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História da Arte, de Graça Proença.

História da arte Graã Proença

CarOAs todOAs,

 

Qual o seu relacionamento com a arte?

 

Ela pode lhe ajudar como?

 

Leia o trechos do livro abaixo – e depois ele em sua integralidade, pois, certamente, pulamos, involuntariamente, mas isso sempre acontece, partes que, certamente, irão lhe interessar – e apaixone-se pela História da Arte, caso você ainda não o seja. Se o for, renovará os laços de união prazerosa.

 

Vamos lá?

 

Eis:

 

 

 

História da Arte

Graça Proença

Editora Ática. 2004. São Paulo

 

A arte na história

 

“... o homem cria objetos não apenas para se servir utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para expressar a visão do momento histórico em que vive. Essas criações constituem as obras de arte e também contam – talvez de forma muito mais fiel – a história dos homens ao longo dos séculos [Osório diz: a autora nos dá a gênese da obra de arte]. Segundo Ruskin, crítico de arte inglês, “as grandes nações escrevem sua autobiografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras e o livro de sua arte”. E acrescenta: “nenhum desses três livros pode ser compreendido sem que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o último”. (p. 7).

 

 

Na verdade, a preocupação do homem com a beleza está tão presente nas culturas, que até mesmo os objetos essencialmente úteis são concebidos de forma harmoniosa e apresentam-se em cores muito combinadas. Isso pode ser constatado quando observamos uma urna grega, um astrolábio do século XVI ou um moderno automóvel com suas cores brilhantes e suas formas aerodinâmicas. (p. 8) [Osório diz: se vai fazer algo, faça-o bonito, pois “os olhos costumam ser a porta de entrada para os sentimentos agradáveis relativos à beleza]

 

 

A arte do Paleolítico Superior

 

Como a duração da Pré-História foi muito longa, os historiadores a dividiram em três períodos: Paleolítico Inferior (cerca de 500 000 a.C.), Paleolítico Superior (aproximadamente 30 000 a.C.) e Neolítico (por volta do ano 10 000 a.C.).

...

A principal característica dos desenhas da Idade da Pedra Lascada, nome pelo qual também é conhecido o Paleolítico Superior, é o naturalismo.  (p. 10)

 

... Os egípcios, por exemplo, representavam as figuras do perfil, mas colocavam os olhos vistos de frente. Ou seja, faziam uma composição entre aquilo que viam e o que não viam, mas sabiam que existia. Na arte do Paleolítico isso não acontece.

...

Ou seja, o pintor–caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia atar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente ferido num desenho. Assim, para ele, os desenhos não eram representações de seres, mas os próprios seres. Essa é a explicação mais aceita para as pinturas do Paleolítico Superior. (p. 11) [Osório diz: aqui havia um “confusão”, podemos dizer, entre as palavras e as coisas. No caso, entre a imagem e a coisa]

 

 

A arte do Neolítico

 

O último período da Pré-História é chamado de Neolítico ou Idade da Pedra Polida. Esse nome foi adotado por causa da técnica de construir armas e instrumentos com pedras polidas mediante atrito. Mas além desse aprimoramento técnico, o acontecimento mais significativo desse período foi o início da agricultura e da domesticação de animais. Isso deu início à substituição da vida nômade por uma vida mais estabilizada.

...

Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização. (p. 13).

 

Mas não foi apenas a maneira de desenhar e pintar que sofreu modificações. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva. Como as pessoas passaram a ser representadas em suas atividades cotidianas, um novo problema se colocou para o artista: dar ideia de movimento através da imagem fixa (fig. 2.2). E o artista do Neolítico conseguiu isso de uma maneira eficiente, como se pode notar nas pinturas de cenas de danças coletivas, possivelmente ligadas ao trabalho de plantio e colheita.

A preocupação com o movimento fez com que os artistas criassem figuras leves, ágeis, pequenas e de pouca cor. Com o tempo, essas figuras foram se reduzindo a traços e linhas muito simples, mas que comunicavam algo para quem as via. Desses desenhos surge, portanto, a primeira forma de escrita, a escrita pictográfica, que consiste em representar seres e ideias pelo desenho. (p. 14). [Osório diz: olhando as imagens percebe-se que o artista conseguiu].

 

Desse desenhos surge, portanto, a primeira forma de escrita pictográfica, que consiste em representar seres e ideias pelo desenho. (p. 14) [Osório diz: nascimento da escrita pictória]

 

 

A arte no Egito

 

... deserto de Gizé (p. 18) [Osório diz: as pirâmides do Egito ficam nesse deserto, daí nos referirmos a elas como as pirâmides de Gizé, no Egito].

 

 

... não existe nenhuma espécie de argamassa entre os blocos de pedra que formam suas imensas paredes (p. 19) [Osório diz: essa técnica dispensava o “cimento”!]

 

De acordo com essa convenção, a arte não deveria apresentar uma reprodução naturalista que sugerisse ilusão de realidade. (p. 20) [Osório diz: era, assim, feita uma separação entre, digamos, ilusão e realidade. É claro que a pintura é real, mas, muitas vezes, não reproduz a realidade. Como um desenho da quimera, por exemplo. Mas, nessa época, a separação era bem rígida: pintura é pintura, realidade é realidade]

 

... estátuas gigantescas e as imensas colunas comemorativas dos feitos políticos desse soberano [Osório diz: já existia a busca pela perpetuação da história pela arte. Havia, também, já o desejo do governante de mostrar à posteridade o seu legado]

 

... a sociedade egípcia e consequentemente a sua arte, que, influenciada pela dos povos invasores vai perdendo suas características e refletindo a própria crise política do império. (p. 22) [Osório diz: isso demonstra que a arte não é estanque, que pode evoluir, inclusive para pior, que, no caso, seria uma involução e não evolução].

 

 

A arte da civilização egeia

 

... megaron (p. 25) [Osório diz: era um grande salão nos palácios gregos que era sua sala principal].

 

 

A arte na Grécia

 

... influência do Egito... [Osório diz: os próprios gregos confessam a influência do Egito em sua cultura. Pena que os egípcios não deixaram registrada em material capaz de perpetuar-se sua rica cultura, como sabemos pelo pouco que sobrou].

 

... Mas enquanto os egípcios procuravam fazer uma figura realista de um homem, o escultor grego acreditava que uma estátua que representasse um homem não deveria ser apenas semelhante a um homem, mas também um objeto belo em si mesmo. [Osório diz: sútil essa diferenciação, mas imprescindível na separação entre “a arte e as coisas”! Os gregos deram um passo além, viram adiante a partir do “ombro de gigantes”, como disse Newton].

 

Distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado kouros, palavra grega que significa homem jovem. (p. 28)

 

A solução para esse problema foi dada por Policleto. Sua escultura Doríforo (lanceiro) mostra um homem caminhando e pronto para dar mais um passo. Nesse trabalho – também conhecido através de uma cópia romana em mármore – a figura toda apresenta alternância de membros tensos e relaxados. [Osório diz: colocar essa percepção no mármore é mais uma diferenciação do artista para os demais homens sem talento para isso].

 

 

O maior pintor de figuras negras foi Exéquias (p. 32) [Osório diz: exéquias chamam-se, também, “cerimônias ou honras fúnebres”].

 

Por volta de 530 a. C., um discípulo de Exéquias realizou uma grande modificação na arte de pintar vasos. Ele inverteu o esquema de cores: deixou as figuras na cor natural do barro cozido e pintou o fundo de negro, dando início à série de figuras vermelhas. O efeito conseguido com essa inversão cromática foi, sobretudo, dar maior vivacidade às figuras. [Osório diz: Quem era ele esse “Aristóteles” de Exéquias?! E isso é mais uma daquelas afirmações, implícitas, de que o discípulo não precisa seguir cegamente o mestre].    

 

...

 

A escultura do século IV a. C. apresenta traços bem característicos. O primeiro deles é o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. Outro é a representação, sob forma humana, de conceitos e sentimentos, como a paz, o amor, a liberdade, a vitória, etc. Um terceiro é o surgimento do nu feminino, pois nos períodos arcaico e clássico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. (p. 33) [Osório diz: ainda bem que a Grécia dessa época não tinha certos imbecis igual aqueles que pululam no Brasil no século XXI!].

 

Afrodite de Melos, Vênus de Milo, na designação romana [Osório diz: é, até agora, a perfeição do nu feminino].

 

No início do século III a. C. os escultores procuraram criar figuras que expressassem maior mobilidade e que levassem o olhar do observador a circular em torno delas. Um belo exemplo dessa nova tendência é a Vitória da Samotrácia [Osório diz: mas tal efeito somente é observável pela visão da imagem].

