Outros Escritos Meus

Você está aqui: Home | Artigos | outros escritos meus

Homem “come” mulher?

 

Homem “come” mulher?

 

 

Liberdade

Gostaria de fazer uma análise sentimental – já que não sou crítico literário, nem psicólogo, nem psicanalista, mas apenas um amador – do texto abaixo, de autoria de Helena Ferreira.

O nome Helena já impõe respeito, vez que sua beleza levou a uma guerra de dez anos entre gregos e troianos!

Portanto, é com profundo respeito que digo o abaixo.

"Entenda uma coisa:

Não existe mulher que "dá" no primeiro encontro

Existe mulher que faz sexo quando está com vontade.

Ela não te "deu"

Ela nunca te pertenceu

Então não venha com essa de "ela deu pra mim"

Porque na verdade, ela não foi sua.

[Osório diz: Os seres humanos apenas se comunicam porque usam a comparação entre as coisas. É como se isso fosse aquilo. O “como” é fundamental para a comparação, portanto. E metáfora é a “figura de retórica em que a significação habitual de uma palavra é substituída por outra, só aplicável por comparação subentendida (ex.: há uma metáfora no verso de Camões ‘amor é fogo que arde sem se ver’)”. Onde já se viu amor ser fogo, mas é ‘como’ se fosse!

Helena, a autora, parece censurar a Bíblia (por mim tudo bem!), pois nesta está dito, a respeito da linguagem figurada do ato sexual, que “Eva comeu a maçã, o fruto proibido”! Então, o sentido de “comer” para ato sexual já vem de longe, tornando-se parte do linguajar das pessoas, em especial das menos letradas, daí não merecer a censura que recebe no escrito, penso eu.

Quem lê o escrito de Helena sabe muito bem que quem diz que “comeu” não é um antropófago, mas é “como” se fosse, e eis aí a força da metáfora!

O “dar”, também, é usado da mesma forma numa linguagem informal, pois seria extremamente pedante para alguns dizer: “ela fez sexo comigo porque estava com vontade”!

Todoas (igual a todos + todas) iriam rir do autor da frase!

As coisas não pertencem apenas aos proprietários!

E digo coisas com todo respeito às mulheres, embora eu não tenha visto elas protestarem contra o Vinícius de Moraes que, em “Garota de Ipanema”, chama a mulher de “coisa”!

Portanto, penso eu, no ato amoroso – e aqui somente vale o consentido, obviamente – há sim entre o casal o sentimento momentâneo, pelo menos, de pertencimento, pois não existe sexo com indiferença. Quando isso ocorre recebe outro nome: prostituição! Sem qualquer preconceito contra as “operárias do sexo”.

Ela foi sim, do mesmo modo que ele foi dela! Sem esse entendimento subentendido o caso é de estupro!

Ela não conta primeiro, segundo ou terceiro encontro

Ela valoriza os momentos

Ela valoriza as conversas

Os sorrisos

Os olhares

Ela valoriza aquilo que desperta vontade

Aquilo que desperta tesão em viver.

[Osório diz: Certamente que ela não conta, mas sente, e pode sentir já num simples tropeção na rua].

Se ela fez SEXO com você

É porque ela quis.

Não pense que ela faz sexo com todos

Ou pense se quiser

Até porque isso não é da sua conta.

[Osório diz: Também acho que não é da conta de ninguém, daí ser muito chato as mulheres que se “explicam” quanto a isso].


Você não "comeu" ela

Ela ainda está inteira

Ainda ri de coisas bobas na TV

Ainda lê um livro antes de dormir

Ainda sai com suas amigas no sábado a noite

E almoça na casa dos pais no domingo.

Você não "comeu" ela

Porque gente não se come

Se sente.

[Osório diz: Creio que já ponderei quanto a tudo isso nas primeiras considerações acima, daí não precisar me repetir].

Ela não saiu por aí gritando para todos

O quanto a transa de vocês foi ruim

Ou o quanto você foi grosso com ela

Ela não precisa dividir isso com ninguém

Então porque você precisa?

[Osório diz: Há aí uma generalização descabida! Tanto em relação aos homens como em relação às mulheres!

Tem homem, numa deselegância total, que conta mesmo, mas têm mulheres com igual comportamento!

Aliás, têm alguns sítios, alimentados por mulheres, que “dão as fichas dos homens”!

Portanto, essa falta de semancol não é privilégio de gênero, é ínsito aos que ainda vivem nas cavernas].


Pra se sentir mais "macho"?

Pra se sentir mais "homem"?

Não cara

Ela não é metade do que você pensa

Ela é tão extraordinária

Que nem cabe dentro dos seus pensamentos.

[Osório diz: Apenas pelo texto, ouso, com as vênias necessárias, dizer que a autora é portadora de "misandria", que é a “aversão aos ou desprezo pelos indivíduos do sexo masculino”, pois não é capaz de uma mísera exceção! Sequer em relação ou seu pai e possíveis irmãos e outros conhecidos dignos de sua amizade, pois creio que ela não é uma ilha cercada apenas por mulheres].

