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Destruam a Lava-Jato!

 

Destruam a Lava-Jato!

 

Aprovado o impeachment, assume Michel Temer. É nomeado um ministério de notáveis com Serra “primeiro-ministro” e Gilmar Mendes, eminência parda. É lançado o grande plano de reconstrução nacional. Entrevistas e notícias sobre seus impactos tomam conta do noticiário. Lentamente, o assunto corrupção desliza para o esquecimento. A classe média raivosa comemora: “foi só o PT sair para a corrupção diminuir”. Ocorrem as primeiras anulações de delações premiadas, por vício de coação. Processos inteiros são anulados, e empreiteiros libertados, com mínima repercussão na imprensa. A grande tarefa é reconstruir o país, e para isso a expertise das empreiteiras é mais necessária que nunca. A punição fica para depois; no momento, o que importa é a união das forças vivas da nação em torno da retomada do crescimento. Nenhuma reforma estrutural do sistema político é aprovada pelo congresso; ao contrário, aprovam-se anistias e descriminalizações. Criticar o governo volta a ser impatriótico, e ofender o presidente, ato criminoso e terrorista. O processo eleitoral que levaria à cassação da chapa Dilma/Temer e realização de novas eleições emperra. O mandato de Temer é concluído e o processo não é julgado. Perde o objeto.

Gilmar volta aos velhos tempos, denunciando furiosamente estados policiais e abusos de Torquemadas. Cunha afasta-se discretamente da presidência, para não constranger seu amigo Temer, mas nos bastidores, sua influência continua. Do processo de cassação, e do processo criminal contra ele, no STF, ninguém ouve mais falar.

O juiz Moro deixa de ser destaque. Cada vez mais passa para o segundo plano nos jornais e telenoticiários. Chovem processos e representações disciplinares contra ele, vindas de todas as partes do Brasil. Nenhuma manifestação é convocada para defendê-lo. Acuado, Moro, se não é afastado disciplinarmente antes, aceita rapidinho uma promoção obsequiosa para o Tribunal Regional, indo parar na câmara previdenciária. Some de vez.

Lula e Dilma, durante seus governos, indicaram os mais votados nas listas tríplices elaboradas pelo Ministério Público Federal, o que assegurou a autonomia dos Procuradores Gerais da República que denunciaram o mensalão e o petrolão. No entanto, ao se aproximar o fim do mandato de Rodrigo Janot, um grupo de procuradores divulga um manifesto contra a lista tríplice. Declaram-na sem fundamento legal. Teve sua importância durante a ditadura do PT, a fim de evitar a escolha de um Procurador-Geral bolivariano. Mas agora, com a legitimidade democrática plenamente restaurada, e afastado o risco de aparelhamento, torna-se uma ilegalidade e um constrangimento desnecessário ao presidente da República. Temer declara não poder fugir à sua responsabilidade e prerrogativa constitucional e ignora a lista, escolhendo um dos procuradores que havia se recusado a submeter seu nome à votação. O Ministério Público Federal desaparece do noticiário. Junto com a Lava-Jato.

A coluna de hoje foi patrocinada por Mãe Dinah dos acarajés – o destino em suas mãos.

Autor: Duciran Farena.

P.S.: como indicado acima, o autor das bem traçadas linhas acima não sou eu, mas gostaria muito de tê-las escrito!

São palavras de sabedoria, pois não inventam nem profetizam nada, a despeito do autor falar em mãe Dinah!

Duciran, qual o genial Maquiavel, apenas constata como as coisas sempre ocorreram e alguns querem que voltem a ocorrer. Para essas pessoas o rio transbordou e tem que voltar ao seu leito natural, o qual se chama: impunidade!

Nos tribunais ditos de justiça brasileiros tem sempre uma vaga de juiz destinada aos membros do Ministério Público, chamada de quinto constitucional.

Muitas vezes, colegas à beira da aposentadoria, resolvem concorrer a essas vagas do dito quinto, o que levou o amigo Sérgio Monteiro Medeiros, a cunhar uma expressão que reputo que cabe ao momento em que vivemos no Brasil. Diz eles que “são pessoas com vocação tardia”!

No Brasil estamos vivendo um surto de moralidade tardia! Isso pode ensejar que uns incautos e outros de má-fé digam o seguinte: antes tarde do que nunca!

Bem, isso seria mesmo o que todos de boa fé, gostariam que ocorresse, mas não é o que os de má-fé buscam! O que estes buscam, como deixou claro Duciran Farena, é que as coisas (Instituições) voltem a não funcionar, como sempre ocorreu, justamente com o apoio e o incentivo desses “com vocação tardia” para a moralidade pública.

Pense no seguinte: você pode está ao lado do psdb, que não permite que CPIs sejam instauradas em São Paulo, onde governam a mais de 25 anos e pipocam notícias robustas de escândalos. Não permitiu que a compra da reeleição fosse apaurada. A base do psdb, quando ocupou o governo federal tinha, dentre muitos, o ptb de Roberto Jefferson e o pmdb de Temer, Jucá, Cunha e outros. Você está ao lado de Paulo Skaf, que foi flagrado e condenado ao fazer campanhas publicitárias em benefício próprio com dinheiro do Sistema S (Sesc, Senac etc). Está ao lado da Rede Globo, do Grupo Abril, do Grupo Estadão etc.

Você acha mesmo que esses partidos, pessoas e grupos estão mesmo ao seu lado? Você acha mesmo que eles pensam no povo brasileiro?

Se você acha, melhor rever seus conceitos.

Não quero com isso dizer que o pt é a santa em meretrício, mas apenas pedir que você analise o que disse o Duciran Farena!

Fazendo isso, você já estará fazendo um bem danado para você e o Brasil.

 

Até mais,