 

Assim é o grupo formado pelo soldado gálata que acaba de matar sua mulher e está pronto para suicidar-se. (p. 34) [Osório diz: é exemplo de mobilidade na escultura].

 

É importante notar que esse grupo revela ao observador, uma carga de dramaticidade de qualquer lado que seja visto: o soldado olha para trás para de forma desafiadora e está pronto a enterrar a espada em seu pescoço, enquanto segura por um dos braços o corpo inerte de sua mulher, que escorrega para o chão. O outro braço, já sem vida, contrasta com a perna tensa do marido, ao lado do qual ele pende. O sentido dramático é conseguido justamente pelos contrastes: vida e morte, homem e mulher, nu e vestido, força e debilidade. [Osório diz: mudando de assunto, essa palhaçada de matar a mulher vem de longe! “Felizmente” o tal soldado se matou!].

 

A arquitetura

 

Isto se reflete imediatamente na arquitetura de suas moradias. No século V a. C., elas eram muito modestas e apenas os edifícios públicos eram construídos com suntuosidade. A partir do século IV a. C., entretanto, as casas começaram a receber um cuidado maior e, com o tempo, foram ganhando mais espaço e conforto.

A troca de sentimento comunitário pelo sentimento individualista manifesta-se também no teatro. O coro – que no período clássico era muito valorizado nas representações teatrais e desempenhava a ação do povo ou de grupos humanos – passa para o segundo plano. Agora, a ênfase maior é dada ao desempenho dos atores. (p. 35) 

 

fachada de um só andar chamada proscênio, onde eram apoiados os cenários.

 

A concepção do teatro como um espaço arquitetônico unitário, e não mais dividido em três partes independentes, começou a ganhar força, atingindo seu desenvolvimento pleno um pouco mais tarde, entre os romanos. (p. 36) [Osório diz: evolução na construção dos teatros].

 

 

A arte em Roma

 

a arte ... greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza. (p. 37) [Osório diz:

 

Os romanos costumavam erigir seus templos num plano mais elevado e a entrada só era alcançada através de uma escadaria construída diante da fachada principal. [Osório diz: este princípio foi aproveitado no Teatro Amazonas, em Manaus].

 

pórtico [Osório diz: local coberto à entrada de um edifício, de um templo, de um palácio etc.]

 

Mas nem todos os templos resultaram da soma da tradição romana e dos ornamentos gregos. Enquanto a concepção arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava crias espaços interiores. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença.

Planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império... [Osório diz: finalidade do Panteão].

 

peristilo (p. 39) [Osório diz: “1. pátio rodeado por colunas. 2. conjunto de colunas que formam uma espécie de galeria em torno ou diante de um edifício.” Diz a internet.].

 

Por serem realistas e práticos [Osório diz: os romanos], suas esculturas são uma realização fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. (p. 42)

 

É verdade que os gregos também ornamentaram sua arquitetura com relevos e esculturas, mas estas sempre representaram fatos mitológicos e intemporais. Ao contrário disso, os relevos romanos especificavam nitidamente o acontecimento e as pessoas que dele participaram.

 

... os invasores germânicos (p. 43) [Osório diz: os germânicos, nessa época, não filosofavam e eram os ... bárbaros! “Chupa Hitler”! kkkk].

 

... o número de pessoas convertidas à nova religião [Osório diz: o cristianismo], os construtores procuraram criar amplos espaços e ornamentar as paredes com pinturas e mosaicos que ensinavam os mistérios da fé aos novos cristãos e contribuíam para o aprimoramento de sua espiritualidade. Além disso, o espaço interno foi organizado de acordo com as exigências do culto. [Osório diz: “Como a vasta maioria dos cristãos comuns era analfabeta, a arte era o único meio de comunicação de massa, e os pontífices e príncipes esbanjavam dinheiro nela. Os papas que construíram a Basílica de São Pedro foram os Morgan e os Rockefeller da época, e muitos artistas enriqueceram trabalhando para eles.”, nos informa R.A. SCOTTI. Basílica de São Pedro – Esplendor e escândalo na construção da Catedral do Vaticano. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.].

 

Abside, recinto semicircular na extremidade do templo (p. 46)

 

A arte bizantina

 

Constantinopla foi fundada pelo Imperador Constantino, em 330, no local onde ficava Bizâncio, antiga colônia grega. Por causa de sua localização geográfica entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo, esta rica cidade foi palco de uma verdadeira síntese das culturas greco-romana e oriental. Entretanto, o termo bizantino, derivado de Bizâncio, passou a ser usado para nomear as criações culturais de todo o Império do Oriente, e não só daquela cidade.

O Império Bizantino – como acabou sendo denominado o Império Romano do Oriente, alcançou seu apogeu político e cultural durante o governo do Imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565

A arte bizantina tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta do imperador, considerado sagrado, representante de Deus e com poderes temporais e espirituais. (p. 47) [Osório diz: os padres até hoje e os políticos, se o povo deixar, se sentirão e dirão serem representantes desse “Ser Aí”! (ou seria Não-Ser?)].

 

... o mausoléu da Imperatriz Gala Placídia (p. 50) [Osório diz: minha filha Antonia Angela tem uma parente materna de nome Placídia, que somente agora possa a imaginar de onde veio!]

 

A palavra ícone é grega e significa imagem (p. 52).

 

 

A arte da Europa Ocidental no Início da Idade Média

 

... os bárbaros destacaram-se na criação de pequenos objetos, como brincos, colares, pulseiras, fivelas e fechos. (p. 53) [Osório diz: eram os hypes da época? Kkk].

 

O desconhecimento dos assuntos referentes à educação e à arte passou a ser tão grande que, no século VII, as únicas fontes de preservação da cultura greco–romana eram as escolas ligadas às catedrais e mantidas pelos bispos para a formação do clero. [Osório diz: isso na Idade Média].

Foi assim que a Igreja passou a exercer sua influência sobre toda a sociedade e até mesmo sobre o Estado, pois as escolas monásticas eram as únicas instituições educacionais para onde as famílias podiam mandar seus filhos. Além de cuidar do ensino, foi também a Igreja que continuou a contratar artistas, construtores, carpinteiros, marceneiros, vitralistas, decoradores, escultores e pintores, pois as igrejas eram os únicos edifícios públicos que ainda se construíam. [Osório diz: de certo modo, a educação continua sendo um privilégio de ricos! Com as micros exceções, que não devem contar].

 

Em 800, Carlos Magno é coroado imperador do Ocidente pelo papa Leão III. O poder real une-se então ao poder papal e o rei franco torna-se o protetor da cristandade. (p. 55) [Osório diz: Volta a política temporal mandar na espiritual, como deve ser, penso!].

 

A arte românica

 

Na arquitetura esse fato foi decisivo, pois levou, mais tarde, à criação de um novo estilo para a edificação, principalmente das igrejas, que recebeu a denominação de românico. Esse nome foi criado, portanto, para designar as realizações arquitetônicas do final dos séculos XI e XII, na Europa, cuja estrutura era semelhante à das construções dos antigos romanos. (p. 57) [Osório diz: O Estilo Românico, quase confundível com o Romântico, não fosse aquele ligado a arquitetura!].

 

... uma sensação de solidez e repouso (p. 57) [Osório diz: Um sentimento criado pela visualização das características das edificações românicas].

 

Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Um lugar muito usado para isso eram os portais, na entrada do templo. No portal, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. (p. 59)

 

... formas pesadas, duras e primitivas

 

... aspecto mais leve e delicado (p. 60) [Osório diz: belas essas metáforas! “A metáfora também é uma figura que consiste em empregar uma palavra fora do seu sentido normal, demonstrando uma semelhança entre seres. A comparação, neste caso, é mental e subjetiva.”, ensina Roberto Melo Mesquita, em “Gramática da língua portuguesa”, Saraiva, São Paulo, 2001: p. 559.].

 

 

A arte gótica

 

No século XVI, essa nova arquitetura foi chamada desdenhosamente de gótica pelos estudiosos, que a consideravam de aparência tão bárbara que poderia ter sido criada pelos godos, povo que invadiu o Império Romano e destruiu muitas obras da antiga civilização romana. (p. 62) [Osório diz: Hoje as catedrais góticas, a meu sentir, são as mais belas!].

