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Roniquito e Scarlet de Chevalier, por Ruy Castro.

Roniquito por Ediel Ribeiro

                                                                                                                            foto: Ediel Ribeiro.

 

 

Roniquito de Chevalier.

1936-83. Economista e inventor da palavra aspone.

Ele às vezes entrava num botequim e se anunciava: "Senhoras e senhores, aqui Ronald de Chevalier. Dentro de alguns minutos... Roniquito!".

Mesas estremeciam. Todos sabiam que aquele rapaz bem-nascido, bem vestido, bem-falante e de profissão economista, que acabara de entrar recitando Shakespeare ou Baudelaire, iria cumprir a ameaça. Dali a três ou quatro uísques (não havia uma progressão, era de repente), ele se aproximaria de alguém (o queixo proeminente quase espetando a cara do outro) e diria alguma coisa tão ofensiva que faria o outro espumar e partir para assassiná-lo. Talvez porque o que ele dissesse fosse a verdade.

Era tão corajoso quanto frágil fisicamente. Escapou centenas de vezes de ser desmembrado ou de ter os ossos da face transformados em paçoca por punhos poderosos. Muitas vezes foi salvo pelos amigos, que brigavam por ele. Em outras, apanhou de verdade e agüentou firme.Conta-se que, numa dessas, o sujeito que o espancava perguntou-lhe: "Chega ou quer mais?". E Roniquito, no chão, com o sapato do brutamontes sobre seu pescoço, ainda conseguiu olhar para cima e articular: "Cansou, filho da puta?".

Roniquito: ninguém ousava ser patife perto dele  

Roniquito talvez tenha sido o sujeito mais sem censura da história de Ipanema. Dizia o que pensava para qualquer um, não importava o cargo, a idade, a cor, o sexo ou o tamanho da pessoa. Uma dessas foi o cronista Antonio Maria, que, sozinho, seria capaz de massacrar vinte Roniquitos. Numa discussão no Bottle's Bar, no Beco das Garrafas, em 1962, Roniquito provocou Maria ao duvidar de sua competência como homem de televisão. Para ele, ho mem de televisão era seu amigo WALTER Clark, então diretor comercial da tv Rio  e que estava calado na mesa, temendo o pior. Roniquito ofendia Maria e pedia o testemunho do boêmio dentista Jorge Arthur Graça, o "Sirica", também sentado com eles. Maria agüentou enquanto pôde, até que Roniquito soltou a frase final: "Antonio Maria, você foi parido por um ânus!". Ao ouvir isso, Maria viu vermelho e atirou-se enfurecido sobre Roniquito, Walter e quem mais estivesse por ali. A muito custo, foi contido por "Sirica" e mais uns dez.

Walter Clark e Roniquito eram amigos de adolescência em Ipanema. Conheceram-se no Colégio Rio de Janeiro, depois de uma prova de redação na qual Walter, recém-chegado de São Paulo, teria tirado 10. A primeira frase de Roniquito para Walter foi: "Você é o garoto que tirou 10? Você me parece bem medíocre.". Nunca mais se separaram.Nos anos 60, Walter contratou Roniquito para trabalhar na administração da tv Rio e toureou os insultos que Roniquito disparava contra o próprio chefe, Péricles do Amaral. Quando Walter saiu para fazer a TV Globo, em 1965, levou Roniquito com ele. Com o estrondoso sucesso da Globo

a partir de 1970, a máquina começou a andar sozinha e Roniquito e o próprio Walter pareceram ficar sem função. Dizia-se que a única utilidade de Roniquito era beber uísque com Walter durante o expediente - em xícaras de chá, para dar menos na vista. Foi quando, ao ser perguntado sobre o que fazia na Globo, Roniquito respondeu com a expressão depois popularizada por CARLINHOS Oliveira: "Sou aspone. As-po-ne. Assessor de porra nenhuma". A palavra, consagrada

nacionalmente, ainda não chegou ao Aurélio.

