"Essa música mostra que a população de Roraima não tem compromisso com a causa indígena."
De acordo com Calé, os índios macuxis ficaram ofendidos por serem chamados de ladrões.
Ao todo, foram prensados 6.000 CDs. Cerca de cem foram apreendidos. A banda estima que 3.000 foram vendidos antes da proibição.
O advogado da banda, Netão Souto Maior, pretende entrar, na próxima semana, com pedido para que o juiz reconsidere sua decisão.
O título da música refere-se à demarcação da área indígena de Raposa-Serra do Sol.
A Funai pretende demarcar a reserva em área contínua, unindo as reservas de Raposa, ao norte do Estado, à de Serra do Sol, ao norteste.
Ao todo, a área possui 1,6 milhão de hectares, com população de 9.688 índios, segundo a Funai. A demarcação em área contínua é contestada por fazendeiros da área.
O vocalista Gadelha diz que a proibição "gerou uma enorme divulgação" e que o procurador Ozório Barbosa Sobrinho quer censurar o disco para se promover.
"Estou cumprindo a lei. É dever do procurador defender os direitos do índio", diz Barbosa Sobrinho. (FIM).
Origem do texto: Da Agência Folha, em Manaus., 24/02/96
Editoria: BRASIL Página: 1-8 2/16117
Edição: São Paulo Feb 24, 1996
ANDRÉ MUGGIATI