 

Na fachada da abadia de Saint–Denis, os portais laterais eram continuados por altas torres. O portal central tem, acima dos frisos que emolduram o tímpano, uma grande janela, acima da qual há uma outra, redonda, chamada rosácea. A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. (p. 63)

 

Arcobotantes (p. 69) [Osório diz: “construção, em forma de meio arco, erguida na parte exterior dos edifícios góticos para apoiar as paredes e abóbadas.” Gosto desse nome desde que o li, pela vez primeira, que também pode ser dita pela primeira vez, no livro “Os pilares da terra, de Ken Follett (https://www.youtube.com/watch?v=jjb0aMu8hx4)].

 

Essa pele curtida chamava-se velino [Osório diz: o couro do cordeiro. “O velo de ouro ou tosão de ouro (chamado ainda de velino ou velocino; em grego: Χρυσόμαλλον Δέρας) é na mitologia grega a lã de ouro do carneiro alado Crisómalo.”].

 

Esse trabalho decorativo ficou conhecido com o nome de iluminura (p. 73) [Osório diz: as letras diferenciadas artisticamente e as ilustrações dos livros antigos. Atualmente temos uma editora com esse nome, a “Iluminuras”].

 

No século XIII (...) Começava a surgir então, uma nova classe – a burguesiaque acaba assumindo o poder econômico e político das cidades. Esta classe era composta por pessoas do povo que acumularam fortunas na atividade de comércio. Nesse contexto, o homem sente-se forte, capaz de conquistar muitos bens, e já não se identifica mais com as figuras dos santos tão espiritualizadas e de posturas tão estáticas e rígidas como as da arte bizantina e romântica. (p. 75) [Osório diz: na Grécia, de certo modo, já tinha surgido uma insipiente burguesia. E é ela, ao tomar o poder, que causa tanto ódio em Platão! Mas, penso eu, a burguesia da Idade Média disse para seus botões: “se nós sustentamos o Estado (reino), para que precisamos de reis, se podemos administrar nós mesmos?”. Tomou, então, o poder].

 

 

Conforme o número de painéis, o retábulo recebe um nome especial. Se possui dois painéis, ele se chama díptico; com três, ele é um tríptico; e com quatro ou mais, é um políptico. (p. 76) [Osório diz: Díptico é o “conjunto de duas tábuas articuladas por dobradiças, com algum motivo (ger. religioso) pintado ou esculpido em relevo e que se pode fechar ou expor abertas.” Retábulo é a “estrutura ornamental em pedra ou talha de madeira que se eleva na parte posterior de um altar [Dependendo da fase a que pertence a igreja e, portanto, do estilo, o retábulo pode apresentar colunas ou pilastras, coroamento em arco, revestimento em talha dourada e policromia, ornatos fitomórficos (cachos de uva, folhas de parreira, acanto, p.ex.), figuras de anjos etc.”].

 

Assim o casal aparece de costas refletido no espelho e pode-se ver aí a porta de entrada dos aposentos e até mesmo uma pessoa que se encontra nela, olhando para o interior do quarto. (p. 77) [Osório diz: esta informação sobre o quadro “O Casal Arnolfini” me deixou igual ao “Máscara”! De queixo caído! É que eu pensava que isso tinha sido invenção do pintor espanhol Velázquez no seu quadro “As meninas”! Vivendo e desaprendendo para aprender de novo!].

 

 

O Renascimento na Itália

 

O ideal do humanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. [Osório diz: Chama-se renascimento, justamente por tentar fazer renascer a cultura greco-romana! Esse ideal do homem do Renascimento é um ideal dos Sofistas do século V antes da era atual, mais precisamente, seu fundamento está na frase lapidar de Protágoras (“O homem é a medida de todas as coisas.”), com a qual se dá a fundação do humanismo!].

 

Os artistas do Renascimento sempre expressaram os maiores valores da época: a racionalidade e a dignidade do ser humano. (p. 78) [Osório diz: embora a indignidade (da tortura, por exemplo) ainda campeasse! O Monge Savonarola, de Florença, um dos berços do Renascimento, antes de ser queimado vivo, foi torturado durante vários dias pela Igreja Católica e o “Principado” florentino.]

 

 

Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais.

 

Durante a Idade Média, como vimos, a produção artística era anônima. Isso ocorreu porque toda a arte resultou de ideias anteriormente estabelecidas – seja pelo poder real, seja pelo poder eclesiástico – às quais o artista deveria se submeter.

 

Com o Renascimento esse quadro se altera, já que o período se caracteriza pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo. É, portanto, a partir dessa época que começa a existir o artista como o conceituamos atualmente: um criador individual e autônomo, que expressa em suas obras os seus sentimentos e suas ideias, sem submissão a nenhum poder que não a sua própria capacidade de criação. (p. 82) [Osório diz: nascimento da individualidade do artista].

 

Federico de Montefeltro (o Duque de Urbino), pintura de Piero della Francesca (p. 86) [Osório diz: Se a pintura retratar o dito cujo, pense em cura feio! Quando puder veja o quadro! Mas não se espante].

 

 

Antinuos grego [Osório diz: “Antínoo era natural da Bitínia (norte da Ásia Menor, hoje na Turquia), cidade que foi fundada por árcades de Mantineia, na Grécia continental. É provável que Adriano tenha conhecido Antínoo durante uma visita à Bitínia e que o tenha levado consigo. As fontes são pouco claras a respeito da espécie de relacionamento que existiria entre ambos. O que é certo é que Antínoo era membro do círculo mais próximo do imperador, uma espécie de pajem ou "garoto de estimação", em razão de sua grande beleza.” Vou no popular: o que a Wikipedia está cheia de dedos para dizer é o seguinte: o Antínoo e o imperador eram namorados!].

 

Mas é na cabeça que se encontram os mais reveladores [sic. traços]. O Davi de Michelangelo tem uma expressão desconhecida até então. Contém uma espécie de força interior que não aparece no humanismo idealizado dos gregos. O Davi de Michelangelo é heroico. Possui um tipo de consciência que surge com o Renascimento em sua plenitude: a capacidade de enfrentar os desafios da existência. Não é apenas contra Golias que este Davi se rebela e batalha. É contra todas as adversidades que podem ameaçar o ser humano. (p. 91) [Osório diz: essas interpretações de uma obra de arte vão sento possíveis a partir do olhar que a elas vai conhecendo e a elas se adaptando de tal forma a ver aquilo que o leigo insensível não é capaz de captar. Por isso, digo eu, podemos dizer que as obras de arte também têm “alma”, e é esta alma que se apresenta ao observador atento, sagaz e sensível].

 

É assim, por exemplo, em Caçadores da Neve, Banquete Nupcial e Dança Campestre. Essa mesma temática foi trabalhada pelo artista em Jogos Infantis, em que apresenta 84 brincadeiras de crianças. [Osório diz: Que número impressionante! Que conhecimento tinha o autor, o holandês Bruegel!].

Quando observamos essa obra, dois fatos nos chamam a atenção. Em primeiro lugar a composição com grande número de figuras técnicas que o artista dominava com segurança. Em segundo, a atitude das crianças: parece que elas não estão brincando por prazer e sim por obrigação, como quem executa um trabalho. Essa sensação é dada pela ausência de sorriso em seus rostos. A melancolia é o seu traço mais marcante. (p. 96) [Osório diz: proponho a seguinte releitura: as crianças sentiam prazer, mas a satisfação não podia ser externada, haja vista que muitos cristão dizem que o sorriso é coisa do Diabo?].

 

 

A arte pré-colombiana

 

...

 

O Barroco na Itália

 

 

 

Altura da cúpula: 131 metros [Osório diz: da Basílica de São Pedro! Penso nos andaimes para se trabalhar em tal altura].

 

Apesar disso, alguns princípios gerais podem ser indicados como caracterizadores dessa concepção artística: as obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca, predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. (p. 103) [Osório diz: acho esta uma maravilhosa inversão, pois uma chave de fenda, por exemplo, não tem a mesma beleza de um relógio se derretendo de Dalì!].

 

De modo geral, as características da pintura barroca podem ser resumidas em alguns pontos principais. O primeiro é a disposição dos elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em diagonal. Além disso, as cenas representadas envolvem-se em acentuado contraste de claro–escuro, o que intensifica a expressão de sentimentos. Quanto ao assunto, a pintura barroca é realista, mas a realidade que lhe serve de ponto de partida não é só a vida de reis e rainhas de cortes luxuosas, mas também a do povo simples.

