Esta página destina-se a compartilhar com todas(os) que a visitarem tópicos da minha vida profissional, especialmente trabalhos realizados como promotor de Justiça e procurador da República.
Dela também constarão minhas paixões, inquietações, preocupações, dramas, ideias, sonhos e esperanças, quase todas(os) voltados para a cultura, para o saber, trilhas que sigo incansável e insaciavelmente, cada vez mais fascinado pela aquisição de conhecimento.
Críticas serão sempre bem vindas, desde que não descambem para a ofensa gratuita e desnecessária, pois esta foi a maneira com que sempre agimos quando aos outros criticamos. Ferino, mordaz, sim! Ofensivo, não.
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Embora nem eu saiba, me arrisco a dizer que:
Meu nome é Osório Silva Barbosa Sobrinho. Nasci no Município de Tefé, embora tenha sido fabricado e vivido até os 17 anos no Município de Maraã, ambos no Estado do Amazonas (fui nascer em Tefé porque minha mãe teve problemas no seu primeiro parto, eu fui o segundo, e naquela cidade tinham melhores condições médicas).
Para se chegar em Maraã somente é possível por barco (ou em pequenos aviões fretados, já que para lá não tem linha regular). Maraã dista 615 Km de Manaus, em linha reta. Portanto, se Manaus ainda é uma cidade interiorana, imaginem Maraã...
Pois bem, sou filho de amazonenses e neto de índios com cearenses. Que bela mistura! Meu pai, Juarez Barbosa de Lima, era analfabeto, somente soletrava algumas letras e formava palavras, com dificuldade. Minha mãe, Maria Rosa Silva Barbosa, estudou até a segunda série do primeiro grau (à época).
Minha família era muito pobre (no Amazonas, dificilmente alguém passa fome, embora alguns, como eu, tenham estado no limite). Minha mãe era funcionária da prefeitura do Município, onde ganhava e ganha (hoje está aposentada) um salário mínimo por mês. Meu pai era um comerciante falido (dava tudo que tinha. Uma espécie de Robin Hood caboclo).
Aos 17 (dezessete) anos fui mandado a Manaus para estudar. A despeito de não terem estudado, meus pais sempre incentivaram seus filhos a estudar! Nos diziam coisas do tipo: "só é gente quem estuda" ou "para ser alguém na vida tem que estudar". Ficaram em casa meus irmãos: Júlia, Pujucan e Rosa Cláudia. Nosso outro irmão, Ruy, sempre morou com uma tia em Manaus. Em Manaus fui morar com o tio que me deu o nome: Osório Barbosa de Lima. A divergência nos nomes do meu tio e o meu deve-se ao fato do Osório Sobrinho ter sido registrado por terceiros. Meu nome era para ser Osório Barbosa de Lima Sobrinho!
Meu tio trabalha com um caminhão transportando peixes da "beira do rio", como se diz por lá, para mercados e feiras da capital do Amazonas. Osório Sobrinho ajudou o tio nos dois primeiros anos que chegou em Manaus (1979 e 1980), quando com ele residia.
No ano de 1981 fui morar com meu avô paterno, Antonio Barbosa Cavalcanti. O qual viria a falecer dois anos depois. Dois anos após minha chegada em Manaus, o meu pai faleceu. E o que era difícil ficou um pouco pior!
Sempre estudei em escolas públicas (a faculdade, onde me formei em Direito, também era pública: a federal do Amazonas). Muitas vezes pensei em desistir dos meus estudos - inclusive quando já estava na faculdade -, e voltar para Maraã, pois lá não passaria fome, como temi passar em Manaus. Felizmente - hoje sei -, isso não ocorreu. Meu tênis (um tiger amarelo), num dia de chuva, não suportando a jornada a que fora submetido, mostrou o buraco que tinha no solado. Ainda na faculdade, ia dois dias seguidos com a mesma camisa (como ainda era jovem, quase morri de vergonha ao ganhar dos colegas, como presente de aniversário, uma camisa!). Meu cobertor, certo dia foi lavado por minha irmã, Júlia, e se desintegrou, de tão velho e puído que estava. Com a morte do meu avô fui morar com uma tia materna por um ano, o primeiro da faculdade. Conheci, então, a mãe do meu primeiro filho, Juarez, a qual me ajudou muito, juntamente com mais umas três ou quatro pessoas (Adail, Simão, Lucy, Hélio).
Terminei a faculdade em 1987. No ano seguinte já passei no concurso público de promotor de Justiça, carreira na qual fiquei por 6 (seis) anos. Em 1995 passei no concurso público de procurador da República, onde pretendo me aposentar, pois é [ainda] o melhor trabalho do mundo.
