Um amigo, Beto, me apresentou ao livro “Dicionário brasileiro de provérbio, locuções e ditos curiosos”, de autoria de R. Magalhães Júnior, editado pela Cutrix.
Adorei a obra, como adoro todos os livros!
Tentei comprar, mas está esgotado. Peguei emprestado e ia xerocopiar alguns verbetes, mas lembrei-me de um sítio de venda de livros (um sebo virtual) e pesquisei se lá estava à venda a referida obra. Estava. Pedi à Thaís, colega de trabalho, que por favor, comprasse o livro. Ela o fez.
Quando recebi a obra, imediatamente, percebi, pela capa, que já a tinha na minha biblioteca. Fui procurar, dentre os dicionários e ela lá estava! Comprei, como já fiz várias vezes, o mesmo livro mais de uma vez!
Ao folhear a preciosidade, constatei que nela estava aposto o carimbo da “Biblioteca Pública Pelotense”! Tremi!
Junto com a Thaís encontramos o livro e trocamos os e-mails abaixo, que mostram a evolução da situação constrangedora:
Thaís compra o livro:
De Thais
Para: "osoriobarbosa"
Data 12/03/2015 15:58
Assunto: FW: Pedido 17062876 foi enviado para o endereço de entrega
Date: Mon, 2 Mar 2015 15:51:58 0300
To: thaisokada
From: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Subject: Pedido 17062876 foi enviado para o endereço de entrega
Olá Thais,
Seu pedido foi enviado e será entregue de 5 a 8 dias úteis.
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Sebo Monte Cristo
Número do pedido 17062876
Dicionário Brasileiro de Provérbios, Locuções e Ditos Curiosos
R. Magalhães Júnior
1977
Endereço de entrega
Osório Barbosa
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 2020 / gab. 142
Bela Vista São Paulo, SP, CEP: 01318 002
Entrega Normal
Prazo de entrega
5 a 8 dias úteis
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Quando recebemos a compra, após consultar a internet e encontrar endereço eletrônico, Thaís pergunta à Biblioteca:
Em 11/03/2015, Thais ... escreveu:
Boa tarde,
Recentemente adquiri uma obra (Dicionário brasileiro de provérbios, locuções e ditos curiosos; autor: R. Magalhães Júnior) junto a um sebo, por intermédio do site Estante Virtual, a pedido …
Ocorre que, identificamos a estampa de um carimbo com os dizeres "BIBLIOTECA PÚBLICA PELOTENSE", em várias páginas desse livro.
Sendo assim, gostaria de saber se esta obra pertence ao acervo da biblioteca ora identificada.
Em caso afirmativo, solicito o endereço para que ela possa ser devidamente devolvida.
Obrigada,
Thais
A Biblioteca responde nos seguintes termos:
Date: Thu, 12 Mar 2015 13:50:43 0300
From: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
To: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Subject: Re: Informação sobre possível extravio de obra
Thais
Muito obrigada pelo contato!
Essa obra realmente pertencia ao acervo da Bibliotheca, encontrando se perdida. Por isso, se a puderes devolver para nós seremos imensamente agradecidos!
Nossa Bibliotheca é uma associação civil fundada há 138 anos por um grupo de pessoas que pretendia um espaço aberto a toda a comunidade, razão da palavra "pública" em seu nome. Não possuindo vínculo com o poder público e mantida pelos seus associados, a formação do nosso acervo é objetivo constante, e recuperar uma obra perdida é fato raro.
Podes enviá la aos meus cuidados, para o endereço:
Bibliotheca Pública Pelotense
Praça Coronel Pedro Osório, 103
96065 010 Pelotas RS
Muito obrigada!
Cordialmente
Luciana Franke Nebel
Bibliotecária CRB 10/654
Bibliotheca Pública Pelotense
(53) 3222 3856
Devolvemos o livro à sua proprietária!
Dias depois recebemos a carta acima, que, para mim, foi o segundo melhor presente da minha vida, em termos de reconhecimento de uma boa ação, razão pela qual cheguei, “mulheríssimamente”, com orgulho, a verter algumas lágrimas!
Hoje, com o título que é a própria carta, mais que nunca, sinto-me um cidadão “Pelotense”! Embora morando muito próximo a Campinas.
Obrigado à Biblioteca e à subscritora da carta, Lisarb, que nada mais é que Brasil ao contrário (ou de ponta-cabeça, como se diz por cá, e lá no norte “de trás para frente”).
Até o endereço da praça me encantou, também. Leiam!
Até mais,
e,
e,
e,
e,
e,
Até mais,
Abraços,
Osório
POEMEMOS:
Sou camaleão – não sei chorar.
Eu cresci, amadureci, envelheci e não aprendi algumas coisas na vida. Entre elas, a lidar com os momentos de perdas, seja lá do que for. Mas a vida não poupa ninguem e assim fui perdendo coisas, porque perder não depende de mim. Perdi as minhas idades, algumas felicidades,algumas pessoas queridas, amores que eram para sempre, perdi até saúde por sofrer por bobagem. Já até me perdi de mim mesma.. Confesso, perder não é fácil para mim.
Não sei chorar e na perda a dor da minha alma borbulha em minhas veias até me sufocar. Por sorte, nunca perdi a memória, mas nos momentos das perdas, como não gosto de reviver histórias para não entregar a dor o troféu da vitória, aprendi a virar camaleão. Eu sou um camaleão e mudo de cor.
Tenho esse jeito meio esquisito só pra esconder a minha dor.Se a tristeza tenta me fazer chorar, sufoco o meu grito, finjo um sorriso para que minhas palavras não se façam em movimentos bruscos e os meus sentimentos não me atropelem.Não gosto de me machucar, odeio machucar alguém. Sou camaleão. Levanto a cabeça e deixo o corpo preso nas paredes. Busco o sol às avessas. Se tenho medo, mudo de lugar , fico quieta até o medo passar. E nesse meu coração disparado, que vive atropelado pelos sonhos e a razão, a loucura tem o seu cativo lugar e me inventa mil razões para eu continuar a caminhar.
Autora: Rosa Berg (http://pensador.uol.com.br/frase/NzEwNTEx/).