Sofística
(uma biografia do conhecimento)
125 – Depois da Sofística: a decadência!
Diz Guthrie:
“Agora, se pensarmos nas grandes coisas que estão adiante — as filosofias de Platão e Aristóteles, a ser seguidas pelos estóicos, epicureus e outras filosofias da idade helenística — não cabe nenhuma dúvida de que, o que quer que se possa passar com a história grega em geral, com os sofistas o pensamento grego entrou não em seu declínio mas em sua primeira maturidade.” (Fonte: Os sofistas, W. K. C. Guthrie, tradução, João Rezende Costa, Paulus, São Paulo, 1995, p. 51).
E prossegue Guthrie:
“Para um contemporâneo hostil como Aristófanes, as idéias sofistas eram sintoma de declínio. Os grandes dias da Grécia foram os das guerras persas, quando homens eram homens. Coragem e dureza, simplicidade de vida, altos padrões morais foram todos atribuídos a esta geração imediatamente anterior. Agora, lamentava ele, todos os padrões estão sendo abandonados e ninguém pode distinguir certo de errado, ou, se podem, espalhafatosamente acolhem o errado e desprezam o certo. A geração jovem é amante da luxúria, efeminada, imoral e covarde. Basta ver os dramas: os escritos teatrais não mais escolhem temas elevados e nobres como Esquilo o fez. Em vez disso, temos Eurípedes com seus teatros de adultério, incesto e velhacaria, seu alarde do baixo e sórdido, sua conversa de trocadilhos e jogos de palavras sem fim. Tudo isso, pensava Aristófanes, vinha do seguimento da nova ciência atéia e a nova moralidade dos sofistas. (Fonte: Os sofistas, W. K. C. Guthrie, tradução, João Rezende Costa, Paulus, São Paulo, 1995, p. 50).