Acredito ter sido um bom companheiro nos meus três relacionamentos estáveis, dos quais nasceram três filhos: Juarez, Maria Rosa e Osório di Maraã. Acredito também ser um bom pai, bom familiar e bom amigo, mas apenas os outros é que podem dizer se isso corresponde à realidade.
Estou no quarto relacionamento, onde nasceu Antonia Angela.
Acredito, sem falsa modéstia, que sou um exemplo de quanto bem o estudo pode fazer a uma pessoa, a sua família e à sociedade, de um modo geral, pois foi por ele que cheguei ao que considero realização!
Sempre procuro ajudar meus familiares, meus amigos e, muitas vezes, até desconhecidos, os quais também são seres humanos (herança paterna?).
No exercício de minhas funções, entrei com várias ações locais que tiveram repercussão nacional (o repórter da Rede Globo, Flávio Fachel fez entrevistas comigo. Boris Casoy citou meu trabalho, bem como Elio Gaspari, e jornais do Brasil inteiro noticiaram minha participação na CPI do Poder Judiciário. Mereci do Jornal "A Crítica", o maior do Amazonas, uma citação honrosa em editorial de 28.02.04, três [3] anos após eu ter me mudado para São Paulo). Enfrentei todos os poderosos locais, sempre com coragem, determinação e humildade.
Tenho dois livros publicados, sendo que um deles teve imensa aceitação no mundo jurídico, o que levou seu editor, Dr. Juarez de Oliveira, a convencer-me a vir fazer pós-graduação em São Paulo – SP, onde estou desde 2001.
Em São Paulo fiz a escola de Teatro e TV do Wolf Maia, sou poeta, escrevo artigos, reciclo meu lixo e aqui tive um outro filho lindo, o Osório di Maraã Barbosa, nome em homenagem à minha cidade natal, a qual não pode ser esquecida nem um dia, nem um minuto. Em Santos nasceu a não menos linda filha Antonia Angela.
Este, pois, é o resumo de uma história de sucesso vivida por alguém que acreditou em seus pais, especialmente quando diziam que "estudar vale a pena", e de quem espera que seus filhos herdem o mesmo gosto e a mesma perseverança.
Acrescentei depois:
Não é elogio em boca própria.
Amigos do facebook e de vida, boa tarde!
Não tomem o que eu vou dizer abaixo, como um “elogio em boca própria”, pois isso é vitupério, ensina o sábio popular, e eu não quero insultar ninguém!
Tudo se deve a este meu escrito:
“Bilhete aos pobres do Brasil.
Pobres,
Vocês já perceberam quantos pobres o Lula já juntou contra ele?
Pois é! Muitos!
Pobres,
Vocês já perceberam por que todos os ricos estão contra o Lula?
Pois é! Todos!
Pobres,
Você já viu quantas vezes os ricos estiveram ao seu lado?
Pois é! Muitas!
E todas as vezes que os ricos estiveram ao lado dos pobres foi para torná-los mais pobres ainda!
Abra o olho e perceba quem realmente está ao seu lado.
Como que você, pobre, por exemplo, é a favor da pena de morte, se ela atinge apenas pobres, pretos e favelados, justamente você e seus filhos!
Você que passou a cursar uma faculdade aos 50 anos, “porque antes não deu”! Por que não deu? Quem estava ao seu lado e sempre agiu para que não desse?
E os milhões que foram tirados da miséria?
Pobre precisa de inimigos? Não, ele já é inimigo de si mesmo.
Eu tenho pena de mim, pois também sou pobre!
Até mais,”.
Ai se seguiram alguns comentários que gostaria esclarecê-los:
O amigo Lécio disse o seguinte:
“Lecio Oliveira Meu Amigo Osório Barbosa. Me recuso a acreditar q VC escreveu isso'
VC q veio do interior do Amazonas e venceu por seus próprios meios e chegou onde chegou por seus méritos escrever isso. Me desculpa meu amigo mais na minha humilde interpretação VC ta dizendo foda-se o Brasil e salve o PT.”.
Já o amigo Arsênio pontuou:
“Arsenio De Carvalho Gradiz Não concordo com você meu caro Osório, primeiro lugar você não é pobre pela medida do Pt, você se enquadra na categoria de coxinha, mais isso não é demérito, pelo contrário, não sei porque a demonização de quem tem dinheiro, e quanto a ter muitos doutores, fantástico, pena que temos 9 milhões de desempregados, muitos desses, formados, e quantos tiveram que abandonar a faculdade por não ter condição de pagar.
A crise é das mais serias já vividas, o Governo atual, faliu este país ... Que é uma pena, porque nós Brasileiros não merecemos isso !!!! Abcs”.
A querida e estimada amiga D. Ana acrescentou:
“Ana Amélia R F Oliveira Concordo com o Lécio Oliveira e o Arsênio De Carvalho Gradiz, com toda a minha pequenez e humilde saber!!!