 

A produção artística de Tintoretto (1515-1549) foi muito grande. Pintou temas religiosos (Reencontro do Corpo de São Marcos), mitológicos (Vênus e Vulcano) e retratos (Jacopo Soranzo) sempre com duas características bem marcantes: os corpos das figuras são mais expressivos do que os seus rostos e a luz e a cor têm grande intensidade. Essas características são encontradas, por exemplo, no quadro Cristo em Casa de Marta e Maria. (p. 104) [Osório diz:

 

Caravaggio: a beleza não é privilégio da aristocracia

Caravaggio (1573–1616) não se interessou pela beleza clássica que tanto encantou o Renascimento. Ao contrário, procurava seus modelos entre os vendedores, os músicos ambulantes, os ciganos, enfim, entre as pessoas do povo. Para ele não havia a identificação, tão comum na época, entre a beleza e a classe aristocrática. (p. 105) [Osório diz: gostei desse Cara Vaggio!]

 

 

O Barroco na Espanha e nos Países Baixos

 

...

 

O Rococó

 

O termo rococó originou-se da palavra francesa rocaille que, em português, por aproximação, significa concha. Esse detalhe é significativo na medida em que muitas vezes podemos perceber as linhas de uma concha associadas aos elementos decorativos desse estilo. (p. 115) [Osório diz: será que a empresa de petróleo Shell foi buscar sua concha no Rococó?].

 

 

Quando Luís XIV morreu, em 1715, a corte mudou-se de Versalhes para Paris e aí entrou em contato com os ricos e bem-sucedidos homens de negócios, financistas e banqueiros que, por nascimento, não pertenciam à aristocracia. Mas, graças à riqueza que possuíam, tinham condições de proteger os artistas, atitude que lhes dava prestígio pessoal para serem aceitos na sociedade aristocrata. Tornaram-se, por isso, os clientes preferidos dos artistas, que passaram a produzir quadros pequenos e as estatuetas de porcelana para uso doméstico, muito ao gosto da sociedade na época. (p. 116) [Osório diz: Creio que, mudando o que deva ser mudado, foi o que aconteceu em Atenas com os Sofistas do século V antes da era atual! Homens ricos (Platão fala do “rico Cálias”) pagavam aos Professores ambulantes para que estes lhes ensinassem a “falar bem” e, assim, ascenderem ao poder na Democracia ateniense].

 

... Citera é uma ilha do Mediterrâneo, centro de um antigo culto pagão a Vênus, deusa do amor. (p. 119) [Osório diz: Destaquei pela vontade de conhecer! Se você for para lá, caro amigo leitor, me leve!].

 

Jean Baptiste Siméon Chardin (1699–1779) tinha uma situação econômica melhor do que a de Watteau. Este fato permitiu-lhe uma criação mais livre e independente dos favores da corte e das expectativas da aristocracia. Por isso, seus quadros, em vez de apresentarem um mundo fantasioso e frívolo dos cortesãos, retratam cenas da vida cotidiana e burguesa da França. (p. 120) [Osório diz: A importância da riqueza para alguns artistas. Eles podem se expressar melhor, pois a liberdade lhes permite e a opressão da necessidade não lhes serve de sombra].

 

 

O Neoclassicismo e o Romantismo

 

Esse estilo chamou-se Neoclassicismo porque retomou os princípios da arte da Antiguidade greco-romana. A outra denominação – Academicismo – deveu-se ao fato de que as concepções artísticas do mundo greco-romano tornaram-se os conceitos básicos para o ensino das artes nas academias mantidas pelos governos europeus. (p. 122) [Osório diz:

 

 

Assim, de modo geral, podemos afirmar que a característica mais marcante do Romantismo é a valorização dos sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística.

Ao lado dessas características mais gerais, outros valores compuseram a estética romântica, tais como o sentimento do presente, o nacionalismo e a valorização da natureza. (p. 126) [Osório diz: Acho que nasci romântico, pois valorizo os sentimentos e, creio, sou imaginativo, embora ainda não seja um artista!]

 

 

O Realismo

 

As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia. (p. 131) [Osório diz: eis o comércio mais uma vez! Ou, matematicamente: + 1 x. Ele esteve na Grécia do século V antes da era atual. Na Idade Média (Renascimento) e agora (1850-1900)].

 

... a fixação do momento significativo de um gesto humano (p. 132) [Osório diz: isso na escultura São João Pregando, de Rodin].

 

A volta do artista para a representação do real teve uma consequência: sua politização. Isso porque, se a industrialização trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, ela provocou também o surgimento de uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condições precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a chamada “pintura social”, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. [Osório diz: Pelo fato de o homem ser um ser politico, tudo que ele faz é política, até quando respira. O que a autora quis dizer, creio, é que a arte começou a retratar os pobres e suas misérias].

 

Trabalho que consome a juventude (p. 133) [Osório diz: “O trabalho é tão inimigo do home que tira dele o melhor que ele tem: a juventude.”]

 

 

O Movimento das Artes e Ofícios e o Art Nouveau

 

O trabalho artístico mecanizado [Osório diz: veio como consequência da Revolução Industrial].

 

Grande influência no moderno desenho industrial.

 

Foi com esse movimento que se estabeleceu a prática de os artistas desenharem objetos para a produção em série pela indústria. [Osório diz: o artista tornou-se um operário qualificado!].

 

 

Em última análise, o propósito de Dresser era transformar as formas naturais em formas decorativas (p. 137)

 

 

O impressionismo

 

Os pintores impressionistas procuraram, a partir da observação direta do efeito da luz solar sobre os objetos, registrar em suas telas as constantes alterações que essa luz provoca nas cores da natureza.

 

As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar as imagens. (p. 140) [Osório diz: no mundo “real” as linhas não existem, mas os homens as criam].

 

Basicamente, o trabalho desses dois artistas aprofundou as pesquisas que os impressionistas realizaram quanto à percepção óptica. Seurat, principalmente, acabou reduzindo as pinceladas a um sistema de pontos uniformes que, no seu conjunto, dão ao observador a percepção de uma cena.

 

Essa técnica foi chamada de Pontilhismo e Divisionismo, porque as figuras, na tela, são representadas em minúsculos fragmentos ou pontos, cabendo ao observador percebê-las como um todo plenamente organizado.   (p. 144) [Osório diz: se o homem pudesse observar, de longe, as células ou os átomos que compõem o ser corpo, como o veria? Creio que o Pontilhismo ajuda a imaginar].

 

 

O Pós-Impressionismo

 

Toulosse–Lautrec (...) impossível de ser enquadrado em algum movimento artístico [Osório diz: pertence aos “sem movimento” ou “ a todos os movimentos?].

 

Gauguin (...) limitados por linhas de contorno visíveis (p. 145) [Osório diz: diversamente do Impressionismo, como vimos].

 

Na verdade, Toulosse–Lautrec soube capturar em sua pintura, como nenhum outro artista, a sociedade e o ser humano para além da aparência de felicidade, sentimento quase obrigatório nos últimos anos do século XIX, alegremente chamados de “belle époque”. (p. 148) [Osório diz: certamente que presente, aí, a crítica social, um dos campos dos quais não foge o artista, especialmente os “inconvenientes” poetas!].

 

 

Principais movimentos artísticos do século XX

 

É inegável que o Expressionismo foi uma reação ao Impressionismo, já que esse movimento se preocupou apenas com as sensações de luz e cor, não se importando com os sentimentos humanos e com a problemática da sociedade moderna. Ao contrário, o Expressionismo procurou expressar as emoções humanas e interpretar as angústias que caracterizaram psicologicamente o homem do início do século XX. (p. 152) [Osório diz: eis o artista participando, na medida de suas forças (talento), da vida política na sociedade na qual está inserido].

 

Em 1905, em Paris, durante a realização do São de Outono, alguns jovens pintores foram chamados pelo crítico Louis Vauxcelles de fauves, que em português significa “feras”, por causa da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. [Osório diz: daí nascendo o Fauvismo].

Dois princípios regem esse movimento artístico: a simplificação das formas das figuras e o emprego de cores puras. (p. 153)

 

Em segundo lugar, Léger procurou superar a distinção entre obra de arte e objeto utilitário, valorizando o desenho industrial para que o objeto produzido pela máquina seja uma das mais autênticas expressões da beleza contemporânea. [Osório diz: sempre que observo um prédio de arquitetura feia ou um navio que parece uma caixa de sapatos, me pergunto: por que, já que se gastou o material e o tempo necessário, em vez de produzir essa aberração, não se fez algo agradável aos olhos e, consequentemente, ao espírito?].

 

A principal característica da pintura abstrata é a ausência de relação imediata entre suas formas e cores e as formas e cores de um ser. Por isso, uma tela abstrata não representa nada da realidade que nos cerca, nem narra figurativamente alguma cena histórica, literária, religiosa ou mitológica. [Osório diz: seria ou é a beleza pela beleza?].

