ter dias e dias, bons ou ruins, que somem sem clemência ou aviso, sempre com dores, mais ou menos selvagens.
Não importa a quantidade ou qualidade dos "bom dia". Nenhuma exortação vai mesmo tornar menos íngreme este vale de lágrimas...
Autora: Naamir
A autora é minha amiga a quem não posso nunca negar nada!
Abaixo um poema que, salvo engando, E SEMPRE ESTOU ENGANDO, já encaminhei. Além do mais, não sei se é da Cora Coralina. Alguém pode ajudar?
Outra poeta maior é a colega Renata de Aragão Lopes, que tem algumas pérolas publicadas em:
http://poemadi a.blogspot.com/search/label/Renata.
Bom final de semana.
Osório
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, j fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar q uieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
J á cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos,
dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco qeu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!
Autora: Cora Coralina (a autoria é controvertida. Dizem que é da Cecília Meireles e/ou da Bruna Lombardi.)
Em resposta recebemos:
Prezado Osório,
como é notório o seu apreço pela poesia, sugiro-lhe a leitura do blog
http://poemadia.blogspot.com/ que reúne poetas de todo o país, dois
deles postando a cada dia do mês.
A propósito, fui convidada a integrá-lo assumindo a postagem do dia
23.
Caso queira conhecer os textos que postei até agora, entre direto no
link http://poemadia.blogspot.com/search/label/Renata
Um boa Semana Santa,
Renata de Aragão Lopes
PRM Juiz de Fora/MG
http://poemadia.blogspot.com/search/label/Renata