Ela não te ligou

E ela não estava esperando você ligar

Ela não precisa da sua aprovação

Ela não precisa saber se foi bom pra você

Porque se tiver sido bom para ela

Ela vai fazer acontecer de novo.

[Osório diz: A autora precisa vestir ou calçar as sandálias da humildade! Na boa!

É que, em termos de relacionamento, não existe isso de uma das partes “fazer acontecer de novo” se a outra não desejar!

Creio que ela não precisa perguntar se foi bom, pois deve ser capaz de perceber se o outro gostou e voltou, pois se não gostou, vai dá no pé sim e não tem macumba ou choro que o traga de volta! Isso vale para os dois lados.


Não, ela não estava bêbada

Nem drogada

Ela fez porque quis

Porque tava afim.

Quando ela se arrumou naquela noite

Ela já sabia que seria pra enlouquecer

Ou enlouquecer alguém

E pode ter certeza que você não a enlouqueceu.

[Osório diz: Se fosse assim, mulheres não viviam atrás de seus príncipes encantados e, quase sempre, voltando para casa sozinhas!

Portanto, penso, que é possível e ocorre sim um enlouquecimento recíproco!

Sem tesão recíproca a química não rola.

Você não ganhou ela na sua conversa fiada

Ela foi porque tava afim

Porque ela te escolheu.

Não saia por aí dizendo que você a ganhou

E que você ganha a hora que quiser.

[Osório diz: Realmente ninguém ganha na “conversa fiada”, mas um bom papo, educado, esclarecedor, conhecedor, educativo, que incentive, com bom humor, estimulante com muita sensibilidade conta, aliás, conta “prá caralho”!

A não ser que a mulher goste apenas do:

“E aí gata? Tu tá muito gata! Vamos fazer gatinhos?”.

Se as vistas são as janelas da alma, as conversas são os ferrolhos que as abrem!

Ela não te viu como um pedaço de carne

Ela não enxerga ninguém assim

Ela gosta de conexões

Nem que seja só por uma noite

Ela gosta de se sentir ligada a alma de alguém

De sentir o calor

De olhar nos olhos

De sentir prazer físico e emocional

E se ela tiver te achado vazio demais

Não vai rolar de novo.

[Osório diz: Vejo neste parágrafo contradições com tudo que a autora disse anteriormente!

Primeiro a autora diz, na leitura que fiz, que a mulher não se interessa a mínima pelo homem, agora já vem falar em conexões (nem que seja por uma noite!)! Está começando a se apaixonar? Olha que a independência pode ir embora e custar caro? Muito cuidado, portanto!

Como alguém pode perceber que o outro é vazio demais?

Penso que apenas pela conversa!

Mas não foi a autora que falou em “conversa fiada”?

Você pode rezar

Implorar
Mandar flores

Ela é decidida

Tem personalidade forte.

[Osório diz: Pura verdade, mas isso não é privilégio ou maldade da mulher! É típico do animal chamado ser humano].

E no dia em que ela se casar

Vai ser com um cara de muita sorte

Porque de todas as conexões

Aquela terá sido a mais forte

Ele terá sido a alma que ela escolheu

E os dois serão eternamente enlouquecidos

Um pelo outro.

[Osório diz: Será que é por isso que milhões de casamento não duram uma lua de mel?

O poeta e cantor espanhol José Luis Perales diz que “o amor é somente flor de um dia”!

Não sei a razão, mas gosto muito do verso!

O que não me impede de reconhecer as exceções: casamentos longevos e, aparentemente, felizes!

E você?

Ah cara,

Você vai continuar perdendo tempo

Falando por aí das mulheres que você acha que comeu

Vai continuar perdendo tempo achando que ganhou alguém
Você vai acabar sozinho

Porque nunca soube se conectar

Nunca soube sentir a alma de alguém."

[Osório diz: É possível!

É possível para ambos os sexos, pois existem milhares de mulheres que acabam na mesma situação.

Por outro lado existem homens (e mulheres!) que adoram a companhia deles mesmos, pois dizem que se não gostarem da própria companhia, quem irá gostar?

Autora: Helena Ferreira.

[Osório diz: Penso que o texto de Helena, se lido sem maiores reflexões e com mágoa dos homens pode até ser legal, mas a autora peca profundamente pela parcialidade que assume ao debitar tudo de ruim nos ombros de Hércules, quando deveria saber que a desgraça da guerra troiana foi causada por Hera, a deusa esposa de Zeus e que reunia em si o ciúme e a inveja em relação a outras mulheres.

De minha parte, julgo todos iguais em caráter, homens e mulheres, uns mais, outros menos, mas todos absolutamente iguais, pois errar e acertar na vida não depende do sexo da pessoa].

Até mais,