Outros Escritos Meus

Você está aqui: Home | Artigos | outros escritos meus

História de Maraã - CAPÍTULO II

 

História de Maraã

CAPÍTULO II

Benedito Ramos, cuja a primeira administração foi um fiasco, trabalhou enormemente no seu segundo mandato!

 

Transferiu a sede construindo-a a partir do nada! Edificou vários imóveis e pavimentou várias ruas. Construiu além dos prédios da municipalidade (dez prédios na rua “da frente”, av. Castelo Branco), uma igreja católica. Deu início a uma planejada estrada que pode ligar o rio Japurá ao rio Negro (ligaria as cidades de Maraã e Santa Isabel do Rio Negro).

Os prédios eram os seguintes: almoxarifado; uma sequência de três casas; a prefeitura; o Colégio Raimunda Hermelinda Ramos (homenagem à sua finada cunhada, esposa de seu irmão José Gonçalves Ramos); nova sequência de mais três casas, sendo a última a delegacia de polícia; por fim a casa de “força e luz”, com uma caixa d’água de concreto sobre ela. Entre a prefeitura e o colégio estava a principal praça municipal, tendo ao fundo a igreja católica.

Veja esta foto da praça, quando ainda não estava edificada a igreja:

Maraa%20 %201970

(Estávamos na praça central na tentativa de réplica do Apollo 11. Estou ao centro da foto [calção e sem camisa]. À esquerda os filhos do seu Ramiro e D. Iracilda (Centemar, Cildete, e Cirlene) e do seu Antonio Bispo e D. Francisca [Cilhonete, Cilhonélia e Higson]. À direita os dois filhos do fotógrafo (um soldado da PM chamado Raimundo). A menina morena penso que era a Nenê, enteada do seu Zeca Solart. Já a menina que está atrás [à direita] é a Nadir do seu Moca e D. Diquinha).

As ruas eram pavimentadas com concreto (areia, cimento e tijolos quebrados). Deixou prontas as: avenidas Castelo Branco e Desembargador João Meireles e quatro pequenas ruas que ligavam estas duas avenidas maiores.

Uma das marcas de Bendito, nesse segundo mandato, foi usar os presos que ele mesmo mandava prender para trabalharem arrancando os tocos das árvores que tinham sido derrubadas para a abertura da cidade.

Os presos, geralmente, eram pescadores que trabalhavam com “currais”, que ele proibia.

Um detalhe: entregava aos presos ferramentas desamoladas (sem afiamento), para que eles calejassem mais ainda as mãos calejadas, chegando à carne viva! Essa crueldade será lembrada quando ele disputar uma novação eleição, quando irá perde para Enéias Mourão Solart, parente de muitos daqueles presos.

Saiu da prefeitura com vários imóveis em Manaus e fazendas nos arredores da capital amazonense. Dizem que morreu pobre.

Durante o segundo mandato afastou-se de Antonio Barbosa Cavalcante, que passou a viver em dificuldades financeiras, sendo que somente o prefeito Antonio Simão Netto é que irá conceder-lhe um pequeno auxílio financeiro.

Odorico Bezerra da Silva conservou o que Benedito tinha feito e construiu o Mercado Municipal, além de ter pavimentado a então avenida Hiran Habibb.

Pode-se dizer que saiu melhor financeiramente do que quando entrou, pois suas posses, casas em especial, permitiu que fosse residir com a família em Manaus.

Antonio Simão Netto (Simão), tinha um gosto mais refinado, reformou, organizando, todas as construções feitas por Benedito, que, realmente, eram pessimamente planejadas e acabadas, já que ele próprio era o autor dos projetos arquitetônicos. Ou seja, embelezou a cidade. Comprou barcos para o Município, já que Odorico fretava um muito pequeno de sua propriedade particular para servir ao prefeito, no caso, ele próprio.

Simão, descendente de árabe, sempre foi um homem que projetava ter posses (motos, casa de alvenaria em Coari, onde já fora vereador, indústria de refrigerantes, pequenas lanchas etc.), mas saiu com um patrimônio agora sim, consolidado. Montou comércios na cidade de Maraã, embora tivesse residência em Manaus, mas jamais abandou o Município do qual foi prefeito por seis anos.

Simão trouxe de seu Município natal, Coari, o seu sucessor: Manoel Soares, que elegeu-se tendo como vice-prefeito Marcelino Cavalcante.

Manoel foi um varredor de rua, pintor de prédios, colocador de placas indicativas dos nomes das ruas, gramador, e plantador de flores. Estava eu distante, não acompanhei em profundidade essa Administração, mas, pelo que percebi sempre que voltei para a cidade é que ela nada fez além de conservar o que encontrou pronto.

Eis a composição da Administração do Município nos períodos abrangidos neste capítulo:

Prefeitos   

        Mandatos

  Vereadores

Odorico Bezerra da Silva (candidato único).

Vice: Nicolau Madureira.

1973/1976

4 anos

1- Marcelino Cavalcante,

2 - Miguel Ferreira de Deus,

3 - José Arimar Bezerra da Silva,

4 - Raimundo Ramos Cruz (Nem),

5 - Ramiro Ferreira de Matos,

6 - Ducler Caldeira.

Suplentes que assumiram:

1 - José Ramos Filho,

2 - Waldemar Job de Queiroz.

Antonio Simão Netto (candidato único). Vice: Boaventura Bezerra da Silva.

31.01.1977/1982

(eram 4 anos, mas houve uma prorrogação de mais 2 anos).

1 - Miguel Ferreira de Deus,

2 - José Arimar Bezerra da Silva,

3 - Sebastião Pereira (Sabá do Germano),

4 - Ramiro Ferreira de Matos,

5 - Gerson Nunes,

6 - Marcelino Cavalcanti.

7 - Raimundo Ramos Cruz (Nem).

5 - Ducler Caldeira,

Suplente que assumiu:

3 - Waldemar Job de Queiroz,

Manoel Soares (concorrentes: Odorico Bezerra e Bendito Ramos)

Vice: Marcelino Cavalcante

1984/1988

(6 anos)

1- Miguel Ferreira,

2 - João Dário,

3 - José Arimar Bezerra da Silva,

4 - José Lairton,

5 - Waltino Marques de Lima (comerciante vindo de Benjamin Constant),

6 - Damião das Chagas,

7 - José Gomes Lira (Zé Lira).

 

(Continuamos no próximo capítulo).