Homem, a máquina mais que imperfeita!
por Osório Barbosa.
O homem é um animal igual a todos os demais existentes. A exceção é aquilo que chamamos de mente e o poder falar.
Mente os outros animais também as têm, a do homem, porém, trás algumas particularidades, especialmente a inteligência, que tenho como geradora da curiosidade e da imaginação.
Os demais animais também se comunicam, mas essa comunicação é extremamente rudimentar e reduzidíssima, estanco voltada a preencher condições mínimas de sobrevivência no meio ambiente.
Um animal avisa a outro da sua espécie de um perigo que se aproxima, mas, ao que sei, não é capaz de produzir um poema!
O mais belo canto de um pássaro é sempre o mesmo, monótono e enfadonho.
Claro que temos os casos de anormalidades entre os homens, quando, alguns, não têm inteligência alguma, mas isso é causado, regra geral, por doenças!
Assim, poderíamos dizer, e dizemos, que alguns homens são normais e outros, consequentemente, anormais, o que nos leva a perguntar:
O que é a normalidade?
Podemos, rapidamente, dizer que a normalidade é aquilo (ação ou omissão) que o padrão cultural de cada época tem como aceitável no seio da comunidade e que a permite subsistir.
Então, outra pergunta surge: alguém é normal?
Alguém, cuja identidade não me recordo, já disse que: “olhado de perto, ninguém é normal”!
Podemos tomar isso como aquilo que conhecemos ou chamamos de verdade (veremos, no futuro, que o que entendemos por verdade ainda é algo muito confuso, uma vez que tudo aquilo que chamamos de verdade é plenamente questionável)?
Já que dissemos acima que normalidade é aquilo que o padrão cultural de cada época tem como aceitável no seio da comunidade e que a permite subsistir, imaginemos a ação dos matadores de aluguel (os pistoleiros).
No Brasil do século XXI, podemos dizer, a sociedade não aceita a ação de tais indivíduos, tanto assim que seus atos são puníveis, de acordo com a lei posta pela sociedade.
Entretanto, a ação de tais criminosos é aceita e louvada por muitos, em especial por quem os contrata e vibra com o resultado de seus atos vingativos. A família do pistoleiro, regra, em especial a mãe dele é cega para os atos do filho e o tem como “herói” (a música “Meu guri”, de Chico Buarque de Holanda mostra isso). Tem ainda os da própria comunidade onde atua o criminoso que o apoiam e, dentre estes, os que lhe seguem o exemplo.
Assim: qual o parâmetro para apurar a normalidade de uma pessoa?
O número de seus apoiadores? A lei?
Há, ainda, dois casos que devem ser considerados:
Primeiro: quando descobrimos os atos condenáveis (anormais) de uma pessoa somente depois de muito depois de tê-la conhecido e, até, com ela ter feito amizade que ainda permanece.
Segundo: amigos queridos de infância que, depois, muito depois, tomam caminhos diversos dos seus (sendo os deles condenáveis/anormais), mas que continuam com a mesma amizade para com você.
Como agir?
Virar as costas quando as encontramos nas ruas?
Muitas vezes um anormal fez mal para outras pessoas, não para você, ao contrário, chegou a te proteger!
Se você virar as costas para ela, não estará também sendo injusto, ingrato?
O que o anormal fez por você não deve implicar que você deva apoiar os atos/ações anormais, mas também não pode levar à ingratidão. Ser grato não significa ser comparsa!
Na advocacia, por exemplo, vemos muitas vezes a imprescindível profissão de advogado – ele garante do seu direito de defesa – ser trocada pela de comparsa do criminoso, onde, então, o advogado se transforma de defensor a membro de organização criminosa, onde, portanto, perde todo o seus status e dignidade.
Vejam, portanto, que a normalidade e a anormalidade caminham passo a passo, não se confundem, mas que tem momentos que é complicado saber até quem é o normal ou anormal no caso concreto.
Há facínoras, criminosos celerados com grandes e humanos gestos!
Sabemos que as condutas, ações, não se compensam, mas pergunte para uma mãe que recebeu o remédio de que seu filho precisa das mãos de um traficante e que ele comprou tal remédio com o produto de seus crimes se ele é normal ou anormal?
Portanto, a vida é mais complexa do que o simples apontar o dedo!
Ainda veremos as chamadas falhas de julgamentos e as questões morais (hoje são assim, amanhã não mais).
Mas, prossigamos.
Imagem: MGH-UCLA HUMAN CONNECTOME PROJECT.