E o maior dos defeitos da imprensa é que ela sempre passa a defender a causa que defendeu antes da dita causa tornar-se vencedora. Tradução: a imprensa sempre chega ao poder junto com a causa que ela defende e torna-se vencedora.
Dois exemplos: a imprensa, na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (CCCP), tornou-se porta voz do “proletariado” quando estes chegaram ao poder. A imprensa tornou-se a voz da burguesia quando esta chegou e consolidou seu projeto de poder.
Ora, imprensa nenhuma irá falar contra as causas que defende!
Assim, na CCCP a imprensa não falava mal do “comunismo”, assim, no Ocidente, a imprensa não fala mal do capitalismo!
Ora, como leio jornais e revistas e, as vezes, vejo jornais na TV, o que procuro ver é a quem servem as matérias que esses meios de comunicação publicam.
A revista Veja, por exemplo, jamais deixara de chupar até os ossos do peru da Sadia, pois esta é sua patrocinadora!
Pois bem, o que tenho percebido, faz tempo, dentre outras coisas, é a tal de formação da “opinião pública”.
O que seria a “opinião pública” e como esta é formada?
Para mim, opinião pública é a opinião das pessoas numa determinada localidade (casa, bairro, cidade, Estado, país, mundo).
Se das cinco pessoas da casa, três dizem que Joaquim é o mais inteligente dentre eles, podemos dizer que a opinião pública aponta para Joaquim como o mais inteligente.
Opinião pública é aquela que é externada, sendo a sua contrária a opinião de consciência, aquela que apenas o opinador sabe qual é.
A opinião pública amazonense, certamente, tem um determinado político do Amazonas como melhor que qualquer outro de São Paulo. E sem São Paulo, ocorre o contrário.
Já para o Brasil o melhor político pode nem ser aquele do Amazonas, nem aquele de São Paulo, mas um terceiro!
Uma coisa complicada é medir a tal de opinião pública.
Existem institutos de pesquisas que trabalham com tais medições, mas eles, pelos questionamentos que sofrem parecem ser extremamente frágeis.
As “enquetes” que a imprensa faz ela própria usa como termômetro de tal opinião, nunca explicando qualquer método de como procedeu a tal aferição.
E, com base em tais opiniões públicas, as pessoas, as instituições (públicas e privadas) e o Poder Público costumam estabelecer seu modo de agir diante de determinada situação.
Mas, o fundamental, como se forma tal opinião pública?
Dentro de casa é bem simples, pois são poucas pessoas, mas quando o universo se expande, a coisa complica.
Papai, um semianalfabeto de Maraã, dizia o seguinte: “se a revista Manchete pública umas três vezes minha foto em sua capa dizendo que Juarez Barbosa de Lima é o homem mais bonito do Brasil, em poucos dias, se fizerem uma pesquisa, muitos responderão que eu sou o homem mais bonito do Brasil”!
A Manchete era a grande revista da época em que ele, sem que eu entendesse, me ensinou essa preciosidade.
Depois vi que papai tinha razão! É assim que funciona!
Jornais, revistas, rádios e TVs passam a noticiar determinadas matérias para criar no entorno delas a dita “opinião pública”, favorável ou não, tudo a depender de que lado estão os referidos meios de comunicação!
Os meios de comunicação, “na surdina”, “pero no mucho”, criam a opinião pública a respeito de um assunto, e, aí toda a malícia, quando questionados, dizem: “não nós apenas damos voz à opinião pública”!
Jamais disseram, dizem ou dirão: “damos voz apenas à opinião pública que criamos”!
É de uma calhordice sem igual, mas é assim que funciona, prestem atenção.
Agora mesmo, vejo que os grandes jornais brasileiros fazem campanha aberta contra a presidente da República e seu antecessor imediato.
É um direito/dever da imprensa criticar? Por certo que sim, pois governante deve mesmo ser cobrado, e se não quiser sê-lo, não assuma cargo público (se bem que até nos cargos privados o chefe cobra também)!
Ocorre que, a despeito ver a necessidade da imprensa, e não me faz coautor de seus crimes!
Um recente: semana passada a revista Veja noticiou que o ex-presidente Lula e sua esposa foram denunciados pelo Ministério Público!
Isso foi uma deslava mentira, já que a manchete, agora, é que o promotor de Justiça irá ouvir o casal.
Mas o casal já não tinha sido denunciado?!
Dentro dessa roda da patifaria, temos outra situação engraçada, se não fosse trágica a honra das pessoas: um jornal, por exemplo, mesmo sabendo como foi produzida a matéria de uma revista, por exemplo, dela se vale dizendo: “Segundo a revista...”.
Ora, o que o jornal, no caso do parágrafo anterior, faz é mentir duas vezes ao criar uma sobre mentida, ou uma mentira de segundo grau, ou uma metamentira, que é a mentira sobre a mentira!
Portanto, amigos, continuem lendo, mas prestem muito atenção para continuarem pensando por si e não conforme quer o veículo informativo que você lê!
Ademais, não deixemos Rual Seixas morrer, e ele já ensinou: “eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz”!
Até mais,