Mas não era bem assim. Na própria Globo, sua atuação esteve longe de ser a de um aspone. Numa época de crise, por exemplo, ajudara a equacionar uma pesada dívida da Globo para com a Receita Federal. Era um economista brilhante, ex-aluno de Otávio Gouveia de Bulhões, Roberto Campos e Mario Henrique Simonsen e fora o orador de sua turma (da qual fazia parte Maria da Conceição Tavares). Em fins dos anos 50, saíra da faculdade para um emprego na Comissão Econômica para a América Latina (Cepal). Simonsen, por sinal, vivia consultando-o sobre questões econômicas, antes, durante e depois de ser ministro do Planejamento do governo Geisel – e sendo derrotado por ele no xadrez. Sóbrio, Roniquito trabalhava também no Ministério da Fazenda, escrevia uma coluna semanal no Correio Braziliense e dava palestras em universidades e cursos de pós-graduação.

E, sóbrio ou ébrio, passava a impressão de ser íntimo de todos os livros do mundo: falava inglês e francês, sabia poetas inteiros de cor e conhecia muita literatura, sendo apaixonado por William Faulkner. Suas estantes eram impecáveis, com os livros organizados por assunto, todos sempre à mão. Em música, era capaz de assobiar até os clássicos. Parte dessa erudição lhe vinha de família: seu pai, o amazonense Walmik Ramayana de Chevalier, era poeta e médico (o Ramayana do nome era uma referência ao célebre poema hindu). Ramayana carimbou seus filhos com nomes bonitos, mas, para brasileiros, estrambóticos: Roniquito era Ronald Wallace Carlyle de Chevalier; dois de seus irmãos eram Stanley Emerson Carlyle de Chevalier e, claro, SCARLET Moon de Chevalier.

Por intermédio de Ramayana, Roniquito ainda usava calças curtas quando se sentou para beber pela primeira vez com VINICIUS de Moraes e PAULO Mendes Campos. Ou seja, já começou entre os profissionais, Na mesma época, para exibir Roniquito, Ramayana mandou-o imitar Rui Barbosa para Lucio Cardoso. Roniquito imitou Rui à perfeição, com todos os pronomes no lugar. Lucio ficou fascinado: "Nunca vi um menino de dez anos beber tão bem!". Muitos anos depois, Lucio deu-lhe para ler os originais de seu romance Crônica da casa assassinada e pediu-lhe sua opinião. Mas, quando Lucio o enxotou de uma festa em seu apartamento por ele estar zombando do namoro secreto de Paulinho Mendes Campos com Clarice Lispector, Roniquito foi para debaixo da janela de Lucio e começou a gritar o insulto que, em sua opinião, mais o ofenderia: “Faulk-ner do Méier! Faulkner do Méier!".

A relação de Roniquito com os escritores era cruel. Ao cruzar com FERNANDO Sabino num restaurante, Roniquito perguntou-lhe: "Fernando Sabino, quem escreve melhor, você ou Nelson Rodrigues?". Fernando gaguejou: “Bem... Nelson Rodrigues, é claro”. Mas Roniquito fulminou: "E quem é você para julgar Nelson Rodrigues?".Fez pior com o suave Antonio Callado, a quem perguntou se ele já tinha lido Faulkner. Callado disse que, evidente, já tinha lido. “Bem, se já leu Faulkner, você sabe que você é um bosta", disse Roniquito.