Os estudiosos de arte comumente consideram o pintor russo Wassily Kandinsky (1866–1944) o iniciador da moderna pintura abstrata. O começo de seus trabalhos neste sentido é marcado pela tela Batalha. (p. 159) [Osório diz: o nome do quadro não significa que você vá ver a luta, mas, também, que não vá! Tudo vai depender do SEU olhar].

 

... usaram principalmente o metal como matéria-prima para a criação de peças abstratas, ou construções, como preferiam chamá-las, em vez de esculturas, como tradicionalmente são denominadas.

 

Segundo Mondrian, cada coisa, seja ela uma casa, uma árvore, ou uma paisagem, possui uma essência que está por trás de sua aparência. E as coisas, em sua essência, estão em harmonia no Universo. O papel do artista, para ele, seria revelar essa essência oculta e essa harmonia universal. (p. 161) [Osório diz: essa besteira é influência do tal de Platão e sua “Teoria das formas”! Melhor é: “TERRORia das formas”].

 

 

Outras tendências da pintura moderna

 

Além das grandes linhas da pintura do início do século XX, outras ideias motivaram os artistas das primeiras décadas do nosso século a experimentar novos caminhos para suas criações. Assim, a valorização da velocidade produzida pela mecanização do mundo contemporâneo levou à criação do movimento que ficou conhecido por Futurismo. Ao mesmo tempo, partindo da crítica da falta de sentido desse mundo tão valorizado pelos futuristas, outro grupo de artistas foi responsável por duas novas tendências estéticas: o Surrealismo e o Dadaísmo. A par disso, surgem ainda a Op-art e a Pop-art, traduzindo a cultura dos grandes centros industrializados.

 

O movimento veloz das máquinas, que provoca a superação do movimento natural. (p. 163) [Osório diz: para isso uns podem usar bicicletas, outros aviões a jatao!].

 

Para esses artistas não interessava a representação de um corpo em movimento, mas sim a expressão do próprio movimento. Como pretendiam evitar qualquer relação com a imobilidade, recusaram toda representação realista e usaram, além das linhas retas e curvas, cores que sugerissem convincentemente a velocidade. (p. 164) [Osório diz: o resultado é interessante de ser visto, embora, para mim, inicialmente, o gosto seja duvidoso. Rs]

 

O artista mais conhecido desse movimento é Giorgio de Chirico (1888–1978). O tema de suas obras são as paisagens urbanas. Mas as cidades de seus quadros são desertas, melancólicas e iluminadas por uma luz estranha. Os edifícios, geralmente enormes e vazios, assumem um aspecto inquietante e a cena parece ser dominada por um silêncio perturbador, como em O Enigma da Chegada e o Regresso do Poeta. [Osório diz: O autor citado trabalha com “A pintura metafísica”.]

 

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914–1918), artistas e intelectuais de diversas nacionalidades, contrários ao envolvimento de seus países no conflito, exilaram-se em Zurique, na Suíça. Aí acabaram fundando um movimento literário que deveria expressar suas decepções com o fracasso das ciências, da religião e da Filosofia existentes até então, pois se revelaram incapazes de evitar a grande destruição que assolava toda a Europa.

Esse movimento foi denominado Dadá, nome escolhido pelo poeta húngaro Tristan Tzara. Ele abriu um dicionário ao acaso e deixou seu dedo cair sobre uma palavra qualquer da página. O dedo indicou a palavra “dada”, que na linguagem infantil francesa significa cavalo. Mas isso não tinha a menor importância. Tanto fazia ser essa como outra qualquer palavra, pois a arte perdia todo o sentido, já que a guerra havia instaurado o irracionalismo no continente europeu.

É preciso considerar também que os estudos de Freud chamavam a atenção para um aspecto novo da realidade humana. Eles revelavam que muitos atos praticados pelos homens são automáticos e independentes de um encadeamento de razões lógicas.

Dessa forma, os dadaístas propunham que a criação artística se libertasse das amarras do pensamento racionalista e sugeriam que ela fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionando e combinando elementos ao acaso. Na pintura, essa atitude foi traduzida por obras que usaram o recurso da colagem.

Só que agora a intenção não é plástica e sim de sátira e crítica aos valores tradicionais tão valorizados, mas responsáveis pelo caos em que se encontrava a Europa. (p. 165) [Osório diz: o conservadorismo pode – e sempre pode – levar ao caos! Embora os conservadores digam o contrário, tudo para não perderem seus privilégios!].

O Dadaísmo, e principalmente o seu princípio do automatismo psicológico, propiciou o aparecimento do Surrealismo, na França, em 1924. O poeta e escritor André Breton (1896-1966) liderou a criação desse novo movimento e escreveu o seu primeiro manifesto, em que associa a criação artística ao automatismo psíquico puro. Desta associação resulta que as obras criadas nada devem à razão, à moral ou à própria preocupação estética. Portanto, para os surrealistas, a obra de arte não é o resultado de manifestações racionais e lógicas do consciente. Ao contrário, são as manifestações do subconsciente, absurdas e ilógicas, como as imagens dos sonhos e das alucinações, que produzem as criações artísticas mais interessantes.

...

Dos pintores surrealistas, Salvador Dali (1904 – 1989) é sem dúvida o mais conhecido, com suas obras A Persistência da Memória e a Ceia. Ele criou o conceito de “paranóia crítica para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas. Segundo o próprio pintor, é preciso contribuir para o total descrédito da realidade”.

 

A pintura surrealista desenvolveu duas tendências: a figurativa e a abstrata. Entre os pintores surrealistas de tendência figurativa estão Salvador Dali e Marc Chagall (1887–1985). Já entre os surrealistas de tendência abstrata estão Joan Miró (1893–1983) e Marx Ernst (1891–1976). (p. 166) [Osório diz: eu sempre achei – até ser informado agora pela autora – que o Dali era surrealista abstracionista! Lendo e aprendendo].

 

No início da segunda metade deste século, os grandes centros urbanos já estão recuperados dos danos causados pela Segunda Guerra Mundial. A indústria tem sua capacidade de produção redobrada, colocando no mercado artigos que são largamente consumidos pelos habitantes das cidades, que crescem sem parar.

Foi dentro desse contexto social que ganharam força dois modos de expressão artística conhecidos por Op-art e Pop-art. Para o primeiro, a arte deveria simbolizar a possibilidade constante de modificações da realidade em que o homem vive. Já a Pop-art procurava expressar a realidade contemporânea, sobretudo a cultura da cidade, dominada pela tecnologia industrial. [Osório diz: é a arte influenciando e sendo influenciada pela realidade].

 

A expressão Op-art vem do inglês (optical art) e significa arte óptica. O seu precursor é Victor Vasarely, criador da plástica do movimento. (p. 167)

 

...

 

No entanto, é necessário observar que, apesar do nome, as obras realistas nunca foram um retrato fiel da realidade, pois a obra de arte é sempre o resultado da visão pessoal do artista, de sua interpretação do real. [Osório diz: “muito ótimo”, por ser bem esclarecedor, este parágrafo].

 

As obras criadas pelos artistas ligados à Minimal Art apresentam formas geométricas simples, repetidas simetricamente e de grandes proporções. Já a Body Art caracteriza-se pelo uso que o artista faz de seu próprio corpo como base para a criação plástica. Bruce Naumann, por exemplo, artista ligado a esse movimento, apresentou em 1966 uma fotografia dele próprio lançando água pela boca, intitulada Retrato do Artista como uma Fonte. (p. 169)

 

A Pop-art

 

A expressão “pop-art” também vem do inglês e significa arte popular. Esse movimento artístico apareceu nos Estados Unidos por volta de 1960 e alcançou extensa repercussão internacional.

A fonte de criação para os artistas ligados a esse movimento era o dia-a-dia das grandes cidades norte americanas, pois sua proposta era romper qualquer barreira entre a arte e a vida comum. Para a Pop-art interessam as imagens, o ambiente, enfim, a vida que a tecnologia industrial criou nos grandes centros urbanos. Os recursos expressivos da arte pop são semelhantes aos dos meios de comunicação de massa, como o cinema, a publicidade e a tevê.

Em consequência disso, seus temas são símbolos e os produtos industriais dirigidos às massas urbanas: lâmpadas elétricas, dentifrícios, automóveis, sinais de trânsito, eletrodomésticos, enlatados e até mesmo a imagem das grandes estrelas do cinema norte americano, que também é consumida em massa nos filmes, nas tevês e nas revistas. Um exemplo bastante ilustrativo é o trabalho Marilyn Monroe, feito por Andy Warhol (1930–1987).

Nesse trabalho, realizado a partir de uma fotografia, Andy Warhol reproduz, em sequência, imagens de Marilyn Monroe que, apesar das variações de cor, permanecem invariáveis.

