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Poesia: deleite-se ou delete-me (24.10.14).

 

Maraãvilhosos,

Cris(3)

 

 

Mais uma “dicona” de leitura. Cervantes é “muito demais”! Pelo Prólogo já o verão:

 

Abraços,

 

Osório

 

POEMEMOS:

 

Isto

 

01.04.1931

 

DIZEM que finjo ou minto

Tudo que escrevo. Não.

Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.

Não uso o coração.

 

Tudo o que sonho ou passo,

O que me falha ou finda,

É como que um terraço

Sobre outra coisa ainda.

Essa coisa é que é linda.

 

Por isso escrevo em meio

Do que não está ao pé,

Livre do meu enleio,

Sério do que não é,

Sentir? sinta quem lê!

 

Autor: Fernando Pessoa, em "Cancioneiro".

 

e,

 

Bebo para esquecer.

 

Bebo para esquecer.

Uns dizem que é ruim.

Não pode ser.

Não busco ninguém,

Mas tão somente a mim.

Rio Branco/AC, 24.02.99.

 

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