Se Roniquito se limitasse a desfeitear os amigos, seria apenas um bebum inconveniente. Mas ele também não tinha a menor cerimônia para com o poder, nem mesmo quando esse era o truculento poder militar. Certa vez, numa recepção na TV Globo, Roniquito foi apresentado a um general. Depois de certificar-se de que ele nunca lera Machado de Assis, perguntou-lhe se pelo menos entendia de música. O general hesitou e Roniquito exemplificou: “Nem essa?". E, com a voz e os dedos imitando uma corneta, solou o toque da alvorada. Em outra visita de autoridades à Globo, Roniquito perguntou a Pratini de Morais, ministro dos Transportes do governo Médici, se ele sabia o tamanho de um vergalhão. O ministro vacilou e Roniquito emendou: "Pois devia saber, porque o governo está enfiando um vergalhão no rabo do povo". De outra feita, no governo Geisel, quando Roniquito conversava com seu amigo, o ministro da Previdência Luiz Gonzaga do Nascimento Silva, outro ministro, Severo Gomes, este da Indústria e Comércio e dono dos cobertores Parahyba, tentou se meter. Roniquito cortou-o: “Não estou falando com fabricante de lençóis”.

Em todas essas ocasiões, Roniquito foi salvo do opróbrio na Globo porque era adorado por Walter Clark e Boni. Chegou a ser posto de quarentena diversas vezes, mas a punição nunca era mais do que simbólica. De certa forma, Roniquito era o que Walter, com todo o seu poder, gostaria de ser: fino de berço e grosso por opção — Walter era o contrário. Mas a maior sem-cerimônia de Roniquito para com o poder foi em 1967 e envolveu o marechal Costa e Silva, já presidente. Segundo a história, muito bem contada por FERDY Carneiro, Roniquito estava ciceroneando um figurão americano convidado do governo, a pedido de Nascimento Silva. Naquela manhã, ele levara o visitante a almoçar no restaurante do Museu de Arte Moderna. Antes de irem para a mesa, resolveram reforçar-se no bar com alguns uísques - muitos uísques, porque o americano não enjeitava serviço. Por coincidência, na mesma hora, Costa e Silva também estava no mam para almoçar. A comitiva presidencial, sem as normas de segurança que depois se tornariam comuns, passou por Roniquito no momento em que este catava seu isqueiro no paletó para acender um cigarro. Com o cigarro no canto da boca, Roniquito viu o presidente. Avançou, cravou o queixo nas medalhas de Costa e Silva e perguntou: "O senhor tem fogo?". Os seguranças, como que subitamente acordados de um rigor mortis, pularam sobre ele. O americano, sem entender o que se passava e já incapaz de fazer um quatro, se a isso fosse solicitado, balbuciou qualquer coisa como "Whatthegoddamnfuckdoyouthinkyouredoin'" e foi também abotoado.

Os dois foram levados para o 3º Distrito, na rua Santa Luzia, por desacato à autoridade. Diante do delegado, o americano esbravejava com voz pastosa: "I’m an American shitizen! Call the embashy!". O delegado perguntou: "Quê que o que gringo tá falando?”. “Ele está dizendo que a polícia no Brasil é uma merda”, traduziu Roniquito.“Ah, é? Pois ele vai ver o que é merda!", bramiu o delegado.O americano pediu para usar o telefone.Roniquito traduziu: “Ele está dizendo no Brasil ninguém respeita os direitos humanos”."Direitos humanos é o cacete! Ele vai entrar no pau!", ganiu o delegado. O americano perguntou a Roniquito por que o delegado estava tão brabo. Roniquito sussurrou para o delegado: "Agora ele está dizendo que o Brasil é uma ditadura fascista”. Por sorte, quando estava prestes a ser apresentado ao pau-de-arara, o americano conseguiu mostrar um documento com o emblema do governo americano. Foi dado o telefonema e, em poucos minutos, chegaram as tropas da embaixada e do Itamaraty para libertar Roniquito e o gringo. Mas, por causa de Roniquito, conclui Ferdy, por pouco não se declarou uma guerra entre o Brasil e os Estados Unidos — tendo como pivô um palito de fósforo. Não admira que Roniquito não tenha sido levado a sério quando se ofereceu para ser trocado pelo embaixador Burke Elbrick, seqüestrado em 1970.