Com isso, o artista talvez quisesse mostrar que assim como os objetos são produzidos em série, os mitos contemporâneos também são manipulados para o consumo do grande público. (p. 170) [Osório diz: vejam as imagens e o escrito fica melhor esclarecido].

 

 

A arquitetura e a escultura modernas

 

Com o arquiteto alemão Walter Gropius (1883–1969), têm início novos tempos para a arquitetura moderna, principalmente por causa de sua iniciativa em criar a escola Bauhaus, em 1919, na cidade alemã de Weimar. Esta escola foi um verdadeiro centro irradiador de novas ideias no campo da arquitetura, do urbanismo, da estética industrial e do próprio ensino da arte.

Para Gropuis, nas escolas de arte não deveria existir uma rígida separação entre as chamadas belas artes e as artes decorativas, ou seja, as que produziam objetos para a vida diária. Ao contrário, defendia a existência de uma única arte, a arte do século XX, que se caracterizaria por sua utilidade social.

Segundo o crítico Michel Ragon, o objetivo de Bauhaus era reunir pintura, escultura, arquitetura, desenho industrial, numa mesma ação, reconciliar as artes e os ofícios, as artes e a técnica.

(...)

Desse modo, era evidente que havia na escola a intenção de dar uma formação completa para os alunos. Mas seu objetivo maior era adquirir uma respeitabilidade que lhe permitisse influir no trabalho dos desenhistas que criavam os modelos dos objetos da vida cotidiana industrializados no país. (p. 175)

(...)

Apesar de ter existido durante tempos difíceis – de 1919, quando foi fundada, até 1933, quando foi dissolvida – e passado por três sedes em três diferentes cidades alemãs (Weimar, Dessau e Berlim), o espírito criativo e inovador da Bauhaus permaneceu atuante. Parece que as palavras de Gropuis afirmando que a Bauhaus não pretende criar um estilo mas fomentar um processo em contínua evolução, ainda hoje encontram eco nos projetos elaborados nos ateliês de desenho industrial do mundo todo. (p. 176) [Osório diz:

 

 

O concreto armado, que provocou uma grande revolução na arte de construir, foi descoberto por acaso, em 1868, por Monier, um jardineiro francês que, em busca de um material mais resistente para a execução de seus vasos, passou a combinar cimento e ferro. (p. 177) [Osório diz: o senhor Acaso parece está presente em 99,99% das descobertas! Esse cara é genial!]

 

A construção separada do solo por meio de pilotos, o jardim passando por baixo da casa e o sistema de janelas horizontais são as características mais marcantes da arquitetura de Le Corbusier. É importante assinalar que construções desse tipo só se tornaram possíveis por causa da invenção do concreto armado. (p. 178) [Osório diz: Brasília recebeu muito tal influência].

 

Os escultores ligados ao construtivismo cinético procuram expressar através de formas abstratas, a mecanização da vida moderna. Em suas obras tentam passar a sensação de movimento, pois esta é a realidade mais significativa que as máquinas criaram para a civilização do século XX.   (P. 180)

 

 

A arte da sociedade industrial

 

Nas sociedades atuais, o museu é o lugar onde são guardadas as obras de arte ou os objetos culturais das mais diversas civilizações ou grupos humanos. Tem, portanto, o importante papel de preservar a memória de uma época ou de um povo. No entanto, se não mantiver uma programação constante de cursos, atividades culturais e exposições periódicas, corre o risco de tornar-se um simples depósito de obras do passado. (p. 183) [Osório diz: um museu é um depósito, mas nem todo depósito é um museu!]

 

 

A arte da burguesia

 

No dia da primeira exibição pública de cinema – 28 de dezembro de 1895, em Paris –, um homem de teatro que trabalhava com mágicas, Georges Méliès, foi falar com Lumière, um dos inventores do cinema; queria adquirir um aparelho e Lumière o desencorajou, disse-lhe que o "cinematógrapho" não tinha o menor futuro como espetáculo, era um instrumento cientifico para reproduzir o movimento e só poderia servir para pesquisas. Mesmo que o público, no início, se divertisse com ele, seria uma novidade de vida breve, logo cansaria. Lumière enganou-se. Como essa estranha máquina de austeros cientistas virou uma máquina de contar estórias para enormes plateias, de geração em geração, durante já quase um século?

Nesse 28 de dezembro, o que apareceu na tela do Grand Café? Uns filmes curtinhos, filmados com a câmara parada, em preto e branco e sem som. Um em especial emocionou o público: a vista de um trem chegando na estação, filmada de tal forma que a locomotiva vinha vindo de longe e enchia a tela, como se fosse se projetar sobre a plateia. O público levou um susto, de tão real que a locomotivo parecia. Todas essas pessoas já tinham com certeza viajado ou visto um trem, a novidade não consistia em ver um trem em movimento. Esses espectadores todos também sabiam que não havia nenhum trem verdadeiro na tela, logo não havia por que assustar-se. A imagem na tela era em preto e branco e não fazia ruídos, portanto não podia haver dúvida, não se tratava de um trem de verdade. Só podia ser uma ilusão. É aí que residia a novidade: na ilusão. Ver o trem na tela como se fosse verdadeiro. Parece tão verdadeiro – embora a gente saiba que é de mentira – que dá para fazer de conta, enquanto dura o filme, que é de verdade. Um pouco como num sonho: o que a gente vê e faz num sonho não é real, mas isso só sabemos depois, quando acordamos. Enquanto dura o sonho, pensamos que é verdade. Essa ilusão de verdade, que se chama impressão de realidade, foi provavelmente a base do grande sucesso do cinema. (...)

A máquina cinematográfica não caiu do céu. Em quase todos os países europeus e nos Estados Unidos no fim do século XIX foram-se acentuando as pesquisas para a produção de imagens em movimento. E a grande época da burguesia triunfante; ela está transformando a produção, as relações de trabalho, a sociedade, com a Revolução Industrial; ela está impondo seu domínio sobre o mundo ocidental, colonizando uma imensa parte do mundo que posteriormente viria a se chamar de Terceiro Mundo. (...) No bojo de sua euforia dominadora, a burguesia desenvolve mil e uma maquinas e técnicas que não só facilitarão seu processo de dominação, a acumulação de capital, como criarão um universo cultural à sua imagem. Um universo cultural que expressará o seu triunfo e que ela imporá às sociedades, num processo de dominação cultural, ideológico, estético. Dessa época, fim do século XIX, início deste, datam a implantação da luz elétrica, a do telefone, do avião, etc., etc., e, no meio dessas máquinas todas, o cinema será um dos trunfos maiores do universo cultural. A burguesia pratica a literatura, o teatro, a música, etc., evidentemente, mas essas artes já existiam antes dela. A arte que ela cria é o cinema.

Não era uma arte qualquer. Reproduzia a vida tal como é pelo menos essa era a ilusão. Não deixava por menos. Uma arte que se apoiava na maquina, uma das musas da burguesia. Juntava-se a técnica e a arte para realizar e sonho de reproduzir a realidade.

Jean-Claude Bernardet, O que é o cinema, p. 11-35. (p. 185)

 

 

A arte da Pré-História brasileira

 

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A arte dos índios brasileiros

 

 

Um dos recursos ornamentais da cerâmica santarena que mais chama a atenção é a presença de cariátides, isto é, figuras humanas que apoiam a parte superior de um vaso (p. 192) [Osório diz: não só de um vaso, mas de um templo. É claro que a autora está falando de vasos, no caso].

 

Apesar de terem existido muitas e diferentes tribos, é possível identificar ainda hoje duas modalidades gerais de culturas indígenas; a dos silvícolas, que vivem nas áreas florestais, e a dos campineiros, que vivem nos cerrados e nas savanas.

Os silvícolas têm uma agricultura desenvolvida e diversificada que, associada às atividades de caça e pesca, proporciona-lhes uma moradia fixa. Suas atividades de produção de objetos para uso da tribo também são diversificadas e entre elas estão a cerâmica, a tecelagem e o trançado de cestos e balaios.

Já os campineiros têm uma cultura menos complexa e uma agricultura menos variada que a dos silvícolas. Seus artefatos tribais são menos diversificados, mas as esteiras e os cestos que produzem estão entre os mais cuidadosamente trançados pelos indígenas. (p. 193) [Osório diz: eu, particularmente, por ter nascido e me criado no Amazonas, não tinha um olhar tão amoroso e perscrutador quando lá morava quanto ao que julgo ter agora. Precisei me afastar do objeto e ter contato com outros objetos culturais para que passasse a valorizar a arte indígena. Era daqueles que criticavam as pinturas indígenas em seus corpos, mas admirava as pinturas nos rostos da mulheres não-índias!].

