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45.16 – A crítica a Homero formulada por Protágoras (crítico literário).

Sofística

(uma biografia do conhecimento)

 

45.16 – A crítica a Homero formulada por Protágoras (crítico literário).

 

Finalmente, literatura. Aqui temos notícia de Protágoras dizendo (Prot. 338e6-339a3) que, na sua opinião, a maior parte da educação de um homem consiste em ser perito em assunto de versos, isto é, ser capaz de entender, na fala dos poetas, o que foi correta ou incorretamente composto, saber como distingui-los e comentá-los quando solicitado [Osório diz: justamente a repetição de que falará Sócrates]. E prossegue introduzindo uma elaborada discussão de um poema por Simônides; esta, por sua vez, provoca novas análises por Sócrates e Pródicos, e a proposta de uma exposição por Hípias, que é rapidamente recusada por causa de uma reunião presidida por Alcibíades, com a solicitação de que a faça numa outra ocasião. Que a exposição rejeitada de Hípias poderia ter sido enfadonha é sugerido pelas referências às suas epideixis sobre Homero e outros poetas, no Hípias Menor 363 al-c3. A discussão toda, no Protágoras, ocupa mais ou menos um sexto do diálogo completo; e sabemos, por um fragmento de papiro que Protágoras de fato comprazia-se na crítica literária de Homero (DK 80A30). Um pouco mais tarde, Isócrates (XII, 18) conta como certa vez, no Liceu, três ou quatro sofistas, simples e comuns, estavam sentados discutindo poetas, especialmente Hesíodo e Homero. É claro que a prática seguida por Protágoras continuou por muito tempo depois.” [Osório diz: Protágoras e a crítica literária]. (Fonte: O movimento sofista, G. B. Kerferd, tradução de Margarida Oliva, Loyola, São Paulo, 2003, p. 72).

 

Diz Fausto dos Santos:

 

Direcionar seus estudos para a linguagem, seja através da crítica literária, como vemos Protágoras fazer no homônimo diálogo platônico, ao analisar um poema de Simônides (Cf. Protágoras, 339 a)” [Osório diz: Protágoras como crítico literário].

(…)

Também Protágoras, a julgar pelos testemunhos de Diógenes Laércio e de Aristóteles, interessou-se por questões lingüísticas propriamente ditas, pelo que, Jonathan Barnes (1992, p. 542) nos diz: "Protágoras tem certo direito a receber o nome de inventor da sintaxe". E Górgias - que se orgulhava de ser reconhecido como um "bom orador" (Cf. CÓRGIAS, 449 a) - como afirma o helenista lusitano Pinharanda Gomes (1987, p. 74), "[...] manteve fixa atenção à filologia e à arte das palavras no conjunto de significante e significado". (fl. 58) [Osório diz: Górgias como filólogo]. (Fonte: Filosofia Aristotélica da Linguagem, Fausto dos Santos, Ed. Universitária Argos. Capecó-SC, 2002, p. 57 e 58).

 

 

 

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