Valha-me Deus!
PT? Ainda?????”.
Em minha defesa, disse minha irmã Júlia:
“Julia Barbosa Amigo você não sabe a metade da história. Quem dera nós estivéssemos bolsa família. Meu irmão chegou por seus méritos mais só nós sabemos o quanto pagamos.”.
Em outra postagem, o amigo e benfeitor Marcos Simão considerou:
Marcos Simão Eu apenas vou dizer uma coisa. O Lula está muito longe de ser um Osório Barbosa, primeiro precisa estudar muito, como ele não gosta de lê, então jamais será um Osório de Maraã. O Osório Barbosa que veio da mesma origem pobre e humilde tem a minha admiração, não é vislumbrado, agora o outro se perdeu no caminho, não quis estudar, ganhou um único diploma dado pelo povo Brasileiro de Presidente da república e não soube honrar esse canudo, já o de Maraã honra o que conquistou e acredito que não foi nada fácil. Abs
Há cerca de 10 anos montei uma página para mim (www.osoriobarbosa.com.br), a qual tinha e tem um objetivo: mostrar a todos a importância de estudar, entretanto, embora meu público fossem todos, tinha uma comunidade em especial, meus amigos e parentes de Maraã-Amazonas, pois queria mostrar a eles que um deles, que não é melhor nem pior que qualquer um de lá, é capaz de conseguir algo na vida por intermédio do estudo.
O que escrevo agora, tem a mesma finalidade, embora eu ande muito triste com um acontecimento terrível que ocorreu recentemente em Maraã.
Lá na minha página tem uma postagem com o título “Quem sou eu?” (http://www.osoriobarbosa.com.br) que é um resumo da minha vida de estudante, ao qual remeto quem possa estar interessado.
Vejam que lá constam quatro nomes, a título de exemplo: (Adail, Simão, Lucy, Hélio). Foram e são pessoas (duas estão falecidas) que me ajudaram na hora que mais precisei.
Em razão do acima, pedi a meu amigo e compadre Sérgio Monteiro Medeiros o seguinte:
“Aliás, eu gostaria de responder a uns amigos no FB mas estou inibido. Preciso, mais uma vez da sua ajuda.
Certa vez, lá em Manaus, você, verbalmente, me fez umas perguntas e traçou um paralelo entre nossas vidas (famílias e conquistas). Lembra?
Lembro que você admirou-se de "como eu consegui estudar e vir morar numa travessa da Paulista, próximo à decadente Augusta, num cortiço antigo"! Lembra?
De coração, ficaria honrado com essa sua lembrança por escrito, pois dos vários presentes que você me deu na vida, em especial sua amizade, creia-me, aquele conversa foi um dos melhores.
Minha irmã Júlia, ontem, no FB, disse: "Amigo você não sabe a metade da história. Quem dera nós estivéssemos bolsa família. Meu irmão chegou por seus méritos mas só nós sabemos o quanto pagamos".
Agradeço antecipadamente,”.
Ele escreveu:
Caramba! E a lembrança?
“Eu vivo repetindo um pouco essa história, me apropriando dela, por que sinto orgulho de ter tido o privilégio de conhecer uma pessoa assim. e para um monte de gente, amigos próximos, repito que para mim, filho de classe média, que tive tudo, estudei em colégio particular (embora a maior parte do tempo no econômico Colégio Militar de Manaus, por opção), foi fácil, mera consequência. Mas o Osório veio de Maraã para Manaus, já meio madurinho, sem grana, morando de favor, andava de sapato furado; estudou, conseguiu o prodígio de passar no vestibular -numa época que não tinha cota-, para a federal, e, contando ás vezes com a ajuda de uns amigos -e sempre me lembro que citas o Edmundo, nosso ex-colega Promotor, que à época tinha um restaurante-, livrava o almoço. Formar-se em Direito, cumprindo a previsão do Sr. Juarez, tornando-se "doutor", já seria um fenômeno, mas se tornou Promotor de Justiça e depois Procurador da República ... só que dessa conversa não me recordo mais os detalhes, preciso de insumos. ;-))”.
Ele lembrou do Edmundo, que era sócio do Jonas...
O coração do que ele disse é o seguinte: “filho de classe média, que tive tudo, estudei em colégio particular (embora a maior parte do tempo no econômico Colégio Militar de Manaus, por opção), foi fácil, mera consequência”.
Todos os colegas e amigos dos Ministério Públicos (do Amazonas e do Federal) que conheço, vêm de famílias da classe média, como o Dr. Sérgio ou de famílias ricas. No meio deles, eu sou “o patinho feio”.
Lembrou que a avó do meu filho Juarez, D. Carmita, quando eu brincava que era bonito, ela dizia: “tu és um aborto da natureza”! Rs.