Livre dos espíritos, Roniquito era um gentleman. Beijava as mãos das senhoras e encantava-as com sua inteligência e educação. Mas era bom não confiar. A poção que o fazia passar de Dr. Jekyll a Mr. Hyde (ou de Dr. Roni a Mr. Quito, segundo MARCOS de Vasconcellos) vinha em toda espécie de garrafas. Com uma única palavra ele seria capaz de provocar um terremoto. Uma elegante senhora do Flamengo, que só conhecia seu lado fino, convidou-o para um jantar em sua casa. Roniquito comportou-se bem no jantar, mas bebeu vinho demais, desmaiou sobre o prato e foi levado roncando para um sofá. Terminado o jantar, um dos convidados propôs uma brincadeira então na moda, “A palavra é...". No meio do jogo, Roniquito deu sinais de que estava acordando. A dona da casa, achando que ele queria participar da brincadeira, foi até o sofá, de mãos postas e com um sorriso de beatitude: “Roniquito, a palavra é...". E Roniquito, meio zonzo de sono: “Ca-ra-lho”. Naturalmente, foi expulso pelo filho da dona da casa.

Quem o conhecesse mal, diria que Roniquito tinha um temperamento bélico. Mas era sua falta de paciência para com os enganadores que o levava a ser radical. Poucos meses depois do golpe de 1964, intelectuais reunidos no Teatro Santa Rosa promoviam um debate emocionado e anódino sobre os “caminhos da democracia no Brasil”. Propunham "estratégias de ação". Foi quando se ouviu, do fundo da platéia, sua voz característica: "Muito bem. E quem vai fornecer as metralhadoras?". O debate acabou ali.

Roniquito foi atropelado em dezembro de 1981, em frente ao Antonio's. Um fusca o acertou, quebrou-lhe as duas pernas, jogou-o longe e fugiu sem socorrê-lo. Um ônibus que vinha atrás viu o acidente e parou. O motorista recolheu Roniquito, colocou-o no ônibus e levou-o para o Miguel Couto. Histórias surgiram até em torno desse atropelamento. Segundo uma delas, ao passar voando defronte da varanda do Antonio's e ao ver o ar assustado dos amigos, Roniquito teria perguntado: "O que foi, porra? Nunca viram o Super-Homem?".

Na verdade, o atropelamento lhe seria fatal. Roniquito quebrou as pernas em vários lugares, teve seqüelas graves e foi submetido a seis operações durante o ano de 1982. Como todo filho de médico, gostava de se automedicar e passou a tomar uma farmácia de remédios. Mas não parou de beber mesmo de bengala e pé engessado, chegou a ir algumas vezes à Plataforma, fazendo piada com a própria desgraça. Roniquito também foi visto em restaurantes tomando um líquido que parecia café. Ao ser perguntado, "Tomando café, Roniquito?", respondeu: "Estou. Irish coffee” (café com uísque). Mas era também asmático e o uso da bombinha, misturado a bebida e remédios, provocou-lhe uma insuficiência cardíaca. Quando teve o enfarte fatal, em janeiro de 1983, estava sozinho em seu apartamento no Posto 6. Só o encontraram horas depois. Foi enterrado com o pé no gesso e de olhos abertos.

O anúncio de seu falecimento no Jornal do Brasil era uma enciclopédia da vida brasileira. Tinha de ministros de Estado a garçons de botequim. Carlinhos Oliveira disse a seu respeito: "Ninguém podia ser patife perto dele. Ninguém ousava". E Paulo FRANCIS escreveu um comovente obituário na Folha de S. Paulo: “Roniquito fazia o que não temos coragem de fazer - virar a mesa contra os horrores brasileiros. Mas, o leitor dirá, por que então não escrever jornalismo polêmico ou até ficção? É uma boa pergunta. Mas talvez a resposta esteja no Brasil. Nosso horror é de uma tal ordem de vulgaridade que uma resposta vulgar de baderneiro talvez seja mais adequada do que “análises' ou 'contramodelos'. Roniquito manteve uma juventude, uma infância de poeta: protestava em pessoa, pondo a vida em risco tantas vezes, pela gente que desafiava”.