 

Essa é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas à pura busca da beleza. (p. 194) [Osório diz: no utilitário está envolvido o comercial, quero crer, embora, hoje, não-índios estejam “comprando” e vendendo a arte indígena, que ainda é tão desvalorizada, econômica e esteticamente].

 

As cores mais usadas pelos índios para pintar seus corpos são o vermelho muito vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do suco do jenipapo e o branco da tabatinga. A escolha dessas cores é importante porque o gosto pela pintura corporal está associado ao esforço de transmitir ao corpo a alegria contida nas cores vivas e intensas. [Osório diz: urucum é um fruto, bem como o jenipapo e a tabatinga um barro (argila). O urucum sai com facilidade do corpo, já o negro do jenipapo leva bastante tempo para sair. Aliás, as tatuagens de “henna” saem do corpo em pouco tempo. Se eu fosse tatuador, iria experimentar o jenipapo! Rs.].

 

De acordo com Lévi Strauss, as pinturas do rosto conferem, de início, ao indivíduo, sua dignidade de ser humano; elas operam a passagem da natureza à cultura, do animal estúpido ao homem civilizado. Em seguida, diferentes quanto ao estilo e à composição segundo as castas, elas exprimem, numa sociedade complexa, a hierarquia dos status. Elas possuem assim uma função sociológica. (p. 195) [Osório diz: as vezes, no meio dos brutos europeus (portugueses e espanhóis, por exemplo, que dizimaram inúmeros povos), aparece um homem sensível!].

 

 

O Barroco no Brasil

 

Duas linhas diferentes caracterizam o estilo barroco brasileiro. Nas regiões enriquecidas pelo comércio e de açúcar pela mineração, encontramos igrejas com trabalhos em relevo feitos em madeira – as talhas – recobertas por finas camadas de ouro, com janelas, cornijas e portadas decoradas com detalhados trabalhos de escultura. É o caso das construções barrocas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Já nas regiões onde não existia nem açúcar nem ouro, a arquitetura teve outra feição. Aí as igrejas apresentam talhas modestas e trabalhos realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que viviam nas regiões mais ricas da época. (p. 196) [Osório diz: a grana ajuda a produzir coisas belas! Não dá sensibilidade ao artista, mas lhes dá material e tempo para desenvolverem suas aptidões. Os monumentos da Atenas do século V antes da era atual e o Teatro Amazonas, por exemplo, foram erguidos com suporte no poderio econômico daquela cidade e de Manaus e seus arredores.].

 

Os moradores da cidade de São Paulo, fundada na metade do século XVI, não conheceram o desenvolvimento econômico vivido por outras regiões da colônia. Por isso, no século XVII, quando chegaram as informações de que havia ouro em Minas Gerais, os paulistas organizaram suas famosas bandeiras e introduziram-se nas atividades de mineração.

Enquanto os bandeirantes partiam e fundavam muitas vilas prósperas no interior de Minas Gerais, a cidade de São Paulo permanecia estagnada e a vida urbana era monótona e sem perspectivas

Essa situação perdurou por todo o século XVIII. Uma atitude de parcimônia parece ter orientado os paulistas na construção dos edifícios de sua cidade. Dessa forma, as ordens religiosas puderam realizar apenas modestas igrejas barrocas, pois o povo paulista não colaborou financeiramente para as construções, seja porque guardou seu dinheiro para outros investimentos, seja porque simplesmente não o possuía. (p. 202) [Osório diz: ficamos com a última opção, pois não esbanjavam em outras edificações particulares, como vai acontecer no futuro, quando do ciclo do café!].

 

Na realidade, as imagens representativas do barroco paulista são muito simples. Em virtude da pobreza da cidade, nenhum grande artista dirigia-se para esta região. Por isso, as imagens são rústicas, primitivas. Geralmente feitas em barro cozido, trazem a marca do artista popular: a simplicidade e a ingenuidade. É o que podemos observar, por exemplo, na imagem do século XVIII de Nossa Senhora com o Menino Jesus, feita em barro cozido e policromado, procedente da cidade paulista de Itu.

A pintura barroca em São Paulo também traz os mesmos traços das outras artes produzidas nessa região durante esse período. Quando comparamos, por exemplo, a pintura do frei Jesuíno de Monte Carmelo (1764–1818), o pintor paulista mais conhecido do período, com o de pintores de outras regiões brasileiras, logo notamos a diferença. (p. 203) [Osório diz: São Paulo já foi pobre, até já “viveu” da caridade alheia, embora hoje se esqueça disso!].

 

Foram os bandeirantes paulistas, desbravadores das terras mineiras, que começaram a explorar o ouro e fundaram os primeiros arraiais da região. É familiar a todo estudante de História do Brasil o episódio da bandeira de Fernão Dias Pais, o “Caçador de Esmeraldas”. Mas foi um paulista de Taubaté, Antônio Dias, que em 1698 chegou à região onde está Ouro Preto. (p. 204) [Osório diz: o rastro de desgraça deixado pelo caminho a poucos interessam! Já pensou se São Paulo tivesse que pagar aos outros Estados (ex-províncias) pelos holocaustos que promoveu, assim como a Alemanha paga aos judeus?].

 

 

A influência da Missão Artística Francesa

 

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A pintura brasileira acadêmica e a superação do academicismo

 

De acordo com esses padrões, a beleza perfeita é um conceito ideal e, portanto, não existe na natureza. Assim, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio da imitação dos clássicos, principalmente dos gregos, que foram os que mais se aproximaram da perfeição criadora. (p. 218) [Osório diz: Hegel irá dizer que o belo somente existe onde intervier o espírito humano, portanto, as obras da natureza não podem receber tal adjetivo].

 

 

A arte brasileira no final do Império e começo da República

 

Ao lado dessa prosperidade vinda do campo, nas cidades das províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais surgiram as primeiras indústrias e, com elas, uma classe operária, ainda que pequena. [Osório diz: A prosperidade vinda do campo, citada pela autora, era o Café! Marcio Souza, em seu livro “Amazônia”, diz que a borracha da Amazônia também financiou o progresso de outras regiões do país!].

 

Após a Abolição, os grandes proprietários rurais, principalmente do Rio de Janeiro e de São Paulo, posicionaram-se ao lado das forças capitalistas urbanas, como grandes comerciantes, banqueiros e industriais. No outro extremo estava o proletariado urbano, que foi personagem de Aloísio Azevedo em obras como O Cortiço e Casa de Pensão. No campo, um grande contingente de brasileiros vivia na miséria e procurava solução para seus problemas na religiosidade popular, como Euclides da Cunha mostra em Os Sertões, de 1902. (p. 220) [Osório diz: era a Idade Média do Brasil! Pessoas, miseráveis, indo do campo par a cidade! Situação que ainda perdura, a despeito do breve ciclo de regresso as origens promovido pelo Governo Lula].

 

Essa última tendência reunia aspectos de estilos do passado, principalmente aqueles que tinham uma finalidade decorativa. Assim, alguns arquitetos mantiveram, num mesmo edifício, elementos greco–romanos, góticos, renascentistas e mouriscos.

 

Um exemplo dessa arquitetura refinada, detalhadamente decorada e resultante da riqueza cafeeira, é o Palacete de Visconde da Palmeira, também conhecido como Solar do Balão de Lessa, em Pindamonhangaba, atualmente sede do Museu Histórico e Pedagógico da cidade.

 

As cidades do norte do país, enriquecidas com a borracha, também desenvolveram uma arquitetura requintada, de acordo com as concepções ecléticas. (p. 222) [Osório diz: é o caso do monumental Teatro Amazonas, com suas várias tendências arquitetônicas].

 

No final do século XIX na Europa, o Ecletismo foi superado por um novo estilo: o Art Noveau, cuja característica principal era a tendência decorativista que valorizava os elementos ornamentais da arquitetura. (p. 224) [Osório diz: bem como servir de inspiração para Djavan na música “Sina”! Rs].

 

 

O Brasil começa a viver o século XX: O Movimento Modernista

 

Assim, as forças sociais que atuam na realidade brasileira já em 1917 são bem complexas. Em São Paulo, por exemplo, ocorre uma greve geral de que tomam parte 70.000 operários. Essa paralisação foi organizada pelo movimento anarquista, constituído principalmente por imigrantes, os primeiros a questionar o capitalismo paulista. (p. 228) [Osório diz: São os filhos e netos desses imigrantes que, também, hoje condenam os operários que lutam por dias melhores!].