Parêntese: Caetano Veloso e Chico Anysio, por exemplo, ficaram menos feios depois de velhos!
Sempre gostei de contar essa história e, uma vez, contando-a para uma juíza federal aqui de São Paulo, ela me disse, com deboche: “você conta isso para que as pessoas tenham pena de você”!
Engasguei, mas respondi: “Pena? Agora? Nunca quis pena, no máximo queria ajuda na época difícil. E se hoje conto é por me orgulhar do feito, mostrar aos meus amigos de Maraã que é possível e, acima, de tudo, dizer para certas pessoas que vale a pena ajudar os demais, especialmente nas horas em que a vida parece que vai botar tudo a perder! Felizmente não preciso mais da sua ajuda, mas seria bom se a senhora ajudasse quem precisa!” Paramos por ali.
Quando passei no concurso para promotor de Justiça, no ano seguinte à minha formatura (1988) passou também o filho do então procurador geral de Justiça da época, Dr. Aguinelo Balbi, um dos raríssimos homens públicos que, pela convivência, aprendi a admirar.
Eu que não conhecia, até então, o Dr. Aguinelo passei a “ser acusado” de ter passado em um concurso fácil, pois tinha sido facilitado para que o filho do PGJ passasse!
Vivi com essa dor imerecida por cerca de 6 anos, dela indo me libertar ao longo de 1994/1995, ano do concurso no qual fui aprovado para procurador da República. Foi o último concurso sob a batuta de Aristides Junqueira Alvarenga, a quem eu somente conhecia pela imprensa. Finalmente deixei de ser tido por apaniguado por fantasmas que eu sequer conhecia, daí a importância do que escreveu acima o compadre Sérgio! Tudo para mim foi difícil e dificultado. Mas valeu a pena! Vale a pena!
Mas, hoje, reconheço, sou mesmo “um aborto da natureza”!
Meus filhos, pelo caminhar, TODOS eles, farão curso superior. Juarez já é bacharel em Direito; Maria Rosa acaba de entrar na universidade; Osório di Maraã e Antonia Angela farão o mesmo caminho dos irmãos. Felizmente, para eles, a vida tem sido um “mar de rosas”, como diz minha mãe, pois têm casa (abrigo), roupa e comida!
Mas aí vem o outro lado! Não quero isso (casa, roupa, comida) apenas para os meus filhos! Eles não estão sós no mundo! Com quem eles irão conviver? Serão eles ilhas de prosperidade cercados por um mar de miseráveis?
Não! Não é isso que quero para eles!
Quero que eles tenham e vejam em cada ser humano um irmão que merece ter o mesmo que eles tiveram, especialmente a oportunidade para estudar, que tem abrigo, roupa e comida como eles tiveram!
Não quero mesmo, filhos com medo de irem às ruas pois podem ser assaltados por pessoas que são seus iguais, mas que eu não ajudei a dar a elas as mesmas oportunidades.
Eu, definitivamente, não sou/serei feliz se não ajudar o máximo que eu puder os filhos de todos.
Não quero uma “ferrari” para um filho meu! Quero um ônibus no qual os filhos dos outros possam ir aos seus colégios também.
Esse o papel que eu vi Lula assumir e ajudar a melhorar a vida de pessoas que, como eu, precisam muito de ajuda para estudar, mas que muitos veem como “malandragem”, “incentivo à preguiça”, “criação de vagabundos” etc.
Temos sim que dar oportunidades, mesmo que as pessoas não saibam aproveitá-las, mas aí já é problema delas e poderão, no futuro, culpar apenas a si mesmas!
Eu precisei muito, como disse Júlia, de uma “bolsa de estudos”, embora tenha cursado uma universidade Federal, pois eu precisava comer! Ato básico e elementar para cada ser humano.
Lembro que, no ano que meu pai faleceu e no seguinte, na hora da merenda (que a gente chama de recreio) eu ia com um colega (Marcos, já falecido) para próximo à cantina e ele comprava um refrigerante e um salgado e ficava saboreando em “voz alta” para me fazer inveja! Como fazem os personagens Kiko e Chaves!
Passou!
Quando me vi entrando como hóspede em um hotel 5 estrelas, me belisquei para sentir que era real e, só então, percebi que tinha passado todo aquele sofrimento e que tudo tinha valido a pena!
D. Carmita tem razão. Sérgio Monteiro Medeiros tem razão e meu amigo lá de Maraã, João Dário também é generoso, vejam o que ele disse:https://www.youtube.com/watch?v=G1nkGoAmxS4.
Agora me digam, amigos, tenho ou não tenho motivos para querer o mesmo que consegui para os filhos de todos?
Eu somente me respondo, positivamente.
Agora, indo aos questionamentos dos amigos.
Lécio, querido, eu sou um