Frases

* [Ao entrar num boteco lotado e só vendo desconhecidos:] Porra, esse bar está cheio de ninguém!

Fonte: Ela é carioca, Ruy Castro, Cia das Letras, São Paulo, p. 313-317.

e,

Scarlet Moon de Chevalier

n. 1950. Jornalista, atriz e apresentadora de TV.

“Isso não é nome, é uma alegoria", disse Joãozinho Trinta à própria Scarlet Moon. Mas é claro que esse é o nome de Scarlet. O de seu irmão era ainda mais exuberante: Ronald Wallace Carlyle de Chevalier ou, uísques depois, RONIQUITO. Nomes exóticos eram uma preferência do pai deles, o poeta amazonense Walmik Ramayana de Chevalier, descendente de índios e franceses, donde íntimo de luas escarlates.

Com esse parentesco, era inevitável que as coisas acontecessem cedo com Scarlet. Aos sete anos, ela observava aquele senhor com jeito de padre, que caminhava nos fins de tarde pelo Posto 6 com o queixo enterrado no peito. Na mesma época, Scarlet leu um poema de Carlos DRUMMOND de Andrade e apaixonou-se pelo autor. Procurou outros livros dele, decorou tudo que podia e fantasiou sobre como seria o poeta. Um dia, seu pai, que conhecia todo mundo, apresentou-a na rua a Drummond. Scarlet fez gulp: era o “padre”.

Aos doze anos, em 1962, começou a ser levada por Roniquito (catorze anos mais velho) ao Bateau e ao Jirau, boates de Copacabana. Para fugir às blitze do delegado Padilha, os de-menores escondiam-se no banheiro. Scarlet logo tinha mais horas de banheiro de boate do que de brincadeiras com sua boneca Suzy. Às vezes saía da boate ao nascer do sol, direto para o curso de mergulho no Clube dos Marimbás. No qual, aliás, venceu o medo de afogar-se ao ouvir de seu instrutor, o lendário mergulhador Américo Santarelli: “Mulher não afunda, porque tem bunda de rolha”.

Scarlet é uma espécie de antologia ambulante da Ipanema e da pós-Ipanema. Ainda de tranças, pegou os últimos tempos do MAU CHEIRO, debutou no primeiro caju-amigo que Carlinhos NIEMEYER promoveu na praia, em 1963, e, desde seu primeiro biquíni, fez parte de todas as turmas: as do ARPOADOR, NO CASTELINHO, da MONTENEGRO, DO PIER e do SOL-Ipanema. Em 1964, com catorze anos e 1,78

metro, já assustava os homens com sua independência. Tornou-se modelo da loja H. Stern e sua mentora era vera Barreto Leite, recém-chegada da Maison Chanel em Paris. Quatro anos depois, num desfile de roupas "espaciais” pela Fenit, em Brasília, teve como colega de passarela um modelo local chamado Fernando Collor de Mello.

Nos anos 70, Scarlet fez teatro, foi assistente de DANIEL Más na Última Hora, participou da louquíssima equipe do filme Anchieta, José do Brasil e durante sete anos estrelou o telejornal Hoje, da Globo, com NELSON Motta. Depois uniu seus talentos de atriz e de repórter em programas de TV dos anos 80, como 90 minutos (Bandeirantes), Noites cariocas (Record) e Mulher de hoje (Manchete), criando um tipo entre o cômico e o sério que, muito depois, seria retomado por Regina Casé na Globo. Desde então, Scarlet casou e descasou diversas vezes, a maioria com o mesmo ex-marido (Lulu Santos), e publicou, em 1999, Areias escaldantes, um relato sobre os agitos do Sol-Ipanema nas décadas de 70 e 80. Mas o grande livro que um dia escreverá será a história de uma garota — ela mesma que entrou e saiu de absolutamente todas em Ipanema nos anos dos brabos agitos. E sobreviveu para contar.

Fonte: Ela é carioca, Ruy Castro, Cia das Letras, São Paulo, p. 341-342.