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A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com os adeptos da arte acadêmica. Dessa polêmica, o artigo de Monteiro Lobato para o jornal O Estado de S. Paulo, intitulado “A propósito da Exposição Malfatti”, publicado na seção “Artes e Artistas” da edição de 20 de dezembro de 1917, foi a reação mais contundente dos espíritos conservadores.

No artigo publicado nesse jornal, Monteiro Lobato, preso a princípios estéticos conservadores, afirma que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude”. Mas Monteiro Lobato vai mais longe ao criticar os novos movimentos artísticos. Assim, escreve que “quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós sentimos”; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em “pane” por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá sentir senão um gato, e é falsa a interpretação que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes. [Osório diz: fiquei a “pensaire” agora! O artigo de Monteiro Lobato é de 1917, a semana de arte moderna de 1922! Ou seja: Anita Malfatti já estava modernizando? É que John Sutherland (“Uma breve história da literatura”, tradução de Rodrigo Breunig, L&PM, Porto Alegre: 2017, fala de 1922 como "O ano que mudou tudo"! Sendo assim, os brasileiros não estavam tão a reboque dos europeus como sempre ocorre! Ou estou enganado e enganando?].

 

Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade. Suas ideias estéticas estão expostas basicamente no “Prefácio Interessantíssimo”, de sua obra Paulicéia Desvairada, publicada em 1922. Aí, Mario de Andrade afirma que:

 

Belo da arte: arbitrário, convencional,

transitório – questão de moda. Belo da

natureza: imutável, objetivo, natural – tem a

eternidade que a natureza tiver. Arte não

consegue reproduzir natureza, nem este é seu

fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes

(Rafael de Madonas, Rodin de Balzac,

Beethoven de Pastoral, Machado de Assis do

Braz Cubas) ora inconscientes (a grande

maioria) foram deformadores da natureza.

Donde infiro que o belo artístico será tanto mais

artístico, tanto mais subjetivo quanto mais

se afastar do belo natural. Outros infiram o que

quiserem. Pouco me importa (p. 230)

 

 

... as telas: Progrom (p. 231) [Osório diz: que seria “Progrom”, pois "Pogrom é uma palavra russa que significa ‘causar estragos, destruir violentamente’. Historicamente, o termo refere-se aos violentos ataques físicos da população em geral contra os judeus, tanto no império russo como em outros países. Acredita-se que o primeiro incidente deste tipo a ser rotulado pogrom foi um tumulto anti-semita ocorrido na cidade de Odessa em 1821. Como termo descritivo, a palavra ‘pogrom’ tornou-se de uso comum durante as grandes revoltas anti-semitas que aconteceram na Ucrânia e no sul da Rússia, entre 1881 e 1884, após o assassinato do Czar Alexandre II.". Podemos dizer que os comunistas tiveram bom exemplo?]

 

Boêmios (p. 233) [Osório diz: para mim o melhor quadro de Di Cavalcante pela evocação dos personagens! Rs.].

 

Nessas obras predominam as linhas retas e o corpo humano é reduzido a formas geométricas, o que sugere ao espectador a percepção de volumes. (p. 234) [Osório diz: aqui a autora fala do cubismo].

 

Tarsila do Amaral (...) A ela pertence a tela Abaporu, cujo nome, segundo a artista, é de origem indígena e significa antropófago. (p. 236) [Osório diz:

 

... críticas elogiosas (p. 237) [Osório diz: estes termos são harmônicos?]

 

 

Artistas e movimentos após a Semana de Arte Moderna

 

Como observa Mário Schenberg, físico e crítico de arte, a significação dessas artes irá sendo compreendida cada vez melhor, na medida em que for desaparecendo a ideia superficial de que a obra de arte é essencialmente uma estrutura formal, em vez de um instrumento de comunicação de verdades fundamentais para a existência humana. (p. 243) [Osório diz: Bacana, não?].

 

Heitor dos Prazeres (p. 247) [Osório diz: que sobrenome maneiro! Rs. Vinícius de Moraes o cita em seu “Samba da benção”! Antes de ler esta obra não sabia que era pintor. No seu quadro Favela, é muito interessante o sentido de proporção captado pelo artista.].

 

 

A arte brasileira contemporânea

 

Na xilogravura (em grego, xylon – madeira) (p. 251)

 

A litogravura ou gravura em pedra (em grego, lithos – pedra) baseia-se no fenômeno químico característico da pedra–da–bavária, que tem a propriedade de absorver água. O artista então faz o desenho sobre a pedra com um material gorduroso – lápis ou crayon, por exemplo. (p. 253)

 

 

Tomie Ohtake se opôs de forma radical ao Realismo Social. Para ela, embora o artista não deva estar alheio à realidade social em que vive, a obra de arte, em si mesma, não precisa registrar os problemas dessa realidade. Como ela mesmo afirma: “não me parece necessário que a arte reitere tudo isso. E sim que o transcenda”. É a partir dessa convicção que Tomie cria obras de arte com valores puramente pictóricos, sem nenhuma tentativa de figuração. (p. 255) [Osório diz: por esse seu entendimento dá para se sacar a razão, o motivo dela ser tão querida pelos governantes de São Paulo! Ela não era engajada com as lutas sociais! Melhor, estava do lado dos opressores que podiam pagar por seus trabalhos. Como diz o sábio, “quando você se depara com uma injustiça e se omite, seu lado já se sabe qual é”!].

 

A expressão arte concreta foi criada em 1930 pelo artista holandês Theo Van Doesburg (1883–1931). Na verdade, essa expressão não era usada para indicar um movimento estético oposto ao da arte abstrata. Ao contrário, serviu para designar a tendência artística que surgiu como evolução do Abstracionismo.

Para Van Doesburg não havia sentido chamar de arte abstrata obras que não eram figurativas, isto é, que não imitavam os seres da natureza tal como eles são. De acordo com esse artista, qualquer ser de natureza – um animal, uma árvore – quando pintado passa a ser uma abstração. [Osório diz: lógico e evidente, caso contrário o artista seria um criador da próprio animal e não se sua retratação.]

Por outro lado, Von Doesburg dizia que os artistas que trabalhavam apenas com elementos plásticos, na verdade faziam uma pintura concreta e não abstrata, porque nada mais concreto, mais real que uma linha, uma cor, uma superfície. Apesar disso, a expressão arte abstrata prevaleceu na terminologia da maior parte dos artistas e críticos para indicar as obras não–figurativas.

A distinção entre Abstracionismo e Concretismo é feita em 1936 pelo artista suíço Max Bill, que emprega a expressão arte concreta para designar uma arte construída objetivamente e em estreita ligação matemática. (p. 256). [Osório diz: alguns homens têm uma tara por quererem matematizar tudo, sob o argumento de que a matemática é a “verdade”, esquecendo-se que a matemática também é uma obra de arte, e só!].

 

Frans Krajcberg (...) Para esse artista tão ligado à natureza brasileira, seu trabalho consiste em usar o objeto natural morto e dar-lhe vida outra vez. (p. 261) [Osório diz: especialmente trocos de árvores].

 

 

A moderna arquitetura brasileira

 

Platibanda – uma pequena mureta construída no topo das paredes externas – contornando-a acima da cobertura, para proteger e camuflar o telhado. [Osório diz: é isso?! Acho esse nome bonito por sua sonoridade!].

 

Malacacheta [Osório diz: esse mineral dá nome a uma aldeia indígena no Estado de Roraima, onde o ouvi pela primeira vez!].

 

Ainda restam na cidade de São Paulo muitos sobradinhos ou casas germinadas construídos de acordo com esses padrões estéticos, na época denominados tipo Ford ou casas V8, numa alusão ao modo como eram construídos: em série. (p. 264) [Osório diz: fala a autora das casas “desprovidas de ornamentos e revestidas de massa raspada, com fragmentos de malacacheta, que refletiam a luz do sol”. Sobre isso disse o poeta: "A luz intensa do sol caía do alto, pondo brilhos de malacacheta no cristal imenso do mar clamo".].

 

Bruno Giorgi (...) fez Monumento à Juventude para decorar o Ministério (p. 265) [Osório diz: ... da Educação no Rio de Janeiro].

 

Piauí, o Fórum de Teresina, projeto de Acácio Gil Borsoy (p. 269) [Osório diz: Não conheço Teresina, daí nunca ter visto, pessoalmente, o foro! Rs.].

 

Fonte: História da Arte, de Graça Proença, Editora Ática. 2004. São Paulo.

 

Ao ler o livro sobre o qual nos debruçamos para dar pitacos, saiba que o uso das imagens, caso você o queria ver em toda a sua beleza, irão lhe ajudar a compreender melhor muito do que acima foi dito!

 

Boa leitura!

 

Inté,

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