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Poesia: deleite-se ou delete-me (27.03.15).

 

Maraãvilhosos,

Ternura   mia couto(1)

Photo by © John Deakin

 

Do ponto de vista da álgebra a ternura é um absurdo”. Mia Couto (em: "Histórias Abensonhadas").

 

Gostaria de compartilhar com você que me lê dois links que reputo muito legais!

 

O primeiro é de organização de um colega de trabalho, o Bruno Magalhães, que encontrou um jeito de mostrarmo-nos uns aos outros (colegas) que temos alma, bem como ao público em geral o que pensa um procurador da República além do seu trabalho diário.

 

O sítio é: http://umdedodeprosa.org.

 

Bruno, bondosa e carinhosamente convidou-me e ouviu-me pacientemente! Obrigado a ele. O resultado está em:

 

(http://umdedodeprosa.org/2014/09/03/004/)

 

e

 

(http://umdedodeprosa.org/2015/03/22/004-2/).

 

A outra página é a da nossa fiel e constante colaboradora Cris Lima – artista de extremo bom gosto como todos que andam por aqui sabem e veem – que mostra seu talento muito além do pouco que tentamos mostrar nesta página.

 

Cris nos brindou com um de seus trabalhos (os demais podem ser vistos na linha do tempo). Vejam a arte inovadora de Cris em:

 

https://www.facebook.com/955317381145052/photos/a.955464601130330.1073741827.955317381145052/957865250890265/?type=1&permPage=1.

 

Obrigado a você, Cris, e não esqueça deste espaço aqui, que também é seu.

 

Outra coisa emocionante pode ser vista em:

 

https://www.facebook.com/video.php?v=932221586812583.

 

Que vontade de estar entre esses bons!

 

Quanta alegria com tão pouca tecnologia!

 

É em Maraã?

 

Por falar em Maraã, neste mês é seu aniversário! Longa vida, terra mais que querida!

 

Até mais,

 

Abraços,

 

Osório

 

POEMEMOS:

 

Malena, canta o tango!

 

Estou tentando escrever algo em que o Samba faz uma visita ao Tango, vai do Rio de Janeiro a Buenos Aires, para conversarem sobre o que dentre eles existe de comum.

 

Vocês não vão acreditar, mas os caras são “irmãos siameses de um só coração”!

 

Mas isso fica para mais tarde. Agora quero falar-lhes sobre Malena, uma cantora de tanto que era chilena, viveu no Brasil (Porto Alegre e São Paulo) e fez sucesso na Argentina! Uma mulher globalizada, não é?

 

Eis aí uma das proximidades entre Samba (Brasil) e Tango (Argentina)!

 

Encontrei na internet o seguinte:

 

O simples Malena é uma famosa canção de tango cuja letra foi escrita por Homero Manzi e a música composta por Lucio Demare em 1941. Foi interpretado pela primeira vez pela orquestra de Lucio Demare na boate Novelty, cantado por Juan Carlos Miranda. Esta versão foi registrada no filme “El viejo Hucha”, dirigido por Lucas Demare e com Osvaldo Miranda fazendo a fono-mímica. O filme foi estreou em 29 de abril de 1942 e em 8 de janeiro de 1942 foi gravado na RCA Víctor pela orquestra de Aníbal Troilo, com a voz de Francisco Fiorentino, com grande sucesso. Tem sido considerado um dos mais belos tangos de todos os tempos.

 

Mas, quem foi Malena?

 

Os historiadores discutem quem era Malena. A inspiração direta parece ter sido Malena de Toledo, nome artístico de Elena Tortolero, a quem Manzi tinha ouvido cantar em 1941, no Brasil, provavelmente em São Paulo, ainda que existam testemunhos que dizem que foi em Porto Alegre. Malena de Toledo foi una cantora nascida – provavelmente – no Chile ou na Província de Santa Fé, na Argentina, em 1916, e faleceu em 23 de janeiro de 1960, em Montevidéu. Ao que parece passou sua infância em Porto Alegre, e viveu em São Paulo, Venezuela e Buenos Aires, onde teve seu domicílio na rua Maipú 746, primeiro andar, departamento "A", entre as ruas Córdoba e Viamonte. Foi casada com Genaro Salinas, um conhecido cantor de boleros mexicanos, com quem teve dois filhos, Concepción e Genaro. Em 1959 se reuniu com Lucio Demare, na sala "Le Mans". Seu túmulo se encontra no Panteão dos Artistas, no Cementério da Chacarita, de Buenos Aires. O historiador Benedetti, conta - no seu livro “As melhores letras de tango” -, una lenda que ele recompilou, segundo a qual “Malena de Toledo tinha esse tango em seu repertório sem suspeitar que se chamava assim por sua causa, e que quando lhe disseram que a Malena do tango era ella, ficou tão impressionada que deixou de cantar para sempre”. [Osório diz: parece um exagero típico do tango!]

