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Poesia: deleite-se ou delete-me (15.07.16).

Maraãvilhosos,

Como gasto meu dinheiro

                                                     (Obrigado à Cris Lima pela imagem). 

 

 

 

Histórias de Maraã.

 

Meu amigo Manoel “Macaco”.

 

Uma das pessoas que eu gostava de admirar emalinar”, quando adolescente em Maraã, era oManoel Macaco, casado com D. Neuza (que ele, quando bêbado, chama deNeuzas, num plural inexplicado). O casal nunca teve filho, exceto um adotivo, adotado, aliás, quando eu tinha partido.

Eu admirava doMacacoas suas mãos e os seus pés, pois eram de extrema delicadeza, finos em ambos os sentidos: não tinha os pés achatados, o que é peculiar aos nossos conterrâneos, e suas mãos eram macias, nem parecia de quem trabalha empurrando (puxando) carrinho-de-mão carregado de areia e/ou de tijolo e/ou pedra. Dizia ele que quando jovem seus pés foramacostumadosnos sapatos, daí a beleza de seus dedos sempre juntinhos.

- O povo de Maraã tem as mãos bonitas? Lembra das do Ramiro? Certa feita perguntou-me uma amiga para quem contava histórias de Maraã e tinha falado das mãos do “seu” Ramiro Ferreira de Mattos.

- Claro. Pois é! As deles eram parecidas. Mas em Maraã todo o conjunto é bonito. Exemplo? Euzinho aqui. Respondi e rimos

- Malinava doMacacopor ele usar, diuturnamente, um chapéu (quepe) do Exército brasileiro para esconder sua careca. Quando ele estava sóbrio ninguém ousavatirar o chapéu do Macaco, até porque, caso isso ocorresse, ele não faria o escândalo que fazia quando estava bêbado. Os palavrões que ele proferia quando seu chapéu era arrancado são impublicáveis, mas tinham sempre a mãe no meio e suas partes genitais também, além da promessa de uma morte certa e em breve, fato que, felizmente, nunca se concretizou.

Inúmeras vezes levei oMacacobêbado para sua casa, dentro do seu próprio carrinho-de-mão, recebendo o olhar de aprovação de D. Neuza. Quando o casal começava a discussão, comum nestes casos, eu me retirava, sempre feliz pela boa ação, lembrança do meu tempo de escoteiro (Sempre Alerta!).

Acredito que o casal,Macacoe Neuza, aquele informado por esta como chegara em casa, sempre me tratou bem devido eu levar o marido de volta ao lar, mesmo que antes disso eu tenha tirado o seu chapéu e recebido seus tiros de palavras e sua promessa de uma morte trágica, tudo numa inocência que hoje parece estar perdida. Maraã está muito violento, em relação à minha época de criança por lá!

Atribuo a chegada da televisão por a causa de muitos males! A meninada via a cenas de violência e queria repetir na vida real. As meninas passaram a transar adoidamente, pois as meninas da TV faziam isso sem ouvir os conselhos de seus pais, ficaram cheias de filhos.

 

Até mais,

Abraços,

Osório

 

POEMEMOS:

 

Maria

 

Meus sonhos em ti se materializam.

A tua procura cruzei mares e montanhas.

Ri algumas vezes e em outras tantas chorei.

Isolava-me do mundo para contemplar tua face imaginária.

Ao encontrar-te amalgamei para sempre minh’alma a tua.

São Paulo, 22.09.01.

 

e,

 

 

A gente fria dessa terra sem poesia

Não faz caso dessa lua nem se importa com o luar

Enquanto a onça lá na verde capoeira

Leva uma hora inteira vendo a lua meditar”.

 

Versos da música “Luar do sertão”, cujo autor, no momento, desconheço, mas que foi gravada por muitos cantores, dente eles Luiz Gonzaga e Vicente Clandestino, digo Celestino! Na voz deste último constam os versos acima, já na do outro citado não!

 

 

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