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45.36 – Razão, sua descoberta e uso pela Sofística.

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

45.36 – Razão, sua descoberta e uso pela Sofística.

 

É de Guthrie a lição:

 

Sagacidade técnica (entechnos sophia) é inata ao homem desde o começo, pois no mito ela é concedida por Prometeu no momento em que os primeiros homens vêm a luz.

Participariam dele tanto no sentido de que a razão era o dom de Prometeu, um ser divino, e de que a posse da razão se pensava como marca de parentesco com os deuses.” (Fonte: Os sofistas, W. K. C. Guthrie, tradução, João Rezende Costa, Paulus, São Paulo, 1995, p. 66).

 

Ensina Kerferd:

 

Se perguntamos qual é a característica mais marcante do movimento como um todo, a resposta deve ser: a constante tentativa de usar a razão para alcançar uma compreensão dos processos racionais e irracionais [Osório diz: o que queriam os Sofistas]. Mas antes que a razão possa ser empregada diretamente para a solução de problemas é necessário primeiro estabelecer uma estrutura ou quadro racional dentro do qual seja possível o problema ser abordado pelo investigador [Osório diz: é possível usar a razão?]. As dificuldades realmente imensas que isso apresenta, quando não existem praticamente tentativas anteriores, são facilmente subestimadas. São questões de epistemologia, de lógica e de metafísica, em grande parte inexploradas, que parecem cada vez mais se interpor entre o pensador e o sujeito imediato em discussão. Não importa que, em vários casos, as respostas dadas por sofistas individuais a essas questões pareçam ingênuas ou inadequadas. O que é importante é que eles responderam, quando anteriormente os pré-socráticos malograram porque não tinham nem mesmo começado a ver a natureza e a complexidade dos problemas com que se defrontavam, precipitando-se, em vez disso, a dar respostas particulares que mais lhes agradassem em qualquer dada ocasião.” (Fonte: O movimento sofista, G. B. Kerferd, tradução de Margarida Oliva, Loyola, São Paulo, 2003, p. 295).

 

Doutrina Untersteiner:

 

Graças à firme convicção de que o homem dispõe de um instrumento potente e eficaz, a razão, por meio do qual é possível a qualquer um assumir o controle da própria existência, transformando-se de sujeito passivo dos eventos em "dominador das experiências" (assim, com audaciosa e especulativa tradução, ele interpretava as famosas palavras de Protágoras). Dominar as experiências significa tornar-se dono do próprio destino e reafirmar, laicamente, por meio da consciência, a própria dignidade do homem.” [Osório diz: mas é isso que as religiões não querem: que o homem seja dono do próprio destino! Para seu destino ele tem que ter um intermediário: o religioso.]. (Fonte: A obra dos sofistas: uma interpretação filosófica, Mario Untersteiner, tradução: Renato Ambrósio, Paulus, São Paulo, 2012, p. 10).

 

 

 

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