 

Contudo, diversos estudiosos têm sustentado também que Malena de Toledo pode ter sido a inspiradora direta e sobre tudo do nome da canção, porém não a pessoa real para a qual escreveu Manzi. Nessa linha se tem dito que Malena era Nelly Omar, com quem o poeta manteve uma relação amorosa, uma versão que a própria cantora sustenta.

 

Sim, Manzi a escreveu no México. Mandou a letra a Demare, Demare a pôs num bolso e dela se esqueceu. Quando voltou Manzi reclamou: “Que fizeste com a letra que te mandei?”. E assim fizeram o tango.

 

Era comum Homero Manzi dedicar letras de tango a Nelly Omar, e alguns exemplos são: “Solamente ella”, “Ninguna” e “Su carta no llegó”.

 

Também se disse que se tratava na realidade de Azucena Maizani, algo que ela sempre negou. Diversos testemunhos de época têm sustentado também outras versões, como a de uma cantora de una cantina do bairro “La Boca”, uma “modista” aficionada no canto.

 

Miscelânea

 

Devido a uma série de coincidências relacionadas com o tango "Malena", SADAIC estabeleceu o dia 6 de março, como “Dia das Malenas”.

 

Lucio Demare montou uma “tanguería” chamada “Malena al Sur”, na rua Balcarce 860, bairro de San Telmo, que funcionou entre 1969 e 1977, três anos depois de sua morte.”

 

Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Malena_%28tango%29.

 

Com a ajuda do inestimável Cicero Augusto Pujol Correa, meu amigo e “dicionário de tradução”, estamos propondo uma nova versão para “Malena” (as faltas são minhas), que segue:

 

Malena canta el tango como ninguna

Y en cada verso pone su corazón.

A yuyo del suburbio su voz perfuma,

Malena tiene pena de bandoneón.

Tal vez allá en la infancia su voz de alondra

Tomó ese tono oscuro de callejón,

O acaso aquel romance que sólo nombra

Cuando se pone triste con el alcohol.

Malena canta el tango con voz de sombra,

Malena tiene pena de bandoneón.

Tu canción

Tiene el frío del último encuentro.

 

Tu canción

Se hace amarga en la sal del recuerdo.

Yo no sé

Si tu voz es la flor de una pena,

Só uno sé que al rumor de tus tangos, malena,

Te siento más buena,

Más buena que yo.

 

Tus ojos son oscuros como el olvido,

Tus labios apretados como el rencor,

Tus manos dos palomas que sienten frío,

Tus venas tienen sangre de bandoneón.

Tus tangos son criaturas abandonadas

Que cruzan sobre el barro del callejón,

Cuando todas las puertas están cerradas

Y ladran los fantasmas de la canción.

Malena canta el tango con voz quebrada,

Malena tiene pena de bandoneón.

Malena canta o tango como ninguém

E em cada verso põe seu coração;

A erva daninha do subúrbio sua voz perfuma,

Malena tem pena do bandoneon

Talvez na sua infância seu gorjeio tomou esse tom escuro de beco

ou por acaso foi aquele romance, que só nomeia

quando fica triste com o álcool

Malena canta o tango com voz sombria

Malena tem pena do bandoneon

Sua canção

tem o frio de último encontro,

 

 

Sua canção se faz amarga no sal da lembrança

Eu não sei

se sua voz é a flor de um penar

só sei que ao farfalhar de seus tangos, Malena

te sinto melhor

muito melhor do que eu

 

 

Seus olhos são escuros, como o esquecimento

seus lábios premidos como o rancor

Suas mãos, duas pombas que sentem frio,

suas veias têm sangue de bandoneon

seus tangos são crianças abandonadas

que cruzam sobre a lama do beco

quando todas as portas estão fechadas

e latem os fantasmas da canção

Malena canta o tango com voz quebrada

Malena tem pena do bandoneon

 

Espero que se encantem ainda mais ouvindo Roxana Fontan em: https://www.youtube.com/watch?v=ibU8WPBb3ak.

 

Posso dizer: Roxana canta o tango como ninguém?

Eu, particularmente, me encantei!

 

 

 

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