Sofística
(uma biografia do conhecimento)
61 – Educação ocidental: como ocorre.
Nos informa Guthrie:
“Até época relativamente recente, a visão dominante, visão em que foi educado o estudioso de minha geração, é que Platão estava com a razão em sua querela com os sofistas. Foi o que proclamou ser, o filósofo verdadeiro ou o amante da sabedoria. E os sofistas foram superficiais e destruidores, e na pior das hipóteses, enganadores propositados e criadores de sofismas no sentido moderno do termo.
Ao ler estes estudiosos de uma geração passada, é-se tentado a demorar em citações longas. Seria desproporcionado, mas pelo menos é importante mostrar que o retrato feito por Platão dos sofistas, tão calidamente em debate hoje, foi com razão posto em juízo pelos grandes vitorianos, muitos dos quais não só foram finos estudiosos mas também homens de negócios com experiência nos campos político, educacional e outros. Não é preciso dizer que suas conclusões, como a de seus sucessores, não foram inafetadas por suas crenças pessoais, políticas e filosóficas.
(...)
Mais surpreendentemente à primeira vista, Joël acrescenta do mesmo lado o "intelectualismo hegeliano", que os saudou como "mestres do raciocínio reflexivo", e, "a partir de sua filosofia da história entendeu e perdoou a todos". [Osório diz: Hegel e os sofistas!]. (Fonte: Os sofistas, W. K. C. Guthrie, tradução, João Rezende Costa, Paulus, São Paulo, 1995